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Os animais têm alma – uma opinião espírita

macaco com cachorro
Os animais têm alma

ARTIGO DE AUTORIA DE SANDRA LEONI

Estudiosos de algumas correntes espiritualistas, ao fundamentar suas opiniões baseadas na afirmativa de que os animais não possuem uma alma, geralmente não se reportam, ainda que de passagem, àqueles humanos sem coração que nem mesmo algum princípio inteligente manifestam quando praticam atos de selvageria e barbárie com outros seres vivos. Seus procedimentos hediondos até cobririam de vergonha e repulsa os animais que de modo algum e sob nenhum pretexto a eles se entregariam, à despeito de sua condição considerada “inferior”.

Evidenciam-se, perfeitamente, nesses casos, atitudes provenientes do instinto bestial ainda latente no racional, nem sempre superior, mas geralmente sujeito a erros e quedas lamentáveis; porque humanos, quando  se dão a estas práticas desapiedadas, parecem comungar a mesma índole nefasta (ou pior) de selvagens ou feras em degraus muito subalternos da Evolução.

Por outro lado alguns animais mais evoluídos exteriorizam atitudes tão enternecedoras quanto inteligentes no trato com os de sua espécie ou não, que se equiparam, sem dúvida, a seres humanos em idêntico patamar de nobres e santas aspirações.

Considerando-se a Alma a geradora dos sentimentos por excelência, muito transparente se torna a afirmativa de que os animais a possuem, quando manifestam atributos dela oriundos, além de sabiamente utilizá-los após reflexões mais ou menos profundas, com a finalidade de escolhas,  arbítrios e deliberações em nada condizentes com o que se possa chamar de instintos.

O sentimento de afetividade nos humanos é sempre considerado uma faculdade de sua alma, não ocorrendo o mesmo quando se trata desta avaliação no tocante aos animais, ou seja, nunca um “ser inferior” seria capaz desta manifestação superior porque age por instinto, apenas.(!)

Não é de se admirar, já que apontamentos históricos nos dão conta de que o orgulho de um patriarcado arcaico, ignóbil e ignorante não atribuía à mulher e aos negros a existência de uma alma, sendo os portadores de pele negra considerados animália à disposição de seus senhores para uso, abuso e exploração ilimitados, com o aval da Santa Madre Igreja.(!)

No tocante ao tópico alma dos animais, também, por quanto tempo ainda precisaremos decantar este absolutismo medieval, sempre que ocorrências meritórias, da autoria dos animais, são relegadas à margem de comentários aprovatórios, sendo sempre o instinto atribuído a todas estas manifestações benévolas, aleatoriamente?!

Por que esta dificuldade, emperrada e enferrujada, de aceitar que, do mesmo modo que alguns animais agem com sentimento, existem humanos que se guiam apenas pelo instinto!?

Em qual imaginária linha demarcatória de conduta moral termina o instinto e principia o sentimento reflexivo do bem e da ética, seja com referencia a humanos e não humanos?

Em qual espécie animal mais adiantada poderemos dimensionar ou não a intensidade destas luzes beneficiadoras da vida se os atos de racionais e “irracionais” se confundem, misturados em algum degrau evolutivo inexpugnável à nossa condição de simples mortais?

Onde o primeiro impulso para atos de abnegação e renúncia, quer eles partam de uma ou outra condição hierárquica evolutiva?

Em que altura o ser humano se despenca do céu de suas aquisições inalienáveis para o abismo de seus instintos primitivistas e, em qual degrau, simetricamente demarcado, um animal se eleva, acima de sua condição “menor”e se destaca, por causa de uma ação superior àquela que seria esperada com os da sua própria espécie?

Que experimentações científicas e/ou compêndios podem, sem o risco de serem tachadas de retrógrados em médio ou longo prazo, desconsiderar fatos comprobatórios dessa realidade, já que, diariamente  noticiários destacam ações de animais doando a própria vida em favor de humanos, nem sempre merecedores desta preciosa dádiva?

Aqueles que tem o privilégio de conviver com seus animais de estimação, em seus lares conhecem, perfeitamente, a diferença de aptidões e temperamentos entre animais da própria espécie (às vezes de uma mesma ninhada), particulares a cada qual, oriundas, não do instinto, mas de uma organização mais complexa e mais nobre: A ALMA.

Em nenhum momento esses tutores questionam a sensibilidade característica de cada qual, já que os podem muito bem compreender, ainda que sem palavras, quando este amor sincero e puro, veemente e cristalino é capaz de se transbordar em ondas de inefável carinho dos olhos reconhecidos de seus protegidos.

Enquanto o tempo não passa, destruindo absurdas convicções do orgulho humano, os animais continuarão aqui ou acolá, salvando humanos de precipícios ou córregos, desabamentos ou inundações, guiando cegos, pajeando bebês, auxiliando em terapias, doando o melhor de si, abnegados e bons, sem se darem conta de seu valor e mérito, apenas pelo prazer de serem úteis – ENQUANTO DEUS OS APLAUDE.

Sandra Leoni é protetora de animais, espírita e vegana

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