Sonhos e Projeção astral, Vídeo

Espiritismo e os sonhos premonitórios

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Muitas pessoas têm sonhos premonitórios. Sonham determinada coisa e essa coisa acontece – seja com ela mesma, seja envolvendo outras pessoas.
 
Como é que isso acontece? Como é que nós conseguimos prever, através de um sonho, uma coisa que ainda não aconteceu?
 
O sonho envolve estruturas da nossa mente que nós estamos longe de conhecer em sua plenitude. Nós conhecemos um pouco, seja através das explicações da psicanálise, a começar por Freud; seja através dos ensinamentos dos espíritos na literatura espírita; além da contribuição de outras correntes de pensamento – mas não podemos dar respostas prontas. Não existe uma causa única para os sonhos premonitórios.
 
Quando nós dormimos o nosso corpo físico repousa, porque ele precisa se recuperar, e nós nos desprendemos temporariamente do corpo físico. Isso é o que quase sempre acontece. O espírito que somos pode permanecer ligado ao corpo – isso ocorre, por exemplo, quando estamos muito cansados. Mas o normal é nos desprendermos do corpo físico. Podemos chamar isso de desdobramento.
 
O que nós fazemos quando nos desdobramos por ocasião do sono? André Luiz afirma que três em cada quatro pessoas vão em busca da satisfação dos seus interesses. Esses interesses quase sempre envolvem prazeres. Nos desdobramos e vamos imediatamente para regiões no astral em que encontramos espíritos afins e damos vazão aos nossos desejos. Há espíritos que se encontram para brigar, para tomar satisfações; há espíritos que vão satisfazer seus desejos mais íntimos, como sexo, drogas, comida. Uma pessoa pode parecer uma puritana em sociedade mas, no seu íntimo, ela alimenta desejos sexuais inconfessáveis – quando se desdobra ela pode ir em busca da satisfação desses desejos. Uma pessoa que gosta muito de comer e faz regime pode se desdobrar e ir em busca de comida. Pessoas que têm vícios, ou que estão tentando vencer esses vícios, como o cigarro, o álcool e outras drogas também – se desdobram e vão para onde podem satisfazer seus vícios.
 
Isso pode causar estranheza em algumas pessoas, afinal, o corpo físico não participa dessas aventuras – acontece que o vício está no espírito; a fraqueza não está no corpo, está no espírito; e o corpo dos desejos não é o corpo físico, é o corpo astral.
 
Outras pessoas se desdobram e vão trabalhar, vão ajudar o próximo. Isso ainda é um pouco raro, mas também acontece com frequência. Também é comum participarmos de cursos, de encontros de estudo. Particularmente eu participo de cursos no astral com alguma frequência.
 
Mas tudo isso são atividades no astral. Eu mencionei, então, as pessoas que não se desligam do corpo físico, e aquelas que têm atividade real durante o período de sono físico.
 
Uma coisa que precisamos perceber – e isso é algo que qualquer pessoa pode provar por si mesma – é que nós temos vários níveis de consciência. Isso fica evidente quando nós temos uma atividade real durante o sono e agimos de maneira muito diferente do que costumamos agir quando em estado de vigília (quando acordados).
 
Quem consegue manter algum grau de lucidez durante o período de sono nota isso com mais clareza. Mas mesmo aqueles que não mantêm lucidez, aqueles que lembram de suas atividades apenas em forma de sonho – mesmo esses são capazes de notar que o seu comportamento no sonho é muito diferente do normal. Têm outros traços de caráter – às vezes a pessoa é normalmente tímida e durante o sonho é totalmente desinibida; ou a pessoa é normalmente medrosa e no sonho é muito corajosa, enfim.
 
Nós temos vários níveis de consciência. Esse nível de consciência que nós usamos aqui no nosso entendimento, é o nível mais superficial, ligado ao intelecto. Quando nós nos desdobramos por ocasião do sono, além de ficarmos ligados ao corpo físico ou de mantermos alguma atividade no astral, nós podemos simplesmente acessar um outro nível de consciência e com isso entrarmos num outro campo de percepções. Se nós temos alguma preocupação nós podemos acessar o nível de consciência ligado a essa preocupação.
 
Apenas um exemplo: Amanhã você tem uma importante entrevista de emprego. Você sabe que grande parte dos seus projetos depende do resultado dessa entrevista. Você também sabe que não costuma se sair muito bem em entrevistas, você se sente inseguro. Muito provavelmente você vai sonhar com a entrevista. Isso não quer dizer que você se encontrou com o entrevistador no astral. O sonho foi elaborado por elementos da sua subconsciência – informações antigas sobre você, às quais você não tem acesso consciente, misturam-se ao seu medo e às suas informações atuais e o resultado é esse sonho.
 
A explicação mais comum que o Espiritismo oferece para os sonhos premonitórios é que eles são avisos de nossos mentores. Espíritos mais elevados nos avisam de coisas que estão prestes a acontecer. Mas como eles sabem disso? Independentemente de ser um aviso dos mentores ou de ser uma percepção nossa, precisamos entender como é possível prever o futuro.
 
O que sabemos é que quando dormimos nos libertamos parcialmente da influência do corpo físico. E isso faz muita diferença. Vivemos dentro de um corpo que nos oferece apenas algumas janelas de percepção, que são os cinco sentidos. Tudo o que conseguimos perceber do exterior, no plano físico, passa pelo filtro dos nossos cinco sentidos.
 
No corpo astral ainda estamos sujeitos aos mesmos sentidos, mas um pouco mais livres: nosso corpo astral nos permite ampliar o nosso campo de percepção. E com isso nós somos capazes de perceber coisas que estão prestes a acontecer. Percebemos influências que vão gerar determinados acontecimentos. Não há nada de extraordinário nisso.
 
Em qualquer área de atividade humana, se você tiver dados suficientes, você pode prever os acontecimentos que estão prestes a acontecer.
 
– Quem acompanha futebol e conhece perfeitamente um time percebe claramente quando esse time vai tomar um gol num contra-ataque, por exemplo – pois tem dados suficientes sobre esse time e sabe que a sua fragilidade é a recomposição da área defensiva;
 
– Quem tem um filho pequeno e leva esse filho na pracinha percebe quando o seu filho vai se machucar, pois tem dados suficientes para saber o que ele é capaz de fazer com segurança e quais os movimentos que ele ainda não domina.
 
Quem não conhece esse time e quem não conhece essa criança não são capazes de prever o que vai acontecer.
 
Nós podemos comparar o nosso estado quando acordados e quando estamos dormindo a esses dois casos: a pessoa que não tem informações sobre o time e sobre a criança e a pessoa que tem informações sobre o time e a criança.
 
Quando desdobrados nós somos capazes (somos capazes; não é sempre que isso acontece) de ampliar consideravelmente o nosso campo de percepção. Tomamos contato com inúmeras informações do passado de que normalmente não nos lembramos, o que nos oferece mais dados para perceber os próximos acontecimentos, e tomamos contato com as influências que estão agindo nesse momento e o que elas irão desencadear se esse quadro não for alterado.
 
Não existe determinismo. O que existe é um conjunto de tendências muito bem organizadas que resultam numa programação. Mas as coisas podem mudar: se uma dessas tendências for alterada, o fato previsto programado pode não acontecer.
 
Há um outro fator que deve ser lembrado. Nossa mente é criadora. Nossa mente é o programa do espírito. A maneira como programamos a nossa mente é que determina o que experimentamos em nossa vida.
 
Há pessoas muito impressionáveis que retroalimentam seus medos. A pessoa tem muito medo e esse medo gera sonhos. Esses sonhos, por sua vez, provocam mais medo, pelo receio de que eles se realizem. Pode acontecer, por isso, de um sonho se concretizar por uma programação da mente. Evidentemente isso não é proposital, e quem passa por isso não percebe que ela mesma é a causadora dos seus males.

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