Um dos maiores entraves para o nosso desenvolvimento pleno são as nossas crenças limitadoras.
Nós adotamos, ao longo da vida, uma série de crenças religiosas, de noções de moral baratas, uma série de opiniões de outras pessoas, que são válidas para essas pessoas, ou que foram válidas um dia, mas que não têm nada a ver conosco, com a nossa vida.
As religiões tradicionais têm uma grande responsabilidade nisso. Mas no meio espírita também é muito comum nós estabelecermos para nós uma rede de limitações – em geral muito estreitas – que não tem nada a contribuir para o nosso crescimento.
Aquela coisa de “se foi assim é porque tinha que ser assim”; “cada um tem o seu tempo”; “a natureza não dá saltos”; “esse é o meu carma” – esses argumentos são muito comuns.
Mas tem outros bem piores – é comum no meio espírita, ainda, a noção de que nós temos que sofrer para pagar pelos nossos erros – o sofrimento não paga nada; absolutamente nada. Nós sofremos como consequência dos nossos erros ou como um estímulo ao nosso progresso, mas é só isso.
Nós nascemos para ser felizes. E temos que desconfiar de qualquer um que disser o contrário.
Temos que questionar o que ouvimos, o que lemos, o que aprendemos por aí. Não é porque determinada pessoa disse uma coisa que essa coisa é verdade. No meio espírita, por exemplo, nós temos grandes autoridades morais, então nós temos a tendência de acatar tudo o que eles dizem como se fosse verdade absoluta. Uma coisa pode ser verdade para eles mas não ser verdade para nós. Tem pessoas muito boas, muito esforçadas, que se doam ao próximo – mas essas pessoas não são perfeitas, elas têm seus problemas, elas têm suas questões mal resolvidas: sexualidade mal resolvida; relacionamento com o dinheiro mal resolvido; uma pessoa pode ser muito boa mas pode ter horizontes estreitos, pode ser cabeça-dura.
Temos que questionar. Você só pode aceitar o que eu estou dizendo, por exemplo, se a sua razão disser que eu estou certo – mas você não pode concordar comigo só porque simpatiza comigo!
Questione! Estude! Busque as suas verdades! O que vai valer para você, o que vai moldar a sua vida é o seu conjunto de crenças, é o conjunto de crenças que você acatar e estabelecer como verdadeiro. Quanto mais amplo, quanto mais abrangente for o seu entendimento, menos você vai depender de “coisinhas” para ser feliz. Quem depende de “coisinhas” para ser feliz é porque ainda nutre um conjunto de crenças limitadoras – pensa que para ser feliz precisa de algumas coisas, de alguns objetos, precisa estar em certos lugares, precisa da companhia de determinadas pessoas, precisa da aprovação dos outros. Não! Você é indivíduo! Você é único! Só o fato de ser você já deve ser motivo suficiente para ser feliz!
Nós somos seres gregários, vivemos em sociedade, temos a capacidade de amar, sentimos prazer em compartilhar – mas isso não pode ser uma dependência.
Você é a sua única companhia eterna. Tudo vai passar na sua vida – as coisas, os costumes, as pessoas, tudo. Só você não vai passar. Dê mais espaço a você mesmo!
