Você já se questionou a respeito de quem você realmente é? Você já se perguntou a respeito das forças que movem o seu ser?
O período de transição em que vivemos é propício para o autoconhecimento. Estamos prontos para o começo da viagem para dentro de nós mesmos. Já conseguimos viajar pelo espaço, já fomos até a Lua, há meios de transporte disponíveis para praticamente todo lugar na Terra. Mas a viagem que temos que empreender, realmente, é para dentro de nós mesmos.
Espiritismo e autoconhecimento
Se investigarmos profundamente a nós mesmos, constataremos que há duas forças básicas que nos movem na vida: medo e desejo. Tudo o que produzimos mentalmente tem origem nessas duas forças. Medo e desejo são os princípios fundamentais da manifestação do ser.
Como ainda não somos seres muito equilibrados, experimentamos em nossa vida cotidiana o resultado dos nossos medos e desejos. Desejos nem sempre recomendáveis e medos que há muito tempo já deveriam ter sido superados.
Você sabe, é claro, que tudo o que experimentamos no plano físico é resultado do que é produzido por nossa mente. Os intelectualóides criticam essa afirmação alegando que as coisas que acontecem em suas vidas não foram desejadas nem temidas por eles. Não acreditam, portanto, que a mente é criadora.
Lei de causa e efeito e o pensamento criador
O que eles não sabem (e não se interessam por saber) é que temos vários níveis de consciência. Apenas uma parte muito pequena dos nossos pensamentos atinge a consciência mais superficial – essa consciência que você usa ao ler este artigo.
Temos uma ferramenta eficiente para lidar com o medo e o desejo. Como essas forças são profundas, nascidas das raízes do nosso ser, só podemos atingi-las com uma ferramenta que tenha capacidade de atingir os níveis de consciência mais profundos Essa ferramenta é a imaginação.
A imaginação é a nossa linguagem primordial. Todos os antigos mitos legados pelos povos antigos, toda a linguagem dos antigos livros sagrados é simbólica, formada por imagens. O Evangelho de Jesus oferece os ensinamentos mais profundos através de símbolos, que são imagens. E a imaginação é isso: imagem. Imagem + ação = imaginação. A imaginação é a imagem em ação em nossa mente.
Tente lembrar dos primeiros anos da sua infância. Espero que você tenha tido, como eu tive, a oportunidade de brincar sozinho ou com alguém com quem você tinha grande afinidade. Quando eu era criança, pedaços de madeira se transformavam em ônibus, animais, armas, pontes, ferramentas. Uma folhagem de 20 centímetros era uma árvore, e uma bacia d’água era um rio. As árvores e postes às vezes eram homens. Fora as coisas que não precisavam de nada material para existir. Os inimigos invisíveis com quem eu lutava de espada, os castelos em que vivia, os cavalos em que montava. Quem nunca viu uma menininha brincando de comida de mentirinha?
A reencarnação da criança se completa aos sete anos. Esses primeiros anos de vida são justamente o período em que a criança usa a imaginação sem diferenciá-la, muitas vezes, da realidade. Até essa idade a criança ainda está fortemente vinculada ao plano astral. E, no astral, a imaginação é suficiente para criar o que tememos e o que desejamos – dependendo, é claro, da nossa maior ou menor força mental.
Devemos usar a imaginação para reprogramar as nossas mentes com imagens positivas e boas. Durante séculos e milênios programamos nossas mentes com medos inúteis e desejos equivocados. A tendência é que esses mesmos medos e desejos permaneçam produzindo aquilo que experimentamos em nossas vidas.
A ferramenta que temos para provocar essa reprogramação da mente é a imaginação. Temos que investir na formação de imagens que descrevam detalhadamente tudo o que queremos para a nossa vida, incluindo a maneira como queremos nos sentir.
Para isso, é claro, é preciso dedicar alguns minutos do dia – e policiar a formação de imagens negativas, imagens de coisas que já não queremos mais para a nossa vida. Sabendo que tudo começa na mente, nada mais eficaz que começar a transformação que queremos em nossa vida na própria mente.