Artigo publicado originalmente em 14/05/2012
Aprenda a dizer não, você precisa saber dizer não quando essa é sua vontade. Tenha vontade própria. Tenha amor-próprio.
Você faz prevalecer sua vontade em suas decisões, ou costuma deixar que os outros se imponham sobre você? Você costuma dizer sim quando quer dizer não? Mas por que você faz isso? Cada vez que você diz sim quando na verdade gostaria de dizer não, você está se desvalorizando, está dando mais importância aos outros do que a você mesmo.
Você não acha que isso é uma virtude cristã, acha? Pois não ache, porque não é, nunca foi. Deixar que os outros decidam por você é apenas desrespeito consigo próprio, não é exercício de humildade e mansuetude. Você precisa estabelecer limites claros e respeitá-los sempre. Você tem vontade própria, não tem? Então como admitir que qualquer pessoa, por mais importante que seja para você, tome uma decisão em seu lugar, faça escolhas por você, determine o que é e o que não é, o que pode e o que não pode?
A sua vontade é tão importante quanto a vontade de qualquer pessoa; seus desejos, seus gostos, seus sentimentos têm o mesmo valor que os de quem quer que seja. Ninguém tem o direito de passar por cima de você. Talvez você nem perceba quantas vezes abre mão de sua vontade deixando-se levar por artimanhas. Quando vai ver, já perdeu a prática de resolver as coisas sozinho.
Não culpe ninguém, provavelmente você não foi forçado a nada, apenas deixou que sua vontade se debilitasse. Aprenda a dizer não, só isso. Se deixar, passam por cima de você. Exagero? Então olhe à sua volta e veja quantas pessoas fracas de caráter perambulam como zumbis, fingindo que vivem, cumprindo o carnê terreno, sem iniciativa pra nada.
Aprenda a dizer não. Se você não quer uma coisa, diga não, se você não concorda com algo diga não, se você não quer participar, falar, comprar, apenas diga não. E pronto. Não brigue, não se perca em mil justificativas, volte a ser você mesmo, trace limites, respeite-os e faça com que sejam respeitados. Dizer não não é ofensa, é apenas uma resposta negativa. Dignidade não é orgulho, você não se torna um orgulhoso egocêntrico porque não concorda com o que querem de você. Assim como você não se torna um humilde abnegado só porque faz a vontade dos outros.
Às vezes confundimos conceitos. É comum confundir humildade com humilhação. Também é comum confundir vaidade com amor-próprio. Amor-próprio não é defeito. Amor-próprio é amar a si mesmo, é respeitar a si mesmo, é admirar a própria existência. Não devemos amar o próximo como a nós mesmos? A medida do amor que devemos dar aos outros é o amor que temos por nós mesmos. Você deve se amar e ser amável por suas atitudes, deve se respeitar e se fazer respeitar por sua postura, deve se admirar e ser admirado por seu caráter.
Você é espírito imortal, feito à imagem e semelhança de Deus, portanto, perfectível. Não deixe que passe um só dia sem tentar melhorar-se, crescer, aprender. É seu dever, é nosso dever. Mas faça valer a sua vontade. Você é responsável por suas decisões. Vai responder por elas, tenha sido você ou outro a escolhê-las.
Não aceite mais que decidam seus gostos, suas opiniões, suas crenças, suas atividades, suas atitudes. Se deixar, controlam até seu pensamento. E para controlar seus pensamentos, além daqueles que o cercam, que você conhece, há uma multidão de desencarnados de que você nem suspeita. Comece pelo começo, fortaleça sua vontade dominando seus pensamentos. Não deixe que eles tomem o curso habitual. Você manda. Você tem o domínio. Determine bons pensamentos, diga não àqueles que não servem pra você, que lhe fazem mal, que lhe abalam a vontade. E comece a dizer não quando tem vontade de dizer não. Não se violente mais. Certo?