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Lords of Karma – visão espírita

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Você já pensou que nós podemos estar sendo enganados há muito tempo pelos espíritos que se apresentam como guias, como mentores? Existe uma espécie – aliás, várias espécies – de teorias conspiratórias a esse respeito. Em tempos de internet, onde cada um dá a sua opinião, onde cada um escreve o que bem entende, é muito comum nós nos depararmos todos os dias com novas teorias.


A esse respeito eu recebi esse comentário no YouTube:

”Há uns bons tempos venho me dedicando, modestamente, ao estudo do Espiritismo. Entretanto, me deparei com outra teoria. Tal teoria se baseia no fato de que existem entidades denominadas “Lords of Karma” que, a princípio, seriam responsáveis por manter nossos espíritos no que chamam de “After-Live Review Trap” (alguma coisa como “armadilha após a revisão da vida”), nos mantendo prisioneiros na Terra e nos convencendo a reencarnar sucessivamente por motivos escusos de tais entidades-parasitas. Segundo tal teoria, esses seres aparecem no pós-morte, nos apresentam uma espécie de filme compacto de nossa última existência, nos levam para um local imaginário (ao estilo “Nosso Lar”) onde somos convencidos a firmar acordos para reencarnar sucessivamente – ou seja, seriam os tais mentores-manipuladores por trás de toda a Doutrina Espírita que conhecemos.

“Segundo tal teoria, essa armadilha nos impede de nos libertar de um planeta nível prisão, nos convencendo de que não há alternativas aos seus ensinamentos e não permitindo nunca a liberdade – apesar de promessas de que após a depuração do espírito por diversas reencarnações alcançaríamos um outro grau de evolução que nunca chegaria.

“Gostaria de suas considerações a respeito de tal possibilidade e de saber se você está a par de tal teoria. O ponto de partida que é apontado em tal teoria é não seguir a luz logo após a morte e não se deixar enganar pelo flashback de nossa recente existência e nossos erros – que seria a armadilha sendo armada por tais entidades, denominadas às vezes como Arkons.

Eu já li alguma coisa a respeito dessa teoria, não vi coerência nenhuma. O que chama a atenção, para nós espíritas, é que essa teoria bate de frente com o que nós aprendemos no Espiritismo, ela parte justamente do pressuposto espírita, ou seja, para compreender essa teoria é preciso compreender o Espiritismo.

Nós poderíamos debater os argumentos dessa teoria, refutar as suas afirmações, mas isso consumiria muito tempo. Como saber quem está mais próximo da verdade?

Jesus disse que pelo fruto se conhece a árvore. A prática do Espiritismo, por parte de quem já compreendeu os seus princípios, de quem interiorizou os seus ensinamentos, de quem vive no seu dia-a-dia o seu processo de espiritualização, é uma coisa muito boa. A maior parte dos meus dias, particularmente, é de um prazer imenso – mesmo com todas as dificuldades, com todos os problemas que a vida normalmente nos apresenta. É um prazer íntimo, um prazer espiritual. Eu duvido que qualquer defensor dessa teoria sinta o que eu sinto.

A teoria em si é uma questão de crença, assim como grande parte da Doutrina Espírita é questão de crença. Então nós temos que usar a razão, temos que buscar respostas e chegar a uma conclusão. Particularmente, eu não perco o meu tempo com esse tipo de teoria. Isso são teorias particulares saídas de mentes imaginativas. No fundo, o que leva as pessoas a criar esse tipo de teoria é a preguiça, é o comodismo, é o inconformismo contra a Lei – porque seguir a Lei dá trabalho, seguir a Lei exige esforço, exige disciplina, e como uma forma, então, de negação da obrigatoriedade de seguir a Lei para sermos felizes, as mentes mais imaginativas acabam criando as mais diversas teorias.

Tem a questão de não seguir a luz. A luz e o flashback, esse filme que passa em nossa mente, são relatados em milhares de casos de EQM, as experiências de quase morte. O Dr. Raymond Moody dedicou grande parte da sua vida a estudar esses casos de experiências de quase morte.

Nesse caso, então, os chamados senhores do carma, citados nesta teoria, teriam se equivocado? Teriam se enganado pensando que essas pessoas morreriam e elas não morreram?

Porque a teoria diz que são os senhores do carma que fazem que nós vejamos essa luz e que passe esse flashback, esse “filme” em nossa mente.

Segundo dados da ONU, morrem 102 pessoas por minuto em todo o mundo. Será que tem senhores do carma suficientes no planeta para recepcionar todas essas pessoas que morrem com uma falsa luz, com um flashback e uma conversa mole de mais uma reencarnação?

Mas não são só as pessoas que morrem ou que quase morrem que veem a luz: há muitas pessoas que têm experiências místicas que também veem a luz. Há projetores conscientes que veem a luz. Eu já tive experiências com luzes. Quanto ao flashback, ao “filme da nossa vida” – isso acontece, eventualmente, pelo menos de forma fragmentária, com pessoas que fazem terapia de vidas passadas, ou em experiências místicas, ou em projeções conscientes – eu já tive acesso a cenas de outras existências projetado, desdobrado no plano astral.

Será que todo mundo está enganado, todo mundo é iludido e só esse maluco ou essa meia dúzia de malucos é que estão certos? Como eles obtiveram essa informação?

Porque, se isso fosse verdade, e se essa informação tivesse chegado só a eles, eles devem ser pessoas muito especiais!

Tem uns malucos aqui no Brasil que compraram essa ideia e estão aproveitando para ganhar algum dinheiro. Tem um aí que cobra 3 mil reais pra fazer uma tal de “iniciação do salto quântico genético”.

Todos os dias aparecem novas teorias. No espaço de comentários do meu canal no Youtube às vezes aparece alguém para “corrigir” tudo o que o Espiritismo ensina. Ele é que está certo, porque “ele viu”, “ele sabe”.

Essa luz que aparece é nossa mesmo. Tanto a luz quanto o filme são nossos, é material nosso, do nosso interior. Nós somos seres de luz – isso não é modo de dizer, a nossa natureza íntima é luz – e tudo o que nós já vivemos, tudo o que nós já experimentamos está gravado dentro de nós. Isso pode ser comprovado pela experiência própria. Mas isso exige muita dedicação, exige tempo, e são acontecimentos íntimos, não tem como provar pra ninguém.

Temos que evitar esse tipo de teoria. Até certo ponto é bom nós analisarmos outros pontos de vista, outros modos de ver e de pensar. Mas com a internet, hoje, tem muita coisa sem pé nem cabeça que acaba nos tomando muito tempo – e o nosso tempo é precioso.

Conheça meu canal no Youtube!

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