Jesus veio nos revelar Leis cósmicas eternas, válidas em qualquer parte do universo.
Sempre que se fala em Jesus logo se pensa em virtudes, em preceitos morais. É verdade que Jesus nos legou ensinamentos morais importantes. Mas um dia vamos ver isso de outro modo.
Daqui a algum tempo, talvez em nossa próxima reencarnação, vamos perceber que Jesus veio nos revelar Leis cósmicas eternas, válidas em qualquer parte do universo.
Nós somos energia, nós somos espíritos imortais e nos manifestamos através do pensamento. Jesus veio nos mostrar o poder e a importância do pensamento. Se hoje, em pleno século XXI, não estamos preparados para compreender isso de maneira clara, como é que o povo da época iria entender?
Por isso tantas parábolas, por isso a linguagem que dá ensejo a várias interpretações. Cada pessoa, dependendo de sua capacidade de apreensão e análise, pode entender o evangelho de uma forma diferente. E todos, de algum modo, estarão certos.
Estamos muito longe de praticar as virtudes cristãs. Gostamos de falar sobre elas, precisamos comentá-las, lembrá-las, para ter sempre em mente que é preciso mudar, que é preciso progredir espiritualmente. Mas não as compreendemos direito.
Se compreendêssemos as virtudes, não as chamaríamos de virtudes. Seriam apenas leis. Por exemplo: Quem é modesto não sabe que é modesto. Quem é modesto não se apega ao seu suposto valor, ao seu suposto talento. Quem é modesto não percebe suas qualidades dignas de admiração e elogios. Se ele percebe essas qualidades em si, já não é modesto. Mas, se quem é modesto possui um grande talento, como ele não percebe esse talento? Ou ele é hipócrita ou ele acha que seu talento é coisa absolutamente normal.
Da mesma forma acontece com as virtudes cristãs. Se as compreendêssemos, nem as classificaríamos como virtudes. Seriam comportamentos normais, como na verdade são.
A norma, a regra, a Lei é ser virtuoso, é ser reto, é ser íntegro. Isso não é virtude, é Lei. Jesus veio nos ensinar Leis imutáveis e eternas.
– Hoje achamos que ser bom é virtude, mas ser bom é obrigação;
– hoje achamos que ser misericordioso é virtude, mas isso é inteligência, pois é através da misericórdia e do perdão que nós nos libertamos dos laços que nos freiam a caminhada;
– hoje nós achamos que ser compreensivo é virtude, mas compreender é fruto da experiência, é se olhar no espelho que a outra pessoa representa para nós, pois todos somos espelhos uns dos outros;
– hoje achamos que ser humilde é talvez a maior virtude cristã, mas ser humilde é apenas ser como se é, nem mais, nem menos, nem acima, nem abaixo.
A maior parte do sofrimento humano terminaria imediatamente se eliminássemos o orgulho, o egoísmo e o sentimentalismo. O orgulho e o egoísmo são nossos grandes defeitos, todos os outros defeitos derivam destes dois. Mas é preciso considerar que o sentimentalismo também gera muito sofrimento.
O apego a coisas, situações, costumes e pessoas. Muitos sentimentos, quando exagerados, se tornam prejudiciais, se transformam em sentimentalismo barato. Sentir pena em demasia, não conseguir se distanciar de alguém, fazer vontades e ceder aos caprichos de alguém em nome do amor, tudo isso é sentimento deturpado.
O que Jesus nos ensinou é eterno. Mas um dia veremos seu ensinamento com outros olhos. Tudo o que ele nos revelou tem a ver com o pensamento. Seu ensino é sobre o pensamento. O que ele nos legou é tão verdadeiro, tão poderoso, que ainda não fomos capazes de compreender completamente.
Foi necessário que ele revestisse seu ensino com preceitos morais. Foi a maneira de ele se fazer entender, pelo menos em parte. E foi a maneira de evitar que seu ensino caísse em mãos erradas, o que colocaria tudo a perder. O conhecimento das Leis que Jesus nos ensinou tanto pode ser usado para o bem quanto para o mal. Por isso tantos preceitos morais, por isso dois mil anos de obscurantismo religioso. Tudo tem sua razão de ser…