Artigo publicado originalmente em 24/07/2012
Você acha que devemos esquecer o passado? Queria que o seu passado tivesse sido diferente em algumas coisas? Provavelmente sim. Todos nós temos nossas contas a ajustar com o passado. O que isso demonstra? O fato de você não estar totalmente de acordo com o que aconteceu no seu passado demonstra que hoje você agiria diferente.
Se você pudesse refazer alguma parte menos lúcida do seu passado, você faria melhor, muito melhor. Porque você melhorou! Por que você reconhece que poderia fazer diferente? Porque você mudou para melhor, você se aperfeiçoou, você aprendeu a lição. Isso não é ótimo? Por favor, não me diga que você é daqueles que dizem que só se arrependem do que não fizeram. Se for o seu caso, talvez você já possa repensar a respeito desse posicionamento. Será que não é só mais uma frase feita que você ouviu alguém dizer e adotou como sendo sua?
Se você não tem nada do que se arrepender, ou você foi perfeito ou você não aprendeu com os erros. O que é o passado senão a base do que nós somos hoje?
Por outro lado, é uma bobagem querer esquecer o passado. Por que ele deveria ser esquecido? Está certo que todos passamos por momentos muito dolorosos, todos nós conhecemos situações que nos fizeram muito mal. Mas passou, não passou? O seu passado é a sua experiência, e quanto mais movimentado foi o seu passado, maior é a sua bagagem.
Você precisa se perdoar. De nada adianta se culpar pelos erros cometidos. É com eles que aprendemos. Todos erramos. Todos os grandes líderes espirituais já erraram. Todos os espíritos superiores, em sua caminhada pelo tempo, de reencarnação em reencarnação, já erraram. Jesus Cristo, modelo de virtude, em algum lugar remoto do passado foi um espírito aprendiz, como eu e você. Cometeu erros brutais como qualquer um de nós. Negar isso seria declarar que ele foi um privilegiado, que não teve que passar pelas turbulências humanas pelas quais passamos.
O importante é o hoje, o eterno agora. Devemos olhar o passado com clareza, sabendo que tudo o que fizemos foi dentro das condições que tínhamos então. Hoje faríamos melhor, pois adquirimos experiência. E quando surgir a oportunidade, neste passeio pela matéria ou numa próxima reencarnação, ponhamos então em prática o que aprendemos. E pronto.
Não somos obrigados a repetir indefinidamente os mesmos erros. Isso parece tão óbvio, né? Pois só parece. Quando repetimos os mesmos erros por muito tempo, passamos a desacreditar de nossa capacidade de fazer diferente. Mas nós conseguimos. Nós sempre conseguimos ser melhores do que já fomos, pois somos imagem e semelhança de Deus. É isso que você é! Espírito imortal perfectível, mergulhado na matéria processando sua reforma íntima.
Quando, no futuro, avaliarmos o que fazemos hoje, certamente iremos perceber um monte de erros que hoje passam despercebidos. Então nos arrependeremos novamente, só que cada vez de maneira mais lúcida e consciente, cada vez mais imbuídos do propósito de fazer melhor.