Estudo do Evangelho em vídeo, Vídeo

Fé não é crença, fé é fidelidade

Fé é fidelidade, lealdade, obediência, sintonia, harmonia com Deus. Quem tem fé tem crença. Mas quem crê não tem, necessariamente, fé. Neste vídeo estudamos o capítulo 17 do Evangelho de Lucas, onde há vários ensinos que corroboram essa visão da fé. Este é o 22º vídeo de uma série de 30 vídeos em que analiso e interpreto o Evangelho de Lucas.

Abaixo você pode ler todo o texto do vídeo.

CAPÍTULO 17

1. E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem!
2. Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos.

A palavra grega “escândalon” (no plural σκανδαλα) designa uma armadilha, uma pedra de tropeço onde caíam os animais. Representa aquilo que nos faz tropeçar e cair.

As quedas, no estágio evolutivo em que se encontra a humanidade, são muitas vezes inevitáveis. Mas aquele que faz tropeçar, o responsável pela queda, será cobrado por isso. Jesus se utiliza de uma imagem forte, provavelmente de uso comum na época, para evidenciar a gravidade do ato de provocar a queda do próximo.

Os pequeninos a que se refere Jesus são os espiritualmente pequenos, os que estão tomando consciência das coisas do espírito. Se Jesus está se referindo aos espiritualmente pequenos, a advertência dele é para os que têm ascendência sobre estes pequenos. Aos que ensinam, em qualquer área, mas principalmente aos que tratam das coisas do espírito, aos evangelizadores. Quem ensina errado provoca uma reação em cadeia, pois este erro pode se espalhar de maneira incontrolável, atingindo muitos espíritos, encarnados e desencarnados. A responsabilidade de quem evangeliza é muito grande. Quem fizer alguém tropeçar, alguém cair, será corresponsável por esta queda.

Lembramos que a palavra pecado significa, originalmente, queda. Pecado, do latim peccare, pé + cádere, pé – cair, cair com o pé, tropeçar.

3. Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe.

4. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe.

A palavra grega traduzida como pecado é “amartion” (no infinitivo αμαρτη), que quer dizer erro.

A palavra traduzida como arrependimento é metanoia, que á a mudança de mente ou conscientização.

A palavra traduzida como perdão é “áfese” (αφησε), que quer dizer libertar, deixar ir.

Somos todos filhos de Deus, então somos todos irmãos. Se alguém errar contra nós, devemos chamar a sua atenção para que ele perceba que errou; se ele se onscientizar do seu erro, mudando a sua mentalidade, devemos libertá-lo do erro cometido, facilitar, pela demonstração de compreensão, a sua libertação do erro.

Nós não devemos ficar presos ao erro. Se alguém erra contra nós, temos que perdoar, ou seja, nos libertarmos do erro cometido. Deixar ir, deixar para trás o erro.

Jesus nos ensina, nesta passagem, a ajudarmos ao nosso irmão que errou na sua libertação, demonstrando compreensão e ausência de rancor ou mágoa, quantas vezes forem necessárias.

5. Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé.
6. E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria.

Geralmente as traduções trazem, como aqui, “se tivésseis fé como um grão de mostarda”, mas o correto é tendes fé, e não se tivésseis fé. No texto original grego o verbo é êikete (ειχετε),  indicativo presente ativo, segunda pessoa do plural. A Bíblia de Jerusalém traduz o tempo do verbo corretamente.

Jesus alertou sobre a responsabilidade que temos com os espiritualmente pequenos e sobre aqueles que cometem erros contra nós. Por isso os apóstolos pediram que acrescentasse a eles a fidelidade. A palavra grega que é traduzida como é pistis, que quer dizer fidelidade, lealdade. O que eles estão pedindo a Jesus é uma maior fidelidade a Deus, maior harmonia, sintonia com Deus.

Para colocar em prática o que Jesus acabou de ensinar é preciso estar em sintonia com Deus, e a fé ensinada por Jesus é exatamente isso. Não tem nada a ver com crença. Crer em Deus não faz de ninguém, necessariamente, uma pessoa melhor. Mas estar em harmonia, em sintonia com Deus, ser fiel às leis de Deus, isso sim nos aproxima de Deus. Isso é a imitação de Deus.

Jesus não atende o pedido dos apóstolos. Dá a entender que com a pequena fé que nós temos nós já somos capazes de fazer coisas aparentemente impossíveis. Isso confirma que fé é fidelidade às Leis de Deus.

Fé pressupõe ação. O que nos falta, quase sempre, é ação. Nossa fidelidade a Deus compete a nós mesmos, somos nós que temos que desenvolvê-la e aprender a utilizá-la.

A propósito da fidelidade, da sintonia com Deus, Jesus conta a parábola do servo inútil:

7. E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te, e assenta-te à mesa?
8. E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu?
9. Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não.
10. Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.

Nesta parábola Jesus continua o ensinamento sobre a fidelidade a Deus, que é tão mal-interpretada quando lhe atribuem o sentido de crença.

Os apóstolos queriam que lhes fosse acrescentada fidelidade. Jesus está explicando como deve ser esta fidelidade. É a mesma fidelidade que um servo devia, naquele tempo, ao seu senhor. O que importava era a vontade do senhor, ao servo competia apenas cumprir as determinações do seu senhor.

Essa deve ser a nossa relação com Deus. Imitar Deus. Fazer o que sabemos ser a Vontade de Deus. Vivermos em função da Vontade de Deus, não da nossa vontade.

Isso pode parecer exagerado, mas esse é o caminho da libertação da dor.

O caminho que leva a Deus é uma reta. Se seguirmos por esta reta estaremos sendo fieis a Deus. Se nos desviarmos do caminho experimentaremos a dor, pois a dor é apenas um mecanismo que nos avisa que nos afastamos do caminho reto das Leis de Deus.

A verdadeira felicidade, que só conhecemos intuitivamente, está justamente em seguirmos as Leis de Deus, em estarmos em harmonia com a Vontade de Deus, em sintonizarmos com Deus. Somos servos inúteis porque o pouco bem que fazemos não o fazemos por nós mesmos, mas é Deus que age através de nós. Assim como um senhor agia através dos seus servos, fazendo cumprir a sua vontade por intermédio dos seus servos, assim também Deus se manifesta através de nós, quando nós estamos receptivos a Deus.

A oração de São Francisco começa dizendo: “Senhor, fazei-me um instrumento da vossa paz”. Ser fiel a Deus, ser como um servo de Deus é isso – transformar-se em instrumento da paz de Deus.

Se levarmos em consideração os muitos erros que já cometemos e as inúmeras oportunidades que Deus nos concede, mesmo depois de tantos erros, perceberemos que somos devedores de Deus. Aliás, tudo pertence a Deus, e o pouco bem que fazemos não é mais que nossa obrigação, ou, se nos consideramos devedores, é o pagamento de empréstimos.

Este ensinamento de Jesus, se tomado isoladamente, pode parecer duro ou difícil de praticar. Mas lembramos que no capítulo 12 do Evangelho de Lucas há a parábola do servo vigilante, em que Jesus nos mostra que o servo que permanecer vigilante será servido pelo seu senhor. Pois quando servimos a Deus somos automaticamente servidos por Ele.

O primeiro beneficiado pelo bem praticado é sempre quem o pratica. O servo deve considerar-se inútil para que não caia no erro de servir esperando recompensa. Mas a verdade é que o ato de servir é a própria recompensa.

Se prestarmos atenção ao trabalho do servo podemos perceber características do trabalho de evangelização: Trabalhar a terra e guardar os animais. Trabalhar a terra para semear, simbolizando a semeadura da palavra de Deus; guardar os animais, simbolizando a condução e o cuidado de espíritos em aprendizado – os espiritualmente pequenos de que Jesus nos fala no início deste capítulo.

O servo fiel a Deus semeia o ensinamento espiritual, conduz os espíritos em aprendizado pelo caminho reto que leva a Deus e continua trabalhando à noite. Ao chegar em casa, ainda há trabalho a fazer.

Para quem está comprometido com a espiritualização, a atividade continua à noite, durante o período de sono físico. Enquanto o corpo físico repousa, o espírito, parcialmente liberto da matéria, permanece servindo e se instruindo.

11. E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia;
12. E, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe;
13. E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós.
14. E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.
15. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz;
16. E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano.
17. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove?
18. Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?
19. E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.

Desde o capítulo 9 Lucas narra que Jesus está indo para Jerusalém. O Evangelho é um guia seguro para as nossas vidas. Jerusalém quer dizer “visão da paz”, Samaria quer dizer “torre de vigia”. Um significado provável para Galileia é “jardim fechado”.

Jesus, para ir a Jerusalém, passou por Samaria e Galileia. Para acompanharmos o Cristo e alcançarmos a visão da paz (que é o significado de Jerusalém) temos que nos elevarmos e vigiarmos (que é o significado de Samaria), mantendo-nos protegidos dentro de um jardim fechado, ou seja, isolados de interferências negativas.

Dez leprosos apresentaram-se a Jesus e ele não diz, como costumava, que eles estavam purificados ou curados. Manda eles se apresentarem diretamente para os sacerdotes.

Já vimos que o leproso era considerado espiritualmente impuro e não podia participar da vida em sociedade nem vivenciar a religião. Para que ele pudesse voltar à vida em sociedade ele devia ser declarado “puro” pelo sacerdote.

Jesus está nos ensinando a nos anteciparmos aos resultados da nossa vontade. Está nos ensinando a agirmos como se já tivéssemos alcançado aquilo que queremos alcançar. Está nos instruindo a sentirmos, agirmos, pensarmos, falarmos como se aquilo que nós queremos alcançar já fosse realidade. Jesus está demonstrando que a realidade, antes de manifestar-se materialmente, é realidade na mente. Tudo começa na mente. Tudo começa pelo pensamento.

Jesus, ao mandá-los apresentarem-se aos sacerdotes, está respeitando a religião e os costumes vigentes e nos ensinando que não devemos impor novas crenças às pessoas. Jesus não exigiu que aquelas pessoas adotassem novas crenças porque foram curadas.

Todos ficaram limpos, mas só um voltou, e ele era samaritano. Os samaritanos eram desprezados pelos judeus, embora tivessem uma origem em comum e costumes e religião muito semelhantes. Isso demonstra que não é determinada religião que torna alguém bom, pois os judeus não demonstraram gratidão, e o samaritano lembrou-se de agradecer.

Os judeus ficaram felizes com a cura; o samaritano também ficou feliz por quem promoveu a cura.

Falamos há pouco que Samaria quer dizer “torre de vigia”. Samaritano, então, é o “vigilante”. Judeia quer dizer “louvor a Javé”. Judeu é “quem louva a Deus”.

Quem voltou para agradecer a Jesus não foram os que louvavam a Deus – pois isto qualquer um pode fazer da boca para fora. Quem agradeceu a Jesus foi aquele que estava vigilante.

Então Jesus disse a ele: “Levanta-te e vai; tua fé te salvou”. Ele já estava limpo da lepra, Jesus agora declara que ele estava salvo, espiritualmente são, por causa da sua fé, da sua fidelidade.

O vigilante, aquele que vigia, voltou para o Cristo, foi ao encontro do Cristo com fidelidade e gratidão.

Se quisesse dizer crença essa declaração de Jesus não faria sentido, pois todos foram curados, e o samaritano não demonstrou uma crença maior do que os outros em Jesus. O que ele demonstrou foi gratidão, fidelidade, sintonia com Jesus, harmonia com as Leis de Deus.

no sentido de crença todos tiveram. no verdadeiro sentido, de fidelidade, só o samaritano teve.

Percebe-se que os nove judeus, provavelmente, não se tornaram pessoas melhores por causa da sua cura. Judeu quer dizer “o que louva a Deus”, e os que louvam a Deus, os “louvadores” que acham que a sua relação com Deus se resume a isso, dificilmente conseguem se afastar de seus dogmas, de suas crenças cegas. Mesmo que sejam beneficiados por um fenômeno não explicado dentro do espaço estreito dos seus dogmas, não conseguem abrir as suas mentes, pois não estão vigilantes.

Vemos todos os dias pessoas que têm as suas vidas modificadas positivamente por alguma cura alcançada no centro espírita ou em alguma igreja e que não se modificam internamente, não entram em sintonia com Deus, não se tornam fieis a Deus.

20. E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior.
21. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós.

A tradução correta é dentro de vós, e não entre vós – βασιλεια του θεου εντος υμων εστιν.

Como os tradutores católicos e protestantes não admitem que o reino de Deus possa estar dentro dos fariseus, eles se dão o direito de corrigir Jesus.

O reino de Deus é um estado interno, é o nosso próximo estágio evolutivo, já está latente dentro de nós, sendo desenvolvido de acordo com a nossa fidelidade e harmonia com as Leis de Deus.

Não é louvando a Deus da boca pra fora que nós o alcançaremos, mas estando vigilantes, controlando os nossos pensamentos e construindo em nossas mentes a realidade que queremos ver concretizada.

22. E disse aos discípulos: Dias virão em que desejareis ver um dos dias do Filho do homem, e não o vereis.
23. E dir-vos-ão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali. Não vades, nem os sigais;
24. Porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia.

Jesus está se referindo ao nosso esforço pela conquista do progresso espiritual, à nossa ânsia em alcançar o nosso próximo estágio evolutivo de “filho do homem”, que é o resultado da evolução humana, é o fruto do estágio hominal.

Assim como o reino de Deus não vem com aparências exteriores, materiais, do mesmo modo, quando nos tornarmos filhos do homem, não seremos reconhecidos pela aparência, mas pelo nosso exemplo, pois pelo fruto se conhece a árvore (Lucas 6:44).

E antes de o alcançarmos poderemos experimentar muitas dúvidas sobre se já o alcançamos ou não. Mas enquanto nos questionarmos se o alcançamos ou não o alcançamos, é porque não o alcançamos ainda.

O modesto não sabe que é modesto, o humilde não sabe que é humilde. Estas qualidades são para eles condições normais. Mas o filho do homem terá consciência plena da sua condição pela sua iluminação, inconfundível como um relâmpago.

25. Mas primeiro convém que ele padeça muito, e seja reprovado por esta geração.

 Para alcançarmos o próximo estágio evolutivo, temos que passar ainda por muitas experiências, sem contarmos com o reconhecimento dos nossos irmãos mais atrasados. Uma das provas inequívocas de que estamos no caminho certo é justamente sermos rejeitados pelos menos esclarecidos.

26. E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem.
27. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos.
28. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;
29. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos.
30. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.

Jesus cita o exemplo de dois personagens bíblicos, Noé e Ló, que foram rejeitados por todos, pois estes não tinham esclarecimento suficiente para compreendê-los.

Noé e Ló não se deixaram levar pelas opiniões da maioria, seguiram suas convicções, obedeceram a Deus, foram fieis a Deus. Noé e Ló deixaram tudo para trás. 

Jesus diz que os outros permaneciam com as suas atividades rotineiras, vivendo como se nada estivesse acontecendo. Isso se dá nos dias de hoje. Vivemos num período de transição planetária, em que grandes transformações estão acontecendo, e a maioria continua preocupada apenas com os aspectos materiais.

31. Naquele dia, quem estiver no telhado, tendo as suas alfaias em casa, não desça a tomá-las; e, da mesma sorte, o que estiver no campo não volte para trás.
32. Lembrai-vos da mulher de Ló.
33. Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á.

Quem já está no caminho reto que leva a Deus está se preparando para se tornar filho do homem. E Jesus recomenda que quem estiver no telhado, ou seja, quem já estiver elevado e com uma visão privilegiada, não desça, não rebaixe as suas vibrações. Quem estiver no campo, não volte para trás. Não podemos retroceder. O que já experimentamos deve ser superado, nosso caminho deve ser só para frente.

O exemplo da mulher de Ló é neste sentido. Quando Deus decidiu destruir a cidade de Sodoma, mandou que não olhassem para trás. A mulher de Ló não obedeceu, olhou para trás e se transformou numa estátua de sal. A mulher de Ló não conseguiu superar o passado, não queria se desfazer do seu passado de materialidade. Eles se afastavam da cidade, mas o coração dela permanecia lá. Por causa disso, segundo o texto bíblico, ela foi transformada numa estátua de sal, simbolizando a estagnação na matéria.

Quem quer salvar a sua vida de materialidade, perde a verdadeira Vida, que é do espírito; quem perde a sua vida de materialidade, salva a verdadeira Vida espiritual.

34. Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado.
35. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será deixada.
36. Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro será deixado.
37. E, respondendo, disseram-lhe: Onde, Senhor? E ele lhes disse: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias.

Até agora Jesus falava no dia, no dia do filho do homem. Agora está se referindo à noite. O dia é a luz, a noite é a treva.

Até agora Jesus estava tratando da preparação e do surgimento do filho do homem. Agora ele está tratando daqueles que preferem, por preguiça ou revolta, ficar para trás.

Há períodos, como o que vivemos hoje, em que os espíritos que não se adequaram às novas condições do planeta são levados para outros mundos em estágios evolutivos inferiores ao nosso, em que terão que recomeçar em condições mais adversas.

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