Os espíritos protetores acompanham com grande interesse os seus passos, lamentam suas escolhas erradas, comemoram seus progressos.
Você está contente com a sua família? Tomara que sim. É normal que nos ocupemos em primeiro lugar com a família, afinal, são os nossos próximos mais próximos. Por outro lado, nem sempre é agradável o convívio em família. Antigos desafetos costumam reagrupar-se numa mesma família na tentativa de rearmonização.
Por isso nem sempre os nossos maiores laços de afeto estão na família terrena. Nossa família espiritual é muito mais sólida do que a família representada por consanguinidade e convencionalismos sociais.
No decorrer dos séculos, atravessando várias reencarnações, vamos formando vínculos de amizade e amor. Como não fazemos só amizades, mas também criamos desavenças, acabamos nos separando às vezes por longo tempo desses seres que amamos. Se não cometêssemos tantos erros, talvez pudéssemos reencarnar rodeados de espíritos afins.
É verdade que os espíritos pertencentes a um mesmo grupo reencarnam juntos muitos vezes, trocando os papéis. Mas não é menos verdade que você já teve outra mãe, outro marido, outros filhos, talvez numa relação de muito mais amor do que você vive hoje.
Alguns desses espíritos se adiantaram mais do que você. E zelam por você. Acompanham com grande interesse os seus passos, lamentam suas escolhas erradas, comemoram seus progressos.
É muito provável que sua vinda pra cá tenha passado por um planejamento. Você se comprometeu a fazer uma série de coisas, a se reajustar com alguns espíritos que reencarnaram perto de você. Esse planejamento dá trabalho, não é coisa que possamos fazer sem a ajuda de espíritos bastante superiores a nós. Fico imaginando o desapontamento de nossos amigos espirituais quando nos veem falhando em nossa tarefas!
São espíritos que nos amam, que querem o melhor pra nós. Coloque-se no lugar deles. Imagine-se observando alguém que você ama, alguém por quem você se sinta responsável, alguém que esteja enfrentando provas um pouco difíceis, e você não pode fazer nada. Ou você acha que os espíritos protetores podem interferir em nossas vidas?
Tenho um amigo que se queixava muito de seu anjinho, como ele o chamava, porque o anjinho não o avisava dos perigos e dos caminhos errados. De que serviria nossa passagem pela matéria se recebêssemos tudo de mão beijada? Onde estaria o nosso mérito? O que aprenderíamos? Sem falar que nenhum “anjinho” pode saber exatamente o que vai nos acontecer. Por sua relativa liberdade e por sua possível superioridade, é possível que ele preveja, através do cálculo e da experiência, o que nos aguarda logo mais à frente. Mas ninguém sabe o futuro. Não existe determinismo. O futuro é construído por nós a todo instante, e podemos mudá-lo de uma hora pra outra.
Confesso que às vezes tenho vergonha dos amigos espirituais que se interessam por mim. Sinto vergonha por tantos erros cometidos, por tantos maus pensamentos, por tantas más palavras, por tantas más ações. Vergonha dos queixumes, do mau humor, da descrença, da indiferença com a Vida.
Sei que com eles não vai adiantar um monte de explicações, um monte de desculpas. Até porque sei que aceitei um fardo possível. Você também, antes que eu me esqueça! Sabe aquele negócio de que Deus não nos dá um fardo que nossos ombros não possam carregar? Pois é, é disso que estou falando. Aceitamos encargos plenamente possíveis de serem executados. Uns mais fáceis, outros mais difíceis, mas todos possíveis.
Somos privilegiados por reencarnarmos em condições de realização. Milhões de espíritos desejariam estar em nosso lugar, vivendo isso que chamamos de “problemas”…