Estudo do Evangelho em vídeo, Vídeo

O jovem rico – Uma visão espírita

O jovem rico é um dos temas abordados neste vídeo, a partir de uma visão espírita sobre o Evangelho de Lucas. Outros episódios são o perigo das riquezas, a parábola da viúva e do juiz iníquo, a parábola do fariseu e do publicano, Jesus e as crianças, e a cura do cego Bartimeu, todos eles do capítulo 18 do Evangelho de Lucas. A temática predominante neste capítulo, como deixo claro no vídeo, é o ensino de Jesus sobre a sintonia que devemos manter com Deus através das Suas Leis. Este é o 23º vídeo de uma série de 30 vídeos em que analiso e interpreto o Evangelho de Lucas.

Abaixo você pode ler todo o texto do vídeo.

CAPÍTULO 18

Este capítulo trata dos cuidados que devemos ter para nos mantermos em boa sintonia mental, buscando o reino de Deus que está dentro de cada um de nós.

1. E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer,
2. Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem.
3. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.
4. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens,
5. Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito.
6. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz.
7. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?
8. Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?

As viúvas eram desprotegidas pela lei, e frequentemente tinham os seus bens dilapidados. Neste sentido é que Jesus chama a atenção dos escribas e dos fariseus nesta passagem de Mateus:“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.” (Mateus 23:14)

Esta parábola tem sentido semelhante ao da parábola do amigo insistente, no capítulo 11. Trata da mentalização, do exercício do controle do pensamento.

O juiz é descrito por Jesus como não temente a Deus e que não respeitava os homens. O que para nós são duas características negativas, na parábola representa a perfeição das Leis de Deus.

O juiz não teme a Deus, pois o juiz simboliza as próprias Leis de Deus, que estão gravadas em nossa consciência. E o juiz não respeita os homens, não dá importância humana aos homens, ou seja, todos são iguais para ele, não merecendo nenhuma distinção ou honraria.

Lucas diz que a parábola de Jesus é sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer (ou esmorecer). A viúva representa o espírito que luta contra a própria fraqueza, que insiste em mudar o seu padrão de pensamentos, vivendo em estado de oração, consultando seguidamente a própria consciência (o juiz) a fim de vencer a sua causa, que é manter o padrão de pensamentos elevado.

É neste sentido que o juiz lhe atende. O juiz é a consciência, e a consciência, se for consultada com frequência, não permite que cometamos erros graves, não permite agressões contra si mesma.

“Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito”. – A palavra grega traduzida como “molesta” é hypopiaze (υπωπιαζη). O verbo hypopiazein quer dizer bater abaixo dos olhos, ou seja, esbofetear.

A consciência, quando é consultada, não quer ser agredida, e julga convenientemente, faz justiça, faz o nosso ajustamento com as Leis de Deus.

“E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?”A palavra grega traduzida como “escolhidos” é eklektôn (εκλεκτων), que deriva de eklesía, que é traduzido como “igreja”. A palavra eklesía é formada pelo prefixo ek, que quer “para fora”, e kalein, que quer dizer “chamar”. Igreja, então, originalmente queria dizer “chamado para fora”; designava a convocação para que os cidadãos se reunissem, fora de suas casas, geralmente numa praça, para deliberarem sobre diversos assuntos.

“Escolhidos”, aqui nesta passagem, quer dizer “aqueles que foram chamados por Deus”, “aqueles que foram chamados para fora”, para fora de si mesmos, chamados para fora do seu pequeno ego humano para religarem-se com Deus.

É a conscientização, o chamado da consciência para o atendimento das Leis de Deus. Jesus diz que o juiz pode parecer demorado em atender – a consciência nem sempre atende instantaneamente. Isso depende do grau de amadurecimento espiritual, do grau de conscientização de cada um. Espíritos acostumados a milênios de erros não mudam de um momento para o outro. Por isso é necessário insistir, orar e vigiar.

“Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” – Já sabemos que o filho do homem é o nosso próximo estágio evolutivo, é no que nos transformaremos, o fruto do homem, o resultado do homem, a consequência da evolução do homem. Jesus deixa no ar a pergunta sobre se nós, quando já suficientemente evoluídos, encontraremos fidelidade na Terra.

9. E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:

10. Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
11. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
12. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
13. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
14. Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.

No final da parábola da viúva e do juiz Jesus deixa a pergunta sobre se o filho do homem encontrará fidelidade na Terra. O filho do homem é o espírito em que já há o predomínio do espírito sobre a matéria, é o espírito que está em harmonia com Deus, o espírito que é fiel a Deus. O sentido verdadeiro de fé é este; fidelidade. Agora Jesus propõe uma parábola em que compara dois tipos de relacionamento com Deus, tomando como exemplo um fariseu e um publicano. Fariseu quer dizer separado – os fariseus eram tidos como perfeitos seguidores da lei e não se misturavam com os demais. Os publicanos eram cobradores de impostos, a categoria considerada mais infame pelos israelitas da época, por servirem ao invasor romano, por viverem em contato com os gentios e por terem fama de desonestos.

Mas, no exemplo de Jesus, o fariseu, apesar de rígido seguidor da lei, faz da sua oração um autoelogio, julgando-se superior, não vendo nada em si mesmo que pudesse ser melhorado, desprezando o próximo, que naquele momento era o publicano. O publicano, pelo contrário, não ousou levantar os olhos e batia no peito reconhecendo os seus erros.

Vimos há pouco que o juiz simboliza a consciência. Para seguirmos as Leis de Deus, que estão gravadas em nossa consciência, o primeiro passo é o reconhecimento dos erros.

O publicano se reconhece como pecador, e “pecado” quer dizer “erro”. Quem não reconhece os seus erros, e, além disso, pensa estar suficientemente adiantado, fica estagnado, não evolui. Para evoluir é necessário a conscientização, o reconhecimento dos erros e a disposição de repará-los.

15. E traziam-lhe também meninos, para que ele lhes tocasse; e os discípulos, vendo isto, repreendiam-nos.
16. Mas Jesus, chamando-os para si, disse: Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus.
17. Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não entrará nele.

Jesus continua a lição sobre a sintonia mental, agora em ponto mais alto, indicando o estado de receptividade necessário para que desenvolvamos o reino de Deus que está dentro de nós. 

A criança tem vontade de aprender; perdoa com facilidade; respeita quem sabe mais que ela; copia mais os exemplos do que as palavras; é receptiva aos novos conhecimentos; sempre tem esperanças; costuma confiar em sua mãe e em seu pai com todo o seu coração. Essa receptividade, esse desprendimento e confiança são condições necessárias para o desenvolvimento do reino de Deus.

18. E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?
19. Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus.
20. Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.
21. E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade.
22. E quando Jesus ouviu isto, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me.
23. Mas, ouvindo ele isto, ficou muito triste, porque era muito rico.
24. E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!
25. Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.

Nesta passagem nós encontramos uma tradução equivocada que altera o sentido de muitos conceitos. Nos referimos ao adjetivo “eterno”.

A palavra grega traduzida como eterno é eônios (αιωνιον), derivada do substantivo eon. Acontece que eon não é e nunca foi sinônimo de eternidade. Nem pela etimologia da palavra, nem pela lexicografia antiga, nem pelo uso. Para designar eternidade há a palavra edos.

Nos clássicos gregos encontramos o uso da palavra eon na Ilíada e na Odisseia, de Homero; em Hesíodo; Sófocles; Hipócrates; Aristóteles e outros, nunca com o sentido de eternidade.

Os clássicos gregos antecedem em aproximadamente 600 anos a Septuaginta, que é a primeira tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego. Na Septuaginta, igualmente, não encontramos o uso do substantivo eon ou do adjetivo eônios com o sentido de “eternidade” ou “eterno”.

No Novo Testamento eon e eônios, juntos, aparecem cerca de 200 vezes, traduzidas com diversos significados, como: mundo, nunca, sempre, idade, tempo, séculos, ciclo.

No tempo de Jesus escritores judeus de língua grega, como Flavio Josefo, não a utilizavam com o sentido de eternidade, e nem depois de Jesus. Os pais da igreja, pelo menos até Santo Agostinho, aproximadamente no ano 400, também não usavam eon com o sentido de eternidade.

Mesmo se aceitássemos a maior imbecilidade dentre todas as coisas ridículas que inventaram a respeito de Deus, que é o castigo eterno, não haveria sentido para se falar em vida eterna como uma promessa de Jesus. Pois quem fosse para o inferno (que não existe) também viveria eternamente. Seria uma eternidade de sofrimento, uma vida eterna de sofrimento, mas, mesmo assim, uma vida eterna.

Quem nos explica o que é esta vida que traduzem como “vida eterna” é Jesus: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. (João 17:3) Isso é uma vida em Deus, uma vida dentro de Deus, uma vida imanente em Deus. Mas uma vida eterna de sofrimento no inferno também seria uma vida eterna. A explicação de Jesus, com a tradução da palavra grega eônios como “eterna” não é coerente.

Se não podemos traduzir eônios como eterno, como devemos traduzir? Talvez o sentido almejado fosse o de vida longa, ou vida plena. Pastorino traduz como vida imanente, do latim imanere, formado pelo prefixo in, que quer dizer “dentro de”, mais o verbo manere, que quer dizer “ficar” ou “existir”.

Imanente, então, dá a idéia de “ficar dentro de” ou “existir no interior”. A vida imanente é a vida plena, a vida em plena comunhão com Deus. Estamos em Deus e Deus está em nós. Temos dentro de nós a partícula divina. A vida imanente é o abandono da personalidade egoística para viver como individualidade divina, instrumento permanente de Deus, veículo de manifestação de Deus.

Se trocarmos, agora, “eterna” por “plena”, a instrução de Jesus é coerente: “E a vida plena é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. (João 17:3)

***

Jesus diz que bom, só Deus. Tudo o que pensamos, sentimos, falamos e fazemos de bom é de Deus. Quando agimos bem somos instrumentos de Deus, quando nos permitimos ser bons estamos servindo de veículo de Deus para a manifestação da Sua bondade. O mal, portanto, não existe em si mesmo. O mal é o afastamento de Deus.

O homem da parábola (chamado “príncipe”) espera, talvez, algum grande segredo, algum truque para alcançar uma vida espiritual mais elevada, mas Jesus diz apenas que ele deve cumprir os mandamentos.

Cumprir os mandamentos era exatamente o que os fariseus faziam. O fariseu citado há pouco por Jesus achava-se a si mesmo muito melhor que o publicano justamente por cumprir os mandamentos. Isso é necessário, mas é apenas exterior.

O homem queria algo mais, mas não estava preparado para o abandono da materialidade, ainda estava preso aos bens materiais. Era possuído pelos bens materiais. Não há nada de errado em possuir, mas em ser possuído pelos bens materiais.

26. E os que ouviram isto disseram: Logo quem pode salvar-se?
27. Mas ele respondeu: As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus.

É o homem que se deixa escravizar pelas sensações da matéria. Mas quando o homem se permite ser instrumento de Deus, Deus age através dele. É neste sentido que Jesus disse, há pouco, que bom somente Deus é. Para nos tornarmos bons precisamos estar em harmonia com Deus.

Jesus nos disse em outra ocasião: Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito (Mateus 5:48). Para nos aperfeiçoarmos precisamos imitar Deus.

28. E disse Pedro: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos.
29. E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus,
30. Que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna.

Jesus fala em deixar casa, pais, irmãos, mulher, filhos. A palavra traduzida como deixar é áfeken (αφηκεν), indicativo aoristo na voz ativa, terceira pessoa do singular do verbo áfesis, o mesmo verbo que é traduzido como “perdoar”.

Vemos, então, que perdoar é libertar-se, deixar para trás. Quando perdoamos uma ofensa recebida estamos nos libertando dessa ofensa e dos seus efeitos, estamos deixando essa ofensa para trás. Pois é o mesmo que Jesus recomenda aqui. Nos libertarmos de tudo o que nos prende à materialidade.

Isso não quer dizer, de modo algum, que devemos negar nossos familiares, ou que devemos abandonar a nossa casa. Temos que nos libertarmos da prisão emocional que nos prende às coisas e pessoas. Deixar para trás o apego, a escravidão.

Jesus nos ensinou a amar ao próximo como a nós mesmos. Nossos familiares são justamente o nosso próximo mais próximo, então é evidente que devemos amá-los. Só não entende este ensinamento de Jesus quem confunde amor com apego.

***

Só para ilustrar: Aqui no versículo 30 nós vemos eon (αιωνι) traduzido como “mundo” e eônios (αιωνιον) traduzido como “eterna”.

31. E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito;
32. Pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido;
33. E, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará.
34. E eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia.

 No versículo 8 Jesus pergunta se nós, quando já suficientemente evoluídos, encontraremos fidelidade na Terra. Agora nos alerta sobre os desafios que esperam o homem quando estiver chegando ao seu próximo estágio evolutivo.

Quando estivermos subindo para Jerusalém (que quer dizer “visão da paz”), quando estivermos subindo um degrau evolutivo, teremos que conviver e instruir os nossos irmãos mais atrasados, chamados aqui de “gentios”. E seremos negados por eles como são negados todos os que se elevam além da mediocridade.

35. E aconteceu que chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando.
36. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo.
37. E disseram-lhe que Jesus Nazareno passava.
38. Então clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim.
39. E os que iam passando repreendiam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!
40. Então Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe,
41. Dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja.
42. E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou.
43. E logo viu, e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus.

O cego estava assentado junto do caminho, estava paralelo ao caminho, mas ainda não estava no caminho. O caminho é o caminho reto das Leis de Deus, que Jesus veio nos mostrar.

No Evangelho de Marcos nós vemos que o cego se chamava Bartimeu, que quer dizer “filho do impuro”, ou “filho da impureza”. Bartimeu já estava junto ao caminho do Cristo, estava prestes a entrar no caminho, mas ainda não percebia a realidade, não enxergava. Mendigava uma chance, implorava para percorrer o caminho. Clamou por Jesus, pediu misericórdia por ainda não estar no caminho, por não enxergar a realidade espiritual.

Era repreendido por suas tentativas de melhora, pelo seu esforço de cura, pela sua intenção de seguir o caminho. As adversidades tentavam calar a sua voz, tentavam desanimá-lo. Quando Jesus o atendeu, quando Bartimeu tomou contato com o Cristo, deixou tudo para trás – conforme é relatado em Marcos, que diz que ele lançou atrás de si a sua capa -, não se deixou prender pelas materialidades, abriu mão das exterioridades, representadas pela capa, e pediu para ver (Marcos 10:50-51).

Queria ver, queria enxergar além da escuridão. Sua fé fez com que ele enxergasse a realidade e seguisse o caminho – fé no seu sentido verdadeiro, de fidelidade.

Qualquer um que se dispõe a ver a realidade do espírito e a seguir o caminho encontra forças insuspeitadas dentro de si. E o caminho não tem volta, não tem retorno, é só para frente. Bartimeu seguiu Jesus, ou seja, foi fiel a Jesus.

Todo este capítulo fala da sintonia mental, da fidelidade. Fé é fidelidade, lealdade, sintonia, harmonia, obediência.

– A viúva não desistia de pedir justiça, simbolizando a persistência no estado de oração, de mentalização positiva, de obediência à própria consciência.

– O publicano, que orava próximo do fariseu, reconhecia sua debilidade espiritual, exercitava a sua consciência reconhecendo os seus erros e predispondo-se a repará-los.

– A mentalização da viúva com a humildade do publicano produzem o estado de receptividade necessário para sintonizarmos com Deus, estado que Jesus nos exemplifica como a criança.

– Para mantermos a sintonia com Deus precisamos nos desapegar do apelo da matéria, como Jesus nos aponta no episódio do homem rico. Só assim entraremos definitivamente no caminho, abrindo os nossos olhos espirituais, assim como fez o cego Bartimeu.

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