Você já se viu fora do corpo físico? Você sabia que nós saímos do corpo físico quase todas as noites?
Quase todo mundo já teve pelo menos uma experiência de se ver fora do corpo físico. Ou de acordar e não conseguir voltar para o corpo físico, fenômeno conhecido como paralisia do sono ou catalepsia projetiva. Os mais adestrados na saída do corpo físico com consciência praticam a projeção consciente, também chamada de viagem astral.
Este é o tema deste vídeo, em que abordo essas experiências e oriento, brevemente, sobre como agir com elas e como tirar proveito desse fenômeno. Se preferir, leia o texto do vídeo logo abaixo:
Você já teve experiências fora do corpo físico? Eu já. Na verdade, todos nós temos, apenas não lembramos. Mas eu vou tratar das experiências de que nós lembramos, das experiências conscientes fora do corpo físico. Vou falar muito brevemente de três experiências: a catalepsia projetiva, também conhecida como paralisia do sono; o sonho lúcido; e a projeção consciente.
Catalepsia projetiva ou Paralisia do sono
Eu sofri muitos anos com a paralisia do sono. Uma experiência terrível. O mais irônico – ou trágico – da situação é que mesmo quando eu já tinha um razoável conhecimento do Espiritismo (e consequentemente dos fenômenos de desdobramento – ou de emancipação da alma, para ficar na expressão utilizada por Allan Kardec), mesmo assim eu tinha essa experiência e não percebia do que se tratava. Só depois de muitas experiências, algumas delas terríveis, é que eu fui me informar melhor sobre o que me acontecia.
O que é a paralisia do sono?
Paralisia do sono é um estado em que nós acordamos e percebemos que não conseguimos nos mexer. A ciência ortodoxa chama isso de paralisia do sono e atribui esse fenômeno exclusivamente a causas físicas. O pessoal que pratica a projeção consciente ou viagem astral chama esse fenômeno de catalepsia projetiva.
Talvez você já tenha experimentado: isso acontece geralmente ao amanhecer. Você acorda, tenta levantar, ou virar para o lado, e percebe que não consegue fazer nenhum movimento. Você está preso no seu corpo. É a mesma sensação de estar morto e preso ao corpo físico. Estamos conscientes, plenamente conscientes, mas sem domínio sobre o corpo, o corpo não nos obedece. Durante essa experiência é comum ouvirmos vozes, de uma ou de muitas pessoas; podemos ver espíritos ou apenas sentir a presença nítida de alguém; ouvirmos ruídos, chiados – mas a principal característica é estar preso ao corpo, sem movimento.
É normal que o corpo fique sem movimento quando dormimos, é uma defesa natural. O normal é que nós retomemos o movimento instantes antes de despertar. Mas eventualmente pode ocorrer de nós despertarmos e o corpo continuar paralisado.
O que provoca esse estado?
Poucas horas de sono, ou sono de má qualidade; preocupação excessiva; um acontecimento muito marcante – qualquer um desses fatores pode desencadear isso.
Como isso acontece?
O que nós sabemos é que muitos de nós se desdobram todas as noites, nós deixamos o corpo físico todas as noites. Saímos com o corpo astral. O corpo astral é o que modela o nosso corpo físico, os dois são duplicatas perfeitas em matéria diferente, em diferente densidade de matéria. Mas o nosso corpo astral tem todos os órgãos e funcionalidades que o nosso corpo físico tem. Quem conhece Nosso lar, seja o livro ou o filme, notou que André Luiz desencarnado tinha fome, tinha frio, a sua barba crescia, ele sentia os sintomas da doença que o levou a desencarnar – enfim.
Também é normal que quando nós nos desdobramos (quando nós nos afastamos do corpo físico com o corpo astral) é normal que nós assumamos um outro nível de consciência. Podemos assumir um estado de consciência mais expandido, ou podemos apresentar traços de personalidade que normalmente nós não apresentamos.
Quando nós estamos afetados por algum daqueles motivos que eu citei há pouco (má qualidade do sono, muita preocupação ou um evento marcante, traumático) nós ficamos oscilando entre dois níveis de consciência. Podemos estar parcialmente desdobrados, numa atividade qualquer, ou mesmo sem nenhuma atividade, e subitamente assumirmos a nossa consciência atual, ou seja, despertamos muito repentinamente, sem que o cérebro físico desative o estado natural de paralisia que experimentamos durante o sono. Na verdade nós estamos conscientes, mas utilizando o cérebro astral – o cérebro físico continua no estado de sono.
Quando nós tentamos nos mexer e não conseguimos (e quanto mais nos esforçamos mais difícil fica), aí é complicado. É muito comum que ateus e agnósticos orem para Deus ou para Jesus nessas horas. Rezam fervorosamente, pedindo socorro. Isso demonstra que eles estão oscilando entre dois estados de consciência, pois num outro nível de consciência eles não são ateus ou agnósticos.
Eu lembro que no meio dessas experiências eu me dava conta de que não ia conseguir me mexer sozinho, então o meu esforço já não era para tentar mexer o meu corpo – eu tentava fazer barulho para acordar quem estivesse por perto – normalmente a minha mulher. E eu me mexia, com o corpo astral, com muito esforço, e tocava nela, batia nela com o corpo astral para ver se ela acordava para daí me acordar – se tivesse Maria da Penha no astral eu estava ferrado…
Eu lembro que eu dava soco na parede para fazer barulho, e eu ouvia o barulho, só que o barulho era no astral. Tinha vezes que eu fazia tanto esforço que conseguia deslizar até o chão, tudo para chamar a atenção da minha mulher para ela me acordar.
Quando eu finalmente acordava eu percebia que eu não tinha me mexido quase nada, a minha mulher tinha acordado com os meus gemidos.
Quando finalmente eu me dei conta do que se tratava, eu fui perdendo o pavor dessas experiências. Aprendi que para despertar de vez basta mexer a ponta de um dedo, do pé ou da mão, é só manter a calma e fazer um movimento mínimo com a ponta de um dedo.
Logo que eu aprendi a manter a calma eu comecei a aproveitar essas ocasiões para sair do corpo – em vez de assumir o controle do corpo físico, eu assumia o controle do corpo astral. E em seguida, em vez de sofrer com essas experiências, eu passei a provocar esse tipo de experiência para sair do corpo com consciência, o que chamam de projeção consciente.
Para você que sofre com essas experiências: o negócio é manter a calma. Não existe nenhuma forma infalível de evitar a paralisia do sono. Há pessoas que apelam para remédios. Particularmente eu não acho que seja caso para medicação, mas a escolha é de cada um. O que eu aconselho é a aproveitar essa característica para aprender a projeção consciente. A saída do corpo físico com consciência pode ser muito útil para o nosso aprendizado.
Sonhos lúcidos
Vamos falar um pouco dos sonhos lúcidos – os sonhos lúcidos muitas vezes são experiências reais fora do corpo físico.
O sonho lúcido pode ser uma coisa excepcional, que acontece uma ou duas vezes na vida, mas também pode ser uma ocorrência corriqueira, que acontece praticamente todas as noites.
O sonho lúcido pode ser uma experiência interior, uma experiência formada com material do subconsciente. Mas quase sempre é atividade real durante o período de sono físico – é o que podemos chamar de projeção semiconsciente. A pessoa sonha e, a partir de um fato inusitado ou extraordinário do sonho, ela percebe que se trata de um sonho. Eu tinha isso desde os oito anos. Eu costumava sonhar que estava voando. E tinha períodos em que eu sonhava isso com tanta frequência que no meio do sonho (que na verdade não é sonho, é uma experiência real com o corpo astral) eu percebia que estava sonhando e passava a controlar os acontecimentos – até certo ponto.
Por que até certo ponto?
Por que eu não tinha nenhuma orientação a respeito. Mesmo sabendo que era sonho eu sentia algum medo de cair, já que eu estava voando, e isso limitava muito qualquer desenvolvimento da experiência. O medo impede o aproveitamento das nossas experiências. Mas eu me divertia: me pendurava nos fios de luz, às vezes fazia algumas artes, algumas coisas inapropriadas.
O sonho lúcido é uma das maneiras de estarmos conscientes no plano astral. Se você tem um sonho lúcido e não tem medo – ou consegue dominar o medo – você pode modificar o curso dos acontecimentos e ter uma experiência muito proveitosa. Pode visitar lugares, pessoas, algum ente querido já desencarnado.
Vou contar uma experiência que eu tive. Uma noite eu estava sozinho e tentei me projetar. Não consegui. Mas a certa altura eu tive um sonho. Estava perto da casa do meu pai e fui defrontado por um ser assustador – um ser muito agressivo que queria alguma coisa comigo. Pela aparência dele eu percebi na hora que era sonho; não tem ninguém com essa aparência andando pelas ruas. Assim que eu percebi que era sonho eu fiquei consciente. E notei, então, que aquele ser estava precisando de ajuda e que ele seria ajudado naquele momento.
Eu tentei conversar com ele mas não adiantava muito. Então eu vi, na minha frente, uma mulher. Uma mulher negra, jovem, com um rosto muito bonito e um sorriso muito calmo. Essa mulher olhou para alguém que estava atrás de mim e disse: “vamos fazer aquela oração”. Imediatamente aquele ser assustador foi se transformando e era uma pessoa, um espírito com você e eu. Muito sofrido, muito amargurado, mas um ser como nós.
A experiência não foi muito além disso. Mas eu não esqueci o rosto daquela mulher, o sorriso muito calmo, os traços marcantes. Um dia eu estou na Casa do Jardim, um centro espírita no qual eu tenho a honra de exercer alguma atividade – e na cantina da Casa do Jardim eu reconheço aquele rosto. Aquela mulher que eu conheci no astral é a minha querida irmã Andréa Luciane Teixeira, a Déia da Casa do Jardim.
Eu tive muitas outras experiências desse tipo. Mas qual a importância dessa experiência que eu relatei?
Eu percebi que aquilo era um sonho. Nós sabemos que na verdade isso não são apenas sonhos, são experiência reais durante o período de sono físico. Então eu percebi que não estava acordado, que aquilo era uma experiência fora do corpo físico.
Como eu percebi? Podemos pensar que eu percebi porque a situação era estranha, era uma situação que não costuma acontecer no plano físico – mas toda hora nós sonhamos com coisas estranhas e não nos damos conta de que aquilo é sonho.
Por exemplo: recentemente, ainda, eu sonhei que estava com um querido amigo meu e eu caminhava flutuando, caminhava acima do chão – e no sonho aquilo era normal, eu não acordei por causa daquilo. Depois que eu acordei eu lamentei profundamente não ter me dado conta de que eu estava desdobrado.
Para nós percebermos que estamos sonhando nós precisamos de treino. Hoje eu deixei isso de lado por absoluta falta de tempo. Como eu normalmente durmo poucas horas, não posso me dedicar a isso. Mas durante um bom tempo eu anotava todas as minhas experiências oníricas e projetivas (anotava todos os meus sonhos e as minhas projeções).
Anotar os sonhos é muito importante. Nós percebemos padrões nos nossos sonhos, percebemos os sonhos recorrentes e o porquê de termos esses sonhos; nós percebemos os nossos sonhos premonitórios, e além disso nós ficamos muito mais atentos aos sonhos, ficamos mais críticos – quando nós temos um sonho muito estranho nós percebemos que nós não estamos acordados, ficamos conscientes no astral e podemos agir no astral.
Uma coisa que eu fiz que foi muito útil: Eu colocava o celular para despertar no vibracall de 30 em 30 minutos. De meia em meia hora o celular vibrava no meu bolso. Cada vez que o celular vibrava eu olhava bem o ambiente em que eu estava, prestava atenção ao que eu estava fazendo, ao que eu estava pensando, e me perguntava se aquilo era sonho ou era realidade. Dentro de três semanas nós incorporamos esse hábito de nos questionar se estamos acordados ou dormindo, inclusive nos sonhos. A partir daí, dentro do sonho nós nos preguntamos se aquilo é sonho ou realidade. E quando percebemos que é sonho nós ficamos conscientes no astral.
Mas se nós estivermos sonhando, como é que nós vamos saber que aquilo é um sonho?
Se nós estamos em dúvida tem algumas coisas que nós podemos fazer para verificar se aquilo é sonho ou realidade: uma delas, muito simples – e para mim infalível, é puxar o dedo. Como o corpo astral é formado de matéria bem menos densa do que o corpo físico, quando nós puxamos o dedo no astral ele estica, e então percebemos claramente de que estamos desdobrados, de que estamos no plano astral.
Outra maneira de verificar é ligando a luz. Se nós estivermos no astral a luz não irá acender instantaneamente, vai levar uns dois segundos. Outro modo de verificar é ler, pois dificilmente conseguimos ler alguma coisa claramente com coerência no plano astral, é praticamente impossível.
Eu falei sobre a catalepsia projetiva, também conhecida como paralisia do sono, e falei sobre os sonhos lúcidos. Tanto a partir na catalepsia projetiva quanto do sonho lúcido nós podemos ficar conscientes no astral.
A projeção consciente é a saída consciente no corpo astral. Existem algumas técnicas energéticas que se faz para facilitar a separação ou o desprendimento parcial do corpo astral em relação ao corpo físico. Eu poderia falar sobre isso, contar algumas experiências, mas acho melhor deixar isso para os especialistas. E eu recomendo sempre dois ótimos especialistas no assunto que são o Wagner Borges e o Saulo Calderon.
Então quem realmente se interessar sobre o assunto procure os vídeos do Wagner e do Saulo – o Wagner Borges também tem um excelente site com muito material sobre o assunto.
Isso requer muita pesquisa, muito treino, muita vontade, muita perseverança.
Eu preciso deixar dois avisos:
O primeiro é que o assunto “sonhos” chama a atenção de muita gente: eu não interpreto sonhos – interpreto os meus, a partir das minhas experiências;
O segundo é que projeção consciente não é coisa para curiosos. O assunto é sério. A incursão no astral com consciência requer coragem, requer preparo espiritual e exige responsabilidade. Quem se habilita a isso pode se tornar muito útil ao próximo. É possível formar parceria com amigos desencarnados para cuidar de espíritos necessitados, é possível participar de cursos – tenho belíssimas experiências nesse sentido. Mas não é ocupação de lazer.