Artigo publicado originalmente em 21/12/2012
Vivemos o fim dos tempos. Segundo o Espiritismo, atravessamos o fim de um estágio da humanidade e o início de outro.
Há pessoas que não compreendem as incríveis mudanças que estão ocorrendo no mundo. São pessoas bem informadas. Informadas pela grande mídia, que não tem coragem em noticiar nada que fuja dos seus interesses.
Quando Allan Kardec começou a codificação espírita, na segunda metade do século dezenove, os espíritos anunciaram as grandes transformações que estavam começando. De lá pra cá as mudanças não pararam de acontecer. No tempo de Kardec, o auge da tecnologia era o trem a vapor e o telégrafo. Os modelos familiares eram os mesmos há milhares de anos, as relações de trabalho eram unilaterais, praticamente não existiam leis sociais.
O mundo mudou demais. E continua mudando. A todo o momento. Quantas vezes você já ouviu falar no fim dos tempos? Vivemos o fim dos tempos. Atravessamos o fim de um estágio da humanidade, marcado espiritualmente como de provas e expiações, e nos encaminhamos para um novo estágio, uma era de regeneração espiritual dos que aqui permanecerem.
A tecnologia é responsável por grande parte da mudança de hábitos. A informação ficará cada vez mais acessível a todos, indiscriminadamente. Com a universalização das informações, em pouco tempo não haverá espaço para segredos. Qualquer pessoa poderá acessar dados sobre a vida e os atos de outra pessoa, o tempo todo. Não sobrará espaço para se fazer nada escondido.
Isso acarretará em profundas mudanças de comportamento. Ninguém poderá esconder nada de ninguém. O único refúgio continuará sendo o pensamento. Mas ninguém consegue fugir de si mesmo por muito tempo.
O conforto proporcionado pela tecnologia nos levará à saciedade. Não havendo mais o que buscar na matéria, seremos obrigados a buscar em nós mesmos. Esse processo já está começando. Já é comum vermos pessoas em grupo mas cada uma acessando um aparelho tecnológico. Isso é comum nos bares e restaurantes, onde pessoas se reúnem e ficam sós, cada qual acessando seus contatos virtuais. Estamos cada vez mais próximos e cada vez mais distantes.
As redes sociais já fazem parte do cotidiano de milhões e milhões de pessoas, ocupando um espaço cada vez maior. A tecnologia vai fazer com que nos tornemos cada vez mais seletivos. Cada vez mais iremos nos relacionar com os que compartilham de nossas ideias.
A tecnologia nos propiciará a união de nossos pensamentos. Não está longe o dia em que milhões de pessoas sinceras se unirão no mesmo instante em pensamento elevado e transformador. E quando ficar claro o poder que alcançamos em união, tudo se tornará mais fácil. Transformações políticas e sociais estarão ao nosso alcance.
Esse tempo de loucura e ansiedade vai passar. Ficarão relatos, que nem sempre serão acreditados. Assim como hoje nós temos dificuldade de entender o passado, um dia acharão muito estranho a maneira como vivemos hoje. Basta lembrar que até pouco mais de cem anos atrás havia escravidão no Brasil. Homens e mulheres tinham dono! E, por favor, não diga que a escravidão continua de outras formas, como a injustiça social. Nada se compara à escravidão.
No entanto, isso já passou. Na época, muitos achavam que não ia acabar nunca, muitos se desesperaram e desacreditaram do futuro. Mas tudo passa. O tempo louco e acelerado de hoje é oportunidade inadiável de reajuste, de reforma íntima, de mudança de valores.
Sejamos gratos à Vida. Sejamos gratos à misericórdia infinita de Deus, que sempre nos concede novas chances de recomeçar. Sejamos gratos a esse período privilegiado em que vivemos, em que somos ou podemos ser protagonistas da mudança que há de vir.