Evangelho, Reforma íntima

Pedro negou Cristo por três vezes…

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Você põe em prática aquilo em que acredita? Quando surge uma oportunidade de você por à prova um aprendizado importante, você aproveita essa oportunidade? Não é coisa fácil confirmar nossos propósitos. Colocar em prática o que nos propomos pode dar algum trabalho. Pedro negou Cristo por três vezes. Quantas vezes nós negamos Cristo?

Quando Jesus estava sendo interrogado no Sinédrio (espécie de senado judeu), prestes a ser condenado, Pedro, seu apóstolo, não teve coragem de assumir sua ligação com Jesus. Pedro teve medo de que lhe acontecesse o mesmo que estava acontecendo com Jesus. Você já ouviu falar que Pedro negou Cristo por três vezes? Pois é, foi nesta ocasião. Por três vezes interrogaram Pedro se não era ele um dos apóstolos de Jesus. E Pedro negou. Uma vez. Duas vezes. Três vezes.

Você põe em prática aquilo em que acredita?

Como deve ter doído isso nele! Imagino como ele deve ter se arrependido já na primeira vez que o negou. Mas não teve forças. Talvez não tenha tido tempo suficiente pra pensar, já que era um momento dificílimo pra ele, seu Mestre e amigo sendo condenado à morte impiedosamente, o povo enlouquecido festejando a maior injustiça já cometida na Terra. Muito provavelmente Pedro respondeu movido por impulso. E o impulso, é claro, foi o medo. E depois de negar uma vez…

Pois um dia desses eu tive o meu momento de Pedro, e também neguei Cristo por três vezes. Claro que não me perguntaram se eu conhecia Jesus ou se era seu apóstolo; não foi isso.

Na minha reforma íntima, venho me propondo a ser mais amável, mais aberto às pessoas. Por essas contingências da vida, que todo mundo tem, fui me tornando fechado, sério demais, pouco comunicativo. Me dei conta de que posso parecer antipático, posso passar uma imagem que não condiz com minha índole. Então tenho me esforçado no sentido de me interessar mais pelas pessoas, de ser mais receptivo ao convívio em sociedade. E tenho pedido a Deus que me conceda oportunidades para praticar isso a que me propus.

Pois nesse dia eu vinha pela Rua da Praia, a rua mais antiga de Porto Alegre, quando vi uma ex-colega de trabalho. Trabalhamos pouco tempo juntos, e na verdade nunca tivemos intimidade. Mas é uma conhecida, teríamos alguns assuntos em comum para uma conversa de dois minutos. Mas, instintivamente, por um impulso como esse que levou Pedro a negar seu Mestre, fiz de conta que não a vi; ela passou, eu passei.

Alguns metros adiante, estava sentado, a uma mesa na calçada, um ex-colega de faculdade. Também não tínhamos grande conhecimento um do outro, convivemos muito pouco tempo, mas poderia tê-lo cumprimentado, poderia ter procurado saber dele, saber como estava, enfim… Mas passei reto.

Logo adiante, cruzei com outro ex-colega de trabalho, este mais recente, a quem poderia chamar de amigo. Talvez levado pelas minhas duas reações anteriores, não me senti à vontade para abordá-lo na rua e conversar com ele. Deixei passar ele também…

Três pessoas. Três oportunidades. Três chances de praticar o que venho me propondo. Três pessoas a quem eu poderia ter acrescentado qualquer coisa, nem que fosse um sorriso e a demonstração de que estão na minha lembrança. Três negações em menos de dois minutos.

Era final de tarde de sexta-feira, e nenhum deles trabalha no sábado. Sabemos que o ânimo de uma pessoa é diferente numa sexta-feira à tarde, começando o fim de semana. Eu poderia ter dado um motivo a mais de alegria a qualquer um deles. Todos gostam de saber que são lembrados, que deixam boa impressão por onde passam. Todos gostam de receber um sorriso, um abraço, um aperto de mão. Todos gostam que se lhes pergunte como estão, que se lhes deseje coisas boas.

Como foi tudo muito rápido, só percebi a lição, realmente, alguns minutos depois. Qual lição? Esforço redobrado; humildade, coração aberto. As oportunidades surgem, tudo o que pedimos nós obtemos. Estamos prontos para lidar com aquilo que queremos, com aquilo que pedimos?

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