Artigo publicado originalmente em 18/12/2012
Uma visão espírita das consequências dos nossos erros; porque cada vez que cometemos um erro nos sujeitamos à fraqueza.
Você se esforça pra fazer a coisa certa? Você procura sempre agir corretamente? Se dependesse da sua vontade de agora, você deixaria de errar para sempre?
O fato é que nós cometemos erros todos os dias. Fazemos tanta coisa errada que nem vale a pena comentar sobre elas. Até porque devemos valorizar os nossos acertos, devemos nos alegrar com as coisas boas que conseguimos fazer.
Há uma frase atribuída ao Chico Xavier que diz que não devemos cobrar dos outros virtudes que não temos. Não tenho a pretensão de cobrar virtude alguma de você. As minhas virtudes são poucas e acanhadas. Mas isso não me tira a vontade de querer melhorar a mim mesmo e de fazer refletir quem esteja disposto a isso.
Dei essa explicação toda pra dizer que todo erro traz fraqueza. Cada vez que cometemos um erro nos sujeitamos à fraqueza. Esse erro pode ser de propósito ou não. Desde que você perceba que o erro existe, desde que você note que o que você fez foi um erro, você dá abertura para que a fraqueza se instale em você.
As pessoas mal humoradas sofrem muito com seu mau humor, inclusive fisicamente. Elas são mal humoradas porque pensam mal dos outros, ou falam pelas costas, ou são ingratas, não valorizam a vida. Esses erros fazem delas pessoas ranzinzas, e isso é fraqueza.
As pessoas que trabalham de má vontade sentem-se sempre visadas, como se houvesse uma perseguição sobre elas. Elas trabalham de má vontade por não gostarem do que fazem, ou por não gostarem de trabalhar, ou por não valorizarem sua função, ou por simples desleixo. Por causa do seu descuido e relaxamento, esperam por alguma crítica, ou cobrança, ou reclamação, e com o tempo acham que o ambiente de trabalho é um complô para as derrubar. Isso é fraqueza.
Cada vez que desejamos mal a alguém, ou que mentalizamos brigas com alguém, ou que travamos discussões em pensamento, estamos nos predispondo a agir com fraqueza com essas pessoas ou outras pessoas em situações semelhantes. Ao nos depararmos com essas pessoas, agimos como se a discussão ou briga imaginária tivesse acontecido de verdade. É que nossa mente subconsciente não distingue realidade e imaginação…
Sempre que cometemos um erro enfraquecemos nossa confiança em nós mesmos. A cada pequeno deslize, a cada mentira pra nós mesmos, a cada história mal contada, a cada desonestidade ou deslealdade desperdiçamos um pouco da nossa força de caráter. É por isso que pessoas boas, evoluídas, são tão seguras de si, tão tranquilas e destemidas. Nada as assusta, pois nada devem a si mesmas.
Em nosso íntimo nós percebemos que não temos moral pra exigir, pra cobrar, pra esperar consideração, respeito. Quem erra muito sabe, mesmo que seja lá no fundo, que não é merecedora de dádivas da Vida, que não deve esperar muito das pessoas, pois não oferece nada de bom a elas.
É assim também com os vícios. A cada tentativa frustrada de parar de fumar, ou de beber, ou de comer doces, ou de fazer regime, a cada recaída que se comete, mais difícil fica, porque o erro traz consigo a fraqueza.
Você tem uma verdadeira fortaleza de caráter no seu íntimo. Tudo o que há de mais admirável e respeitável está dentro de você, esperando que você desenvolva a sua Vontade. Vontade é o rumo que você determina para os seus pensamentos, palavras e ações. Você está no comando. Você pode mudar quando quiser.
Sei que não é coisa simples deixar de errar. Todos os dias cometo erros, assim como você e todo mundo. Mas não podemos nos conformar com os erros como se fosse normal errar. Quanto menos erros, mais força interior; quanto menos erros, mais lucidez, mais coragem de olhar pra dentro de si mesmo.