Artigo publicado originalmente em 19/07/2012
Você acha que consegue ser feliz sem culpa? Como fazer isso? O fato é que o sentimento de culpa adia indefinidamente qualquer possibilidade de ser feliz.
O que você tem feito pela sua felicidade? Você acha que merece ser feliz? Que bom se a resposta a essa última pergunta é um “sim” óbvio. Você deve saber que ainda há muita gente que sente culpa por se sentir feliz. Com isso, seus momentos de felicidade nunca são completos.
Eu afirmo que existem momentos de felicidade completa. Não me venha argumentar com a felicidade dos anjos, que é incomparável com a nossa. Não estou falando em anjos (ou espíritos puros, para o espiritismo), estou falando em nós; em mim, em você, em nossos próximos. Eu mesmo, de vez em quando, vivo momentos em que não falta nada para que os chame de felizes. Você também, provavelmente.
As pessoas têm me perguntado frequentemente se eu pratico tudo o que escrevo. É claro! Se fosse para escrever algo que não sigo, ou que não acredito, escreveria ficção! Se me perguntarem se tudo está sempre ótimo pra mim, se estou sempre sorridente e tranquilo, a resposta será diferente… Somos aprendizes, todos nós. O que nos diferencia uns dos outros é a persistência em praticar o que se sabe ser verdadeiro.
O que é inegável é que há algumas condições propiciadoras da felicidade. Condições que nos predispõe mais facilmente à felicidade. O trabalho, a sensação do dever cumprido, fazer o que se sabe que deve ser feito. Sem o preenchimento desses itens, você pode passar a vida no topo de uma montanha em posição de lótus e dizendo “om” que não vai adiantar nada.
Por outro lado, mesmo que se cumpra com esses requisitos básicos, há alguns impedimentos. O maior deles, sem dúvida alguma, é a culpa. E a culpa merece alguns parágrafos à parte.
O sentimento de culpa adia indefinidamente qualquer possibilidade de ser feliz. Sentir culpa é não aprender com os próprios erros, não tirar lições dos equívocos cometidos. Todos erram, faz parte do processo de aprendizado. Fico muito contente quando encosto a cabeça no travesseiro e constato que não cometi nenhum erro grave durante o dia. É motivo de comemoração íntima. Mas os erros, assim como os acertos, tem a função de nos ensinar. Tudo, na passagem pela matéria, é oportunidade de aprendizado. Quando não conseguimos aprender com os erros surge o sentimento de culpa.
Não adianta nada ficar lamentando pelo erro cometido. Ficar choramingando e se lamuriando só agrava a situação. Errou? Que pena! Vai chorar por isso? Espere pra chorar quando conseguir reparar ou compensar o erro cometido. Chore de alegria, chore de gratidão pela infinita misericórdia de Deus, que sempre lhe oferece novas oportunidades na vida. O que é a reencarnação senão uma nova oportunidade? Não é a culpa que vai resolver seus conflitos internos. Só o que você consegue com a culpa é a paralisação e a perda de energias.
A busca é incessante. Se deixarmos de buscar, se pararmos de nos esforçar, tudo pára, tudo fica estagnado. Você não pode parar, você é espírito imortal perfectível, você é muito mais do que consegue imaginar. Nesse processo de busca é preciso estar sempre aberto para novos conhecimentos, novas possibilidades. Quantas vezes você já constatou que as coisas não são exatamente como você pensava?
Ame! Ame aos outros, mas ame primeiro a você mesmo! Você é digno de todo o amor do mundo! Seja mais tolerante com você, reconheça suas limitações. Nenhum de nós vai virar São Francisco da noite para o dia. Não podemos deixar de tentar a reforma íntima nunca, em nenhum momento, mas a cobrança interna tem que estar de acordo com nossas possibilidades. De que adianta se sentir culpado pelo que você fez ou deixou de fazer? Tudo o que você planta, você colhe. Mas a colheita dos erros não quer dizer castigo. Ninguém está aqui pra sofrer. O sofrimento é a última alternativa de aprendizado. Não é a norma. A norma é aprender com tranquilidade.
Se você eliminar a culpa e se propor a aprender com os erros, verá que o universo conspira a seu favor. Você já ouviu isso em algum lugar, né? Eu já ouvi e li isso muitas e muitas vezes. Custei a acreditar que a verdade fosse tão simples… Tudo bem, tive uma ou duas décadas mais trabalhosas que o necessário, mas tudo bem. Está em tempo de ser feliz.