Comportamento

Saúde e espiritualidade: biblioterapia

biblioterapia

Morel Felipe Wilkon

Num avanço da relação saúde/espiritualidade, o deputado Giovani Cherini tem um projeto de lei que visa incluir a biblioterapia nos hospitais públicos.

Li os evangelhos pela primeira vez aos oito anos de idade. Foi minha primeira leitura séria. Em que pese o valor inigualável dos evangelhos, esta foi apenas a primeira de muitas leituras e estudos, muitos deles ligados à espiritualidade.

Nos momentos mais difíceis da vida, em períodos não tão floridos desta existência, foi a leitura edificante e esclarecedora que me emprestou forças para prosseguir. Não apenas seguir em frente. Mas continuar acreditando no sentido maior da Vida, no inevitável progresso, na solução satisfatória de problemas angustiantes mas passageiros, como todos os problemas.

Conheci pessoas boas e valorosas, convivo com mestres da boa palavra e do bom exemplo. Frequentei várias religiões e tenho bom trânsito entre religiosos de diferentes matizes. Mas foi através da leitura que encontrei mais vezes a mim mesmo nas mensagens e ensinamentos contidos nas palavras. É na leitura que encontro solução para dúvidas cotidianas. E é pela leitura que ofereço um pouco do que aprendo. Faço movimentar o conhecimento, pois o conhecimento estagnado quase não tem valor.

abraçando o livro
Biblioterapia nos hospitais

Existe até a biblioterapia, uma modalidade terapêutica utilizada para tratar doentes com transtornos psíquicos e emocionais. Através da biblioterapia, profissionais como psicólogos, psicoterapeutas e psiquiatras escolhem textos adequados a cada paciente, de acordo com as suas características, atentando para fatores como o tipo de leitura, a extensão dos textos e o ritmo da leitura. A prescrição de leituras pode abranger histórias, comentários sobre essas histórias e interpretação de textos.

Soube que o deputado federal Giovani Cherini criou um projeto de Lei visando incluir a biblioterapia em todos os hospitais públicos do país e nos hospitais contratados ou conveniados pelo SUS. Um dos argumentos utilizados pelo deputado neste projeto destaca que além de tornar o ambiente hospitalar mais humanizado com essa técnica, ela pode amenizar em até 80% os sintomas dos pacientes, dependendo da doença. Os familiares dos pacientes poderão participar das atividades de biblioterapia, contanto que conste da prescrição médica. O projeto também prevê a venda de obras biblioterápicas em farmácias, drogarias e livrarias.

Este deputado também é autor do projeto de lei 3804/2012 que regulamenta a profissão de naturólogo. O termo naturólogo surgiu no Brasil pela primeira vez com a criação, em 1994, do Curso Livre de Naturologia Aplicada, na faculdade espírita Bezerra de Menezes, em Curitiba

A Naturologia foi definida no II Congresso Brasileiro de Naturologia, ocorrido em 2009, como sendo: “um conhecimento transdisciplinar que atua em um campo igualmente transdisciplinar. Caracteriza-se por uma abordagem integral na área da saúde pela relação de interagência do ser humano consigo, com o próximo e com o meio ambiente, com o objetivo de promoção, manutenção e recuperação da saúde e da qualidade de vida.”

Recentemente um estudo desenvolvido pela USP em conjunto com a Unifesp comprovou que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar. É o tão conhecido “passe” do centro espírita. A ciência se aproxima, aos poucos, da realidade espiritual. E iniciativas como essas tendem a diminuir o preconceito e o medo do desconhecido que tantas vezes acompanha quem se depara com a necessidade de apelar para algum método de cura alternativo. Sabemos que a origem da doença é o espírito, que ela apenas se manifesta no corpo físico, e que a obsessão é um fator a ser levado em conta ao se tratar da questão saúde.

Para ler minha opinião sobre as doenças, clique aqui: Espiritismo e as doenças

Não conheço o deputado Cherini pessoalmente, não sou filiado a nenhum partido político e nunca votei nele. A propaganda extemporânea não é motivada por fatores de política, mas pela consideração que o tema merece.

A ciência teima, desde o século XIX, em manter um comportamento científico adolescente, desdenhando de fatos há muito comprovados. O preconceito até agora invicto de reconhecer algo como espírito ou alma ou sede da vida, num dogmatismo cego e tão ridículo quanto o foi o dogmatismo religioso da Idade Média, limitada à comodidade das três dimensões cartesianas, há que se render, mais cedo ou mais tarde, às evidências gritantes de que não somos apenas matéria orgânica.

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