Você é consciente de si mesmo? Você presta atenção a si mesmo? Talvez você não tenha se dado conta de que a maior parte do tempo você não está no controle de si próprio. No nosso dia-a-dia fazemos quase sempre as mesmas coisas, e de tanto repeti-las, acabamos por fazê-las automaticamente. Dirigir, lavar a louça, tomar banho, comer, muitas atividades como essas fazemos sem prestar atenção ao que estamos fazendo.
Você já percebeu o quanto é invigilante com seus pensamentos? Na verdade, seus pensamentos e sua imaginação transcorrem à vontade; só de vez em quando você se dá conta do que está se passando na sua cabeça. Isso traz implicações importantes. Se não controlamos nossos pensamentos, como queremos ter o domínio de nós mesmos?
Acredito que hoje não há nada mais importante a ser estudado do que o pensamento. Os evangelhos são cheios de ensinamentos nesse sentido, e o conhecimento da importância do pensamento é muito anterior aos evangelhos. Não fomos educados e não educamos a controlar e proteger os pensamentos. No entanto, não há meio mais eficaz de crescer, de evoluir como espírito imortal.
Se conseguimos realizar coisas pensando pouco como pensamos, o quanto realizaríamos se exercêssemos controle sobre o que pensamos? O quanto produziríamos se canalizássemos nossa vontade num sentido determinado por nossa razão? O quanto progrediríamos se direcionássemos nosso pensamento para coisas relevantes e produtivas?
Pensamento é poder, por isso a reforma íntima é tão importante. Esse poder, se mal direcionado, produz estragos terríveis. Tudo o que pensamos com emoção e intensidade é irresistivelmente atraído para nós. Isso não é força de expressão. Isso não se refere a coisas abstratas. Isso é uma Lei cósmica passível de prova por quem quer que esteja disposto a experimentar.
Devemos experimentar mais. Até um certo ponto é perfeitamente possível ficar no campo da teoria. Através do que lemos, ouvimos, estudamos e observamos, nós construímos racionalizações ou crenças. Mas há um momento em que devemos experimentar. Arrancar a coragem guardada dentro de nós e praticar aquilo que aprendemos.
Você tem ideia de para onde você vai quando seu corpo físico dorme? Você sabia que o corpo físico é uma poderosa proteção contra possíveis agressões e assédios por parte de desencarnados ignorantes ou mal intencionados? E sabia que, quando o corpo físico está repousando com o sono ficamos mais desprotegidos?
Conforme for nosso pensamento durante o dia, no estado de vigília (que de vigília tem muito pouco), assim será nossa ação, ativa ou passiva, à noite, durante o período de sono. É assim que os que são raivosos no estado de vigília, lutam com seus inimigos durante o repouso do corpo; o viciado é atraído pelo vício; o erotizado é atraído pelo sexo, e outros tantos tipos humanos que são dominados por suas fraquezas que não precisamos enumerar.
Outro aspecto importante de se manter consciente no estado de vigília é a conquista de lucidez durante o sono. Experimente ser mais observador durante o dia. Observe as coisas, as pessoas, observe a si mesmo, observe seus pensamentos. Aprenda a se perguntar, várias vezes ao dia, se não está sonhando. Lembre-se de que, quando sonhamos, aceitamos situações absurdas e bizarras como se fossem reais. Isso é porque não temos o hábito de nos questionar, de indagar a nós mesmos, nas mais diversas circunstâncias do dia, se estamos sonhando ou se estamos acordados. Se você criar esse costume vai começar a ganhar lucidez durante os “sonhos”, pois ao viver uma situação absurda num “sonho”, irá se questionar e perceber que não está desperto.
Você pode aprender muito sobre si mesmo com a projeção astral (o espiritismo chama de desdobramento). Mas independente disso, é imprescindível que você exerça um controle maior sobre seus pensamentos. Seja severo com seus pensamentos, não se permita ficar divagando, com a imaginação à solta. Nunca se esqueça de que, quando você não controla seus pensamentos, alguém os controla por você.