“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mateus 6:6
Você já ouviu falar que nós morremos todas as noites? Todas as noites, quando dormimos, nos desligamos parcialmente do corpo físico e contatamos mais diretamente com o mundo espiritual. Enquanto o corpo físico repousa, nós muitas vezes estamos em plena atividade.
Eu frequentemente participo de cursos e estudos durante o período de sono físico. Nem sempre consigo lembrar do conteúdo, mas recordo os temas tratados e pessoas com quem estive reunido.
Estamos encarnados, mas permanecemos em contato com o mundo espiritual. Somos espíritos, sempre. Encarnados ou desencarnados. Por isso me chama a atenção o pouco valor que se dá ao período de sono.
Hoje é relativamente comum encontrar pessoas que praticam a projeção consciente. Desdobram-se em corpo astral com lucidez. Mas não precisa ser projetor consciente ou médium para aproveitar as características do período de sono. Muitas pessoas, talvez a maioria, esquecem completamente das suas atividades oníricas. Pensam que não sonham. Mesmo assim, há um fator importante a ser analisado.
Existem dois estados alterados de consciência em que o acesso ao subconsciente é mais fácil. Hipnagogia é o lapso de tempo entre o estado de vigília normal e o sono. Hipnopompia é o lapso de tempo entre o estado de sono e o estado de vigília normal. Simplificando: São os períodos imediatamente antes de dormir e imediatamente depois de acordar.
Nestes instantes em que não estamos nem dormindo nem acordados, nossa consciência sofre ligeira alteração. Coisas graves parecem absurdas e coisas absurdas podem parecer sérias. Nossa consciência não está em pleno domínio de si mesma, não está no comando da situação. Desse modo temos facilitado o acesso ao nosso subconsciente.
Se quiser saber mais sobre o subconsciente leia o artigo Espiritismo e o subconsciente
Não há momentos mais importantes e propícios para a oração em forma de mentalização positiva do que nesses dois períodos. São os momentos em que é mais fácil entrar em nosso aposento interno, na nossa própria intimidade, em secreto. Quem adormece com a mente em paz desperta em paz no dia seguinte, com boa disposição e vontade de trabalhar com alegria o dia inteiro. A autossugestão, a repetição de afirmações positivas, a formação de imagens alegres e vitoriosas, ricas em detalhes, produz resultados inquestionáveis.
O mesmo deve ocorrer ao despertar. O primeiro pensamento ao despertar deve ser de agradecimento, de alegria. Mentalize frases positivas, formule imagens de coisas benéficas que você quer que aconteça. Isso tem que ser feito sempre, tem que ser um hábito, um costume incorporado no cotidiano. Tudo se torna hábito depois de algum tempo de repetição. Com o tempo essa prática se torna espontânea, passa a fazer parte da vida.
Esses dois períodos precisam ser bem aproveitados. São os momentos em que estamos naturalmente mais próximos do outro plano e em que entramos em contato com as profundezas do nosso ser.
Somos nós que escolhemos nosso estado de ânimo. Não podemos evitar sempre o desânimo e os maus sentimentos, ainda estamos engatinhando em matéria de autocontrole. Mas podemos, todos os dias, provocar um estado mais condizente com quem acredita na Vida, com quem acha que vale a pena estar encarnado neste planeta de aprendizado, com quem se esforça para oferecer um pouco de si para o próximo.
Quando estamos bem deixamos os outros bem. Quando estamos contentes, otimistas, sorridentes, confiantes, tornamos o nosso ambiente mais agradável. O contrário também acontece. Isso é passível de ser provado por qualquer pessoa de boa vontade. Só não vê quem não quer ver…