Ainda existem médiuns “inconscientes”?
É cada vez mais raro encontrar médiuns que trabalham de forma totalmente passiva. A “psicofonia inconsciente” ou “psicofonia sonambúlica” exige pouca participação do médium nos trabalhos. O trabalho do médium basicamente se resume ao controle da entidade manifestante – e isso, é claro, dependendo do grau de auto-controle do próprio médium; se não houver controle sobre si mesmo, dificilmente se poderá controlar uma entidade.
A mediunidade é cada vez mais sutil, a participação do médium é cada vez maior. Se compararmos a realidade nos centros espíritas hoje com os primórdios do Espiritismo, quando os fenômenos de efeitos físicos eram abundantes e o médium era só um instrumento, parece que estamos tratando de outro assunto.
É comum que pessoas simpatizantes do Espiritismo estranhem porque não acontecem mais aqueles fenômenos que marcaram o período da Codificação, como as mesas girantes; ou fenômenos de materialização, como as observadas por William Crookes; ou a psicografia em idiomas desconhecidos pelo médium, com a escrita invertida, como ocorreu com Chico Xavier.
Essas coisas aconteceram para chamar a atenção, para demonstrar de maneira inequívoca a existência de inteligências desencarnadas. Mas não é essa a função do Espiritismo!
O médium é cada vez mais chamado a dar a sua contribuição ativa. Um receio que as pessoas têm é saber identificar se o médium está consciente ou não, se ele vai reconhecê-las ou não, se o que ele está falando é dele ou se ele está transmitindo uma mensagem de algum espírito.
Esse receio, na maioria das vezes, é descabido. Se uma pessoa precisa de um conselho, de um direcionamento para uma área da sua vida – qual é a diferença dessa mensagem ser de um encarnado ou de um desencarnado? O que vale é o conteúdo, não a autoria.
O que é comum hoje é o médium captar idéias do espírito comunicante, mas revestir essas idéias com as suas palavras. Para isso o médium precisa estudar sempre a fim de transmitir da melhor forma possível as idéias do espírito comunicante. O médium precisa conhecer muito bem a si mesmo, precisa ter pleno domínio sobre as suas emoções, precisa cultivar sentimentos nobres.
Nós estamos encarnados para agir com os nossos melhores recursos. Para isso é cada vez mais importante o desenvolvimento dos nossos recursos, o estudo permanente, e a vontade de dar o melhor de si mesmo.