Estudo do Evangelho em vídeo, Vídeo

O nascimento de Jesus – Infância de Jesus

Que lições podemos encontrar no nascimento e na infância de Jesus? Neste vídeo,  o 3º de uma série de 30 vídeos de estudo do Evangelho de Lucas, eu abordo o capítulo 2. O nascimento de Jesus e o simbolismo que se encontra por trás da virgindade de Maria e da viagem para o recenseamento. As diferentes maneiras de encontrar o Cristo são antevistas logo na infância de Jesus, e grandes lições nós encontramos também na visita de Jesus ao templo de Jerusalém aos doze anos.

Abaixo você pode ler todo o texto do vídeo.

CAPÍTULO 2

1. E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse
2. (Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria).
3. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.
4. E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi),
5. A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.
6. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz.
7. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.

“… saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse”. – Esse alistamento é o censo, semelhante ao que o IBGE faz hoje. Tanto Lucas como Mateus mencionam este alistamento ou recenseamento.

César Augusto era o Imperador romano. Lembramos que Roma dominava grande parte do mundo civilizado no tempo de Jesus. Toda a região no entorno do Mar Mediterrâneo, incluindo partes da Europa, da África e da Ásia eram dominadas por Roma.

“… todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade”. – Rohden traduz assim: “foram todos para se inscrever, cada um à sua cidade pátria”. Aí já não é na sua cidade, mas na sua cidade pátria, ou seja, na cidade dos seus antepassados.

Acreditamos que seria um absurdo se todos devessem se dirigir à sua cidade pátria, ou seja, à cidade dos seus ancestrais. Isso criaria um trânsito de gente que viraria um caos. Roma entrou para a História, entre outras coisas, pela sua organização administrativa, e não iam inventar uma coisa inviável como essa, de exigir que milhões de pessoas abandonassem tudo para viajarem até as cidades dos seus antepassados.

Até hoje existe um ditado que diz que “todos os caminhos levam a Roma”. No auge do Império romano chegou a haver cento e cinquenta mil quilômetros de estradas. Quem zelava tanto pela organização e pelo livre acesso das suas tropas pelas estradas não faria uma bagunça generalizada como seria o deslocamento de populações inteiras.

Essa análise é importante para percebermos o ensinamento que nos é oferecido por trás da letra do texto. Se o alistamento ou recenseamento não exigia que as pessoas fossem até as suas cidades pátrias, se deslocando pelo país, o que está escrito aqui tem uma razão maior, e nós devemos buscar essa razão no simbolismo que há por trás de todos o atos narrados nos Evangelhos.

José e Maria foram até Belém, cidade de Davi, do qual descendiam, para recensear-se. Quando estavam em Belém chegou a hora de Maria dar à luz e assim nasceu Jesus. Maria envolveu o bebê em panos e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. 

Estalagem ou hospedaria, na época, era apenas um abrigo para os viajantes, não era um hotel. E manjedoura ou presépio é onde se guardava o gado, um lugar junto a casa, onde as pessoas também se abrigavam quando não havia mais lugar na casa. Isso era comum, não há nada de especial nisso. Jesus nasceu de maneira humilde, mas humildade não quer dizer pobreza. Alguns dizem que Deus prefere os pobres, mas isso não é verdade. Deus não faz distinção entre os seus filhos.

Encontramos um simbolismo profundo aqui. O recenseamento, como é narrado no texto, com cada um se dirigindo à cidade dos seus ancestrais, a quem eles chamavam “pais” (“pais” pode designar ancestrais; “irmãos” pode designar parentes), essa viagem representa justamente a volta à origem, a volta ao seu íntimo, a recapitulação das existências anteriores na existência atual por meio da superação de si mesmo, da superação do seu personalismo, da superação do seu ego.

Esta viagem é o encontro com o Cristo interno, é a verdade que vem à tona, a verdade que não depende de aparência, a verdade que pode surgir na humildade da manjedoura. Uma viagem de retorno à origem para que nasça um menino. Um retorno à sua origem divina para que nasça o homem novo, de que nos fala o apóstolo Paulo. É preciso que o homem velho, cheio de preconceitos gerados pelo orgulho e o egoísmo, dê lugar ao homem novo, o homem que reconheceu o seu Cristo interno.

Quando voltamos à nossa origem divina e verdadeira encontramos Jesus. Não é somente através de Jesus que nós chegamos a Deus. Não é nem preciso ser religioso para encontrar Deus. Mas como cristãos nós encontramos no ensinamento de Jesus o guia seguro que nos leva a Deus.

Aliás, este é o sentido que vemos na palavra religião: a religação com Deus, a volta a Deus. Nós partimos de Deus, pois fomos creados por Ele, à sua imagem e semelhança, e após milênios e milênios de experiências em que vamos tomando consciência de nós mesmos e desenvolvendo o nosso livre-arbítrio, nos conscientizamos de que precisamos voltar a Ele.

E nós só encontramos a partícula divina que cada um de nós tem dentro de si mesmo, nós só contatamos com o nosso Cristo interno por nós mesmos, individualmente, virginalmente, sem interferência de quem quer que seja.

Este é o ensinamento da maternidade de Maria para nós. Maria representa cada um de nós. Todos nós temos o Cristo dentro de nós. Maria tem o Cristo dentro de si, e faz uma longa viagem de retorno à sua origem para que nasça o homem novo de dentro de si, este homem novo que foi concebido virginalmente, ou seja, sem a interferência de ninguém, através dos seus próprios conhecimentos e experiências.

Assim com todos nós. Todos nós temos o Cristo interno dentro de nós, à espera do nosso amadurecimento espiritual. Conforme vamos aprendendo e nos desenvolvendo, vamos retornando à nossa origem divina, retornando a Deus, despertando o homem novo dentro de nós.

8. Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho.
9. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
10. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo:
11. Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
12. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura.
13. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo:
14. Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.
15. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber.
16. E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura.
17. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita;
18. E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam.
19. Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração.
20. E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito.

É possível depreendermos do texto que estes pastores fossem os próprios donos da manjedoura em que José, Maria e Jesus estavam.

O aviso do anjo aos pastores é significativo pela sua escolha. Os pastores são os responsáveis pelo seu rebanho. E Jesus disse que nenhuma das ovelhas que o Pai lhe confiou seria perdida (João 10:26-30). Jesus, espírito superior responsável maior pelo planeta Terra, tem a missão de conduzir a humanidade terrena a Deus. É o grande pastor da Terra.

Como os pastores viram o anjo? O anjo do senhor, um espírito superior, pode ter se materializado, tornando-se visível aos pastores. É possível, também, que os pastores estivessem desdobrados, num fenômeno hoje mais conhecido como projeção consciente, em que o espírito encarnado mantém a consciência desperta no plano astral provocando o autodesdobramento.

Na tradução de Rohden diz que os pastores “passavam a noite em claro”, o que bem pode ser, simbolicamente, uma expressão para designar aquele que mantém o domínio da consciência enquanto desdobrado, no controle dos seus veículos de manifestação, o corpo físico e o corpo astral, ou seja, “no domínio do seu rebanho”, “montando guarda sobre o seu rebanho”. É comum para quem pratica a projeção consciente ver e comunicar-se com espíritos desencarnados, já que estão no mesmo plano.

Grande parte do ensinamento de Jesus é construído sobre a importância do controle sobre o pensamento, e nisso também encontramos sentido nos “pastores que passam a noite em claro nos campos montando guarda sobre os seus rebanhos”, ou, para bom entendedor, pessoas que alcançaram algum domínio sobre os seus campos eletromagnéticos, montando guarda sobre os seus pensamentos. Ou, como nos ensinou Jesus, vigiando os seus pensamentos, orando e vigiando.

Os pastores vão até onde estava Jesus (o que parece confirmar que a manjedoura era realmente deles) e falam sobre o que tinha ocorrido a eles.

Vejamos a clareza do simbolismo: Os pastores, ou melhor, as “pessoas que alcançaram algum domínio sobre os seus campos eletromagnéticos”, através do controle dos seus pensamentos, ou seja, “montando guarda sobre os seus rebanhos”, encontraram o Cristo – poderíamos considerar que encontraram o seu Cristo interno, ou que encontraram o homem novo.

Se aceitarmos a hipótese de que a manjedoura era deles mesmos, podemos depreender que eles encontraram o homem novo dentro de sua própria casa, ou seja, estando no seu corpo físico, estando encarnados.

Ao final, os pastores agradeceram a Deus pelo que tinham visto e ouvido. Jesus alerta muitas vezes que devemos ter olhos de ver e ouvidos de ouvir, para que possamos compreender a sua mensagem que é toda espiritual.

Sempre vale a pena lembrar uma palavra de Emmanuel:

“José e Maria dirigindo-se a Belém obedecem à ordenação política de César, mas Jesus vindo ao seu encontro, nas palhas da Manjedoura, fora do ambiente doméstico, mostra que a Claridade Divina pode bafejar os trabalhos da criatura em qualquer parte. O casal de Nazaré não apresenta desculpas a fim de evitar a obrigação devida à ordem, Jesus não apresenta condições especializadas para se oferecer às criaturas”.

21. E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido.
22. E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor
23. (Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor);
24. E para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos.

 Alguns dias depois, cumprindo o que determinava a lei antiga, a lei de Moisés, José e Maria levaram Jesus a Jerusalém, onde ofereceram o sacrifício que a ocasião exigia. Percebemos que, se Jesus fosse Deus, como muitos ainda entendem, não haveria necessidade de apresentá-lo ao Senhor. Pois não seria ele mesmo o Senhor? Por outro lado, notamos que o nome “Jesus” lhe fora posto antes de ele ser concebido, o que demonstra a preexistência de Jesus, e, conseqüentemente, de todos nós.

25. Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
26. E fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.
27. E pelo Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei,
28. Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse:
29. Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra;
30. Pois já os meus olhos viram a tua salvação,
31. A qual tu preparaste perante a face de todos os povos;
32. Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel.
33. E José, e sua mãe, se maravilharam das coisas que dele se diziam.
34. E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado
35. (E uma espada traspassará também a tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.

Um espírito santo estava sobre Simeão. Já vimos que não se trata do Espírito Santo como uma das pessoas de Deus, mas se trata de “um” espírito santo, de um espírito bom, de um espírito dedicado a Deus, certamente o guia espiritual de Simeão.

Este espírito revelou a Simeão que ele não morreria sem ver o Cristo do Senhor. Cristo é como traduziram para o grego a palavra hebraica Messias, era o salvador prometido há muitos séculos em muitas profecias, esperado por todo o povo a que Jesus pertencia. A maioria esperava que o Messias se apresentasse como um grande rei poderoso, por isso poucos compreenderam a mensagem de Jesus.

Movido ou impelido pelo espírito, Simeão foi ao templo e encontrou Jesus. Encontramos novamente alusão aos olhos: “Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois já os meus olhos viram a tua salvação”.

 Simeão acha que já pode morrer em paz porque “os seus olhos viram a salvação”. Simeão teve olhos de ver e encontrou o Cristo. Simeão simboliza todos os que, por meio de uma vida justa, ajustada, alinhada com as Leis de Deus, encontram o Cristo dentro de si.

A expressão “temente a Deus” é infeliz, pois Deus não exige temor, mas obediência. Através da obediência às Leis de Deus, que estão gravadas em nossa consciência, desenvolvemos “olhos de ver” e encontramos o nosso Cristo interno, a partícula divina que habita dentro de cada um de nós.

Primeiro foram os pastores, agora Simeão. Um homem “justo e temente a Deus”. Era considerado um profeta, o que hoje no meio espírita se conhece como médium.

Simeão levou uma vida justa e “temente a Deus”, intimamente ligado ao seu guia espiritual, e esperou muito pelo seu encontro com o Cristo.

Simeão diz que a salvação é para todos os povos, o que deixa claro que a salvação independe de religião.

Preste atenção ao que Simeão diz ainda referindo-se a Jesus:“Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações”.

Jesus despertou e vem despertando muitas consciências. A consciência desperta submete-se quase que imediatamente à Lei de causa e efeito, colhendo o que plantou rapidamente.

Por terem a consciência desperta, muitos caem e muitos elevam-se, reencarnação após reencarnação, de acordo com os seus atos. Todos estamos submetidos à Lei de causa e efeito, que é Lei de Deus. Mas, quanto mais desperto e elevado o espírito, mais rápidos são os seus efeitos, colhendo resultados, muitas vezes, na mesma existência.

Pela consciência desperta ocasionada pelo ensinamento de Jesus, vem à tona a contradição entre palavras e ações, das pessoas que dizem uma coisa e fazem outra bem diferente; ou contradição entre o pensamento e a palavra, em que a pessoa pensa coisas negativas e os seus lábios disfarçam com palavras de efeito, com palavras bonitas.

Essas contradições, vindo à tona, tornando-se conhecidas de todos, revelam os pensamentos íntimos dessas pessoas, os pensamentos dos seus corações, quase sempre poluídos de orgulho e egoísmo, inveja e intolerância.

36. E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade;
37. E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.
38. E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém.

Ana, assim como Simeão, hoje seria, pela visão espírita, considerada médium. Passava os dias servindo a Deus. “Não se afastava do templo, servindo a Deus com Jejuns e orações”.

Em João 2:19-21, é dito que Jesus se referiu ao templo como sendo o corpo físico. Ana, então, não saía do corpo, não se desdobrava, não se projetava, como possivelmente acontecia com os pastores, mas passava em jejuns e orações, ou seja, meditando. Meditava, abstendo-se de coisas materiais, e assim “elevava sua vibração”.

O simbolismo do templo como sendo o corpo físico também é válido para Simeão, que encontrou o Cristo no templo, ou seja, estando no corpo, estando encarnado.

Nós vimos três narrações de encontro com Jesus, simbolizando os diversos modos como cada espírito encarnado encontra o seu Cristo interno. Todas as narrativas mostram que houve uma procura. Jesus disse que “quem procura acha”. Para encontrarmos o Cristo dentro de nós precisamos procurá-lo.

41. Ora, todos os anos iam seus pais a Jerusalém à festa da páscoa;
42. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa.
43. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o soube José, nem sua mãe.
44. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos;
45. E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele.
46. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.
47. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
48. E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.
49. E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
50. E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia.
51. E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas.
52. E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.

Seguindo o mesmo simbolismo do encontro íntimo com o Cristo, nós encontramos nesta passagem outra importante lição. José e Maria subiram com Jesus a Jerusalém, que ficava no alto de uma colina. O provável significado da palavra Jerusalém é “visão da paz”. Subir com Jesus a Jerusalém quer dizer “elevar-se com o Cristo para a visão da paz”

José e Maria, enquanto estão “elevados na visão da paz” com o Cristo, estão bem.

Quando precisam descer, quando precisam deixar para trás a “visão da paz” para voltarem às suas ocupações materiais, perdem o contato com o Cristo.

Ao perceberem que perderam o contato com o Cristo, voltam-se para procurá-lo, procuram entre os parentes e conhecidos, e só vão encontrá-lo ao elevarem-se novamente para a “visão da paz”.

 Lá está o Cristo, no seu lugar, em meio às coisas de Deus. Prevenidos, então, eles descem para as suas obrigações materiais sem descuidarem-se das coisas espirituais, ou seja, em contato com o Cristo.

Isso acontece com todos que descobrem o seu Cristo interno. Todos que despertam para a espiritualidade, num primeiro momento, só têm contato com o Cristo quando estão no alto, quando estão vibracionalmente elevados, em plena visão da paz.

Quando precisam tratar das coisas materiais, dos seus deveres físicos, saem da visão da paz, descem suas vibrações e perdem o contato com o Cristo.

Então se põe a procurá-lo, ainda tentando conseguir o acesso ao Cristo por intermédio de outros, simbolizados pelos parentes e conhecidos, que representam o líder religioso – o padre, o pastor, o dirigente espírita, o babalorixá. Mas não o encontram por intermédio de ninguém. O máximo que um líder religioso consegue fazer por um fiel ou seguidor é apontar o caminho, mas a busca e o encontro com o Cristo são processos individuais, cada um deve fazer por si. Cada um encontra o Cristo “virginalmente”, sem participação externa, pois é um processo individual.

Só vão reencontrá-lo quando elevarem-se novamente alcançando a visão da paz. Vão encontrá-lo em meio às coisas de Deus. Depois de algum tempo e muita disciplina são capazes de descer da visão da paz, de tratar das obrigações materiais sem perder o contato com o Cristo, com a fagulha divina que cada um de nós tem dentro de si, esperando ser despertada e desenvolvida.

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