ARTIGO DE AUTORIA DE RODRIGO PNT
É interessante a analogia que podemos fazer dos espíritos que estão reencarnando nos dias atuais com o Satanás teológico pregado pelos católicos e protestantes. Sim, a teologia dos demônios conhecida como demonologia, a queda do anjo Lúcifer provocando toda a perdição humana nada mais mostra que a queda da própria humanidade. Sim, a queda da raça adâmica neste mundo é que trouxe toda essa impressão da existência de um anjo caído expulso da presença da Divindade.
A teologia da igreja formou-se ao longo dos séculos através da consulta dos escritos bíblicos, tanto os livros canônicos quanto os não canônicos, a igreja esteve mergulhada em densas trevas na Idade Média e isso durante mais de mil anos, então tudo o que se tem na teologia moderna nada mais é do que um reflexo disso, da caça às bruxas, aos demônios, das fogueiras, dos suplícios e de toda a guerra em torno do cristianismo com os exércitos católicos envolvendo todo um período de ignorância religiosa extrema, um tempo que ficou registrado na memória da humanidade e que por isso a teologia continua enxergando um deus medieval bruto e inconsequente que se arrepende daquilo que faz e para consertar os seus erros põe a perder as suas criaturas com fogueiras e dilúvios, seja aqui ou após a morte.
Sendo assim, precisa haver uma figura contrária aos seus desígnios para que houvesse justificação à sua cólera é essa figura é Satanás, o anjo rebelde, uma personificação daquele mal que habita dentro do próprio ser humano. Vemos nesse ensinamento quase um ideal de vida em alguns cristãos. Sinceramente, penso que alguns dos crentes que circulam nas numerosas denominações evangélicas hoje, não conseguiriam viver sem a ideia fixa da existência de Satanás. Precisam de um bode expiatório, alguém para acusar, culpando-o pelas suas próprias falhas, já que eles não conseguem lidar com o seu homem interior, como falava Paulo, o apóstolo. Esse homem interior é o monstro mais terrível que conheço, já que se esconde dentro dessa capa de perfeição que nós demonstramos ter, e é isso que vai nos machucar terrivelmente após o desencarne, quando as confrarias sociais findarem e nos depararmos com o que realmente somos.
Alguns não se aceitam e se julgam sem ao menos se dar uma chance, por isso perambulam pelas regiões umbralinas por longos anos, outros na erraticidade perseguindo aqueles que se encontram ainda encarnados lhes frustrando os ideais e procurando um meio de que todos se sintam frustrados como eles, são esses que se transformam nos verdadeiros demônios, tirando proveito da mediunidade ostensiva das suas vítimas e lhes possuindo o corpo, se é que podemos falar assim.
Pessoas doentes durante quase toda a vida, loucas encarceradas nos centros psiquiátricos ou nas cadeias populosas do nosso país, porém certamente que isso tudo não acontece a eles por acaso, mas cada um tem um carma, não que haja um fatalismo nesse carma, porque elas o podem mudar, mas a ignorância misturada com o fanatismo religioso os prejudica mais ainda, tanto ao ente encarnado quanto ao desencarnado, vítima e algoz são prejudicados pelo sectarismo religioso.
A doutrina dos anjos caídos nada mais é do que uma sombra da trajetória da própria raça adâmica decaída do seu estado original, ou seja, quando essa raça não pôde mais continuar habitando no seu planeta de origem por causa da sua conduta errônea, visto que a transição moral e intelectual havia chegado àquele planeta, assim como chegará a este. Sim, eles, o povo adâmico, tiveram que deixar o seu lar visando melhorar-se e após isso voltariam ao planeta de origem, por isso foram trazidos aqui nessa Terra nossa de cada dia. Automaticamente, eles foram os grandes professores do nosso passado remoto e mais atualmente os grandes cientistas de renome que nos proporcionaram um certo avanço científico, mas após tudo isso volveram ao seu planeta de origem nos deixando grande legado, também nas artes.
Os espíritos que encarnam hoje são entes de um passado remoto e cheios de suas condutas retrógradas, alguns são espíritos de controle natural, seres aos quais lhes foram entregues alguns comandos da natureza, ou algumas regiões que após exploradas e chegadas ali o progresso, perderam suas ditaduras de controle espiritual, por isso muitos renascem em meio a guerrilhas em regiões de caos, ou favelas urbanas visando compreenderem o que sua conduta fez, seja no plano espiritual ou no físico, já que tais espíritos foram também grandes reis e líderes do passado daquelas regiões, eles reencarnam ali mesmo para viver tudo aquilo que semearam e dessa maneira podemos dizer que eles caem da sua posição, como Paulo, o apóstolo, fala sobre as potestades e poderes que habitam os lugares celestiais:
“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” Éfesios 3: 10.
Porque pela propagação do evangelho do Cristo bendito essas potestades deveriam entrar em dissolução e assim reencarnar para o aprendizado, por isso vemos hoje muita maldade, pois o que Jesus disse a João na revelação está literalmente se cumprindo:
“Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Revelação de João 12: 12.
Ora o diabo são esses espíritos que estão na erraticidade e governam certas regiões, como dissemos acima, são espíritos antigos e rebelados contra a lei do cosmos os quais perpetuam suas más ações e por isso acontecerá com eles como aconteceu à raça adâmica lá no princípio do nosso planetinha azul, serão extraditados, digamos assim, para regiões inferiores do planeta em formação, o eterno lago de fogo do livro que acabamos de consultar.
O lago de fogo do livro das revelações de João, no capítulo 20, versos 14 e 15, nada mais é que um planeta jovem, ainda se formando, mas esse fogo nós sabemos não ser eterno, visto que dizemos geleiras eternas para algumas regiões da Terra e no entanto sabemos não serem essas geleiras eternas. Lá esses espíritos serão reencarnados e começarão tudo novamente, e após algum tempo de reflexão mudarão os seus atos e poderão retornar. Mas pense o tamanho do legado progressivo que eles deixarão lá. Esse é o nosso Criador, é assim que o vejo, sempre Onipotente, Onisciente e Onipresente, justiça e amor não por atributo, mas sim por essência.
Rodrigo PNT É presbítero evangélico e admirador e estudioso da Doutrina Espírita.