O mito da caverna, de Platão, se aplica perfeitamente à hipnose midiática atual. Minha opinião espírita sobre o tema…
Quatro séculos antes de Jesus encarnar na Terra, Platão nos alertava para a distorção com que nós observamos a realidade. O mito da caverna conta que alguns prisioneiros vivem, desde o nascimento, acorrentados numa caverna, passando todo o tempo a olhar para a parede do fundo da caverna, que é iluminada pela luz duma fogueira. Nesta parede aparecem as sombras de estátuas de pessoas, de animais, de plantas e de objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros dão nomes a essas sombras e ficam analisando e julgando as situações.
Se um desses prisioneiros se desvencilhasse das correntes para explorar a caverna por dentro e o mundo por fora, conheceria a realidade e perceberia que passou a vida analisando e julgando apenas sombras, imagens projetadas por estátuas. Quando saísse da caverna e entrasse em contato com o mundo real, se encantaria com os seres de verdade, com a natureza real. Ao voltar para a caverna, ansioso pra passar o seu conhecimento adquirido fora da caverna para os outros prisioneiros, seria ridicularizado. Os prisioneiros que não conheciam a realidade não acreditariam no que ele viu e sentiu, pois só eram capazes de acreditar na realidade que enxergavam na parede iluminada da caverna, só acreditavam nas sombras. Iriam chamá-lo de louco, iriam ameaçá-lo de morte se ele não parasse de falar daquelas ideias que pareciam tão absurdas.
A maior parte dos encarnados é como os prisioneiros da caverna. Tem uma visão completamente distorcida da realidade. Como os prisioneiros da caverna, eles só enxergam e só acreditam nas imagens que a grande mídia lhes oferece, aceitam a palavra de revistinhas comprometidas que lhes falam sobre “os últimos avanços da ciência”, sem levar em conta que tecnologia de entretenimento e pesquisas com ratos de laboratório estão longe, muito longe de resumir o que seja Ciência. Aceitam de boca aberta conceitos baratos de pseudointelectuais travestidos de “jornalistas” ou apresentadores de programas de massa. Acatam informações que julgam importantes e que no entanto não afetam em nada suas individualidades, não alteram em nada suas existências, não atingem a sua esquecida consciência. O mundo que a grande mídia vende não representa a realidade. A única maneira de conhecer a realidade é se libertando da influência da caverna midiática de entretenimento barato e cultura de supermercado.
Para uma criança no útero materno a barriga da sua mãe é a realidade. Calor, segurança, conforto. Não imagina que terá que sair. Não acreditaria que existe algo além do útero, algo mais que o interior da barriga da mãe. Quando se aproxima a hora do nascimento, de vir à luz, de sair para o mundo, estranha, fica confusa, não gostaria de interromper aquilo que estava indo tão bem. Tão logo é trazida para fora, começa a perceber a claridade, as cores, outros sons, e logo uma infinidade de coisas e formas desconhecidas e inimagináveis se lhe apresentam aos olhos.
Com a morte, ainda, o fenômeno é semelhante. O medo do desconhecido, a ideia errada de que a única forma de vida é essa, de que tudo se resume à matéria, a desconfiança com um plano desconhecido.
Problemas são oportunidades de crescimento
Tudo isso é tendência à inércia. Tudo isso é medo do desconhecido, é comodismo acomodatício. A Vida é muito mais do que parece ser. Somos seres cósmicos, filhos de Deus todo-poderoso, aprendizes do Cristo. Quanto antes nos libertarmos da ilusão dos nossos sentidos, melhor.