Neste vídeo estudamos a parábola do bom samaritano, o maior mandamento de Jesus e a estada de Jesus com Maria e Marta. Este é o 14º vídeo de uma série de 30 vídeos em que analisamos e interpretamos, numa visão espírita, o Evangelho de Lucas.
Abaixo você pode ler todo o texto do vídeo.
CAPÍTULO 10
1. E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir.
Essa é a chamada “missão dos setenta”, a segunda vez em que Jesus envia os seus discípulos para falar do reino de Deus e para curar os enfermos. Algumas traduções dizem que eram 70, outras que eram 72 discípulos.
Supondo que cada um dos doze discípulos tenha conquistado seis discípulos, chegamos aos 72. Nesta segunda missão, se cada um dos 72 conquistou outros seis discípulos, são 432. 432 mais os 72 são 504.
Na primeira epístola de Paulo aos coríntios ele afirma que Jesus apareceu aos doze e depois a mais de 500 irmãos (1cor 15:5-6).
É fácil perceber que se nos dispuséssemos a fazer isso hoje, cada pessoa conquistar outras seis para a vivência do ensinamento de Jesus, em pouco tempo toda a Terra estaria conquistada e em paz.
2. E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara.
3. Ide; eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos.
4. Não leveis bolsa, nem alforje, nem alparcas; e a ninguém saudeis pelo caminho.
Jesus não menciona dificuldades em relação ao trabalho, apenas à falta de trabalhadores. Jesus parte do pressuposto de que as pessoas estariam dispostas a ouvir quem se dispusesse a pregar o Evangelho.
Jesus repete algumas orientações de que já tratamos rapidamente no capítulo anterior. Ele recomenda que não saudassem ninguém pelo caminho. As saudações israelitas eram cerimoniosas e ocupavam tempo. A advertência de Jesus é em relação à objetividade que deve nortear quem se dispõe a seguir e propagar o seu caminho. Não podemos nos distrair com superficialidades para não perdermos tempo.
5. E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa.
6. E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós.
O filho da paz é aquele que está preparado para receber a mensagem de paz. Essa expressão filho da paz e o seu significado corroboram a interpretação que damos à expressão “filho do homem”.
Embora Jesus se refira a si mesmo algumas vezes como o filho do homem, esta expressão se refere ao homem no seu próximo estágio evolutivo, ao homem em que há de predominar o espírito sobre a matéria. Do mesmo modo, o filho da paz é aquele em que já predomina o interesse e a receptividade pela paz, pelo pacifismo, pela pacificação.
Jesus diz para saudarmos a casa, e, por extensão, os seus moradores. E se ali não houver um filho da paz, a paz que exteriorizamos voltará para nós.
Sempre recebemos de volta aquilo que emitimos. Se emitirmos bons pensamentos, receberemos bons pensamentos; se emitirmos vibrações de paz, é isso que teremos conosco.
Nossos pensamentos, sentimentos e energias formam em torno de nós um campo eletromagnético que nos identifica para o Universo. Atrairemos inevitavelmente o que for predominante em nosso campo.
7. E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa.
8. E, em qualquer cidade em que entrardes, e vos receberem, comei do que vos for oferecido.
9. E curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus.
Jesus enfatiza para que digam que o reino de Deus está próximo. Até hoje há pessoas que pensam que o reino de Deus está próximo no tempo, que ele já está chegando, que ele ainda vai chegar.
Mas o reino de Deus está próximo no espaço, pois está dentro de cada um de nós.
É o nosso próximo estágio evolutivo, que em alguns de nós já dá os seus primeiros sinais.
10. Mas em qualquer cidade, em que entrardes e vos não receberem, saindo por suas ruas, dizei:
11. Até o pó, que da vossa cidade se nos pegou, sacudimos sobre vós. Sabei, contudo, isto, que já o reino de Deus é chegado a vós.
12. E digo-vos que mais tolerância haverá naquele dia para Sodoma do que para aquela cidade.
13. Ai de ti, Corazim, ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se fizessem as maravilhas que em vós foram feitas, já há muito, assentadas em saco e cinza, se teriam arrependido.
14. Portanto, para Tiro e Sidom haverá menos rigor, no juízo, do que para vós.
15. E tu, Cafarnaum, que te levantaste até ao céu, até ao inferno serás abatida.
16. Quem vos ouve a vós, a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós, a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita aquele que me enviou.
Jesus alerta para as oportunidades de esclarecimento que chegam até nós e que nós muitas vezes desprezamos. Os seus discípulos estavam visitando as cidades para levar o seu ensinamento para os espíritos do lugar. Quando os moradores daquelas cidades teriam novamente tal oportunidade?
Hoje nós temos acesso ao ensinamento do Cristo praticamente onde quer que estejamos. Com a internet nós temos condições de esclarecimento como nunca houve no planeta. Não se esclarece quem não quer. Não abre o seu coração para as verdades espirituais quem não quer.
Jesus compara essas cidades que não ouviriam os seus discípulos à cidade de Sodoma. O pecado de Sodoma, diferente do que erradamente se diz, não está relacionado a sexo, muito menos à homossexualidade. O chamado pecado de Sodoma é a falta de hospitalidade dos seus habitantes, o mau acolhimento que reservavam aos que a visitavam.
Se Sodoma foi destruída por Deus por receber mal os seus visitantes, muito pior deve ser em relação a quem não recebe o ensinamento de Jesus, a quem fecha os olhos e os ouvidos para as verdades espirituais.
17. E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam.
18. E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu.
19. Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum.
20. Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.
Quando os discípulos voltaram da sua missão, a sua maior alegria era a constatação de que os espíritos atrasados se sujeitavam a eles pelo nome de Jesus. Jesus os adverte para que não se deslumbrassem com o poder. O poder que temos é poder de Deus, é Deus que se manifesta através de nós. Por isso não devemos abusar dele e nem devemos nos vangloriar de algo que não nos pertence, mas nos é concedido para que o usemos disciplinadamente.
“E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu”. – Analisando o texto grego, a melhor tradução nos parece: “Observava satanás, como um relâmpago do céu, caindo”.
Satanás não caiu do céu. Satanás caiu como um relâmpago do céu, satanás caiu tão rapidamente como um relâmpago do céu. Satanás é adversário, é o nosso apego à materialidade, é a escravidão ao mundo dos sentidos, dos prazeres e sensações, ao orgulho e ao egoísmo.
Jesus disse que via o adversário cair, ou seja, via cair por terra o ego, o personalismo. Isso nos lembra que Jesus nos disse que quem o quiser seguir deve negar-se a si mesmo (Lucas 9:23). Pois a negação de si mesmo é exatamente isso: a negação do ego escravizante, a superação do personalismo e a assunção da nossa individualidade divina. Isso é fazer cair o adversário, o nosso inimigo interno.
21. Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve.
Jesus alegrou-se em espírito. Algumas traduções dizem que ele “se alegrou no espírito santo”, ou “com o espírito santo”. A Bíblia de Jerusalém aumenta um pouco e diz que Jesus “exultou de alegria sob a ação do espírito santo”. Mas há textos gregos que dizem, apenas, que Jesus alegrou ou exultou em espírito; não constando a palavra “santo” – ηγαλλιασατο τω πνευματι ο ιησους..
Jesus se alegrou em espírito, ou seja, de uma alegria íntima, espiritual, e agradeceu a Deus por estas verdades espirituais estarem sendo reveladas a pessoas simples, a crianças espirituais.
As verdades espirituais estão ao alcance de todos. Mas assim como há espíritos que não estão preparados para compreender o seu protagonismo na vida, que acreditam que são apenas personagens secundárias numa trama em que Deus decide aleatoriamente sobre o destino de cada um, assim também, e talvez justamente por conta deste primarismo ideológico que ainda predomina, há espíritos que se acham fortes e que tem como motivo de orgulho não acreditar ou fingir não acreditar em nada que não possa ser compreendido pela escassa percepção dos seus cinco sentidos físicos. São os que desenvolvem apenas a intelectualidade, sem perceberem que a própria possibilidade de desenvolvimento intelectual tem uma causa, e que essa causa não pode ser atribuída ao acaso, e que qualquer explicação que se dê a isso sempre vai remontar a uma causa anterior. E a causa primeira de tudo é Deus.
22. Tudo por meu Pai foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
O sentido bíblico de “conhecer” é diferente do que nós geralmente entendemos. Não se trata de conhecer intelectualmente, mas de conhecer intimamente, através da experiência própria.
É assim que o verbo “conhecer” é utilizado, por exemplo, no começo do Gênesis, quando é dito que Adão “conheceu” Eva. Adão já conhecia Eva pelo intelecto, tinha conhecimento da existência de Eva, mas não a conhecia intimamente. Então Adão manteve relações sexuais com Eva, “conheceu” Eva profundamente, na sua natureza íntima. Assim Deus conhece os seus filhos, que são manifestações vivas da sua essência. Assim nós devemos conhecer Deus, buscando o Cristo que habita dentro de cada um de nós, e que é Deus em nós.
23. E, voltando-se para os discípulos, disse-lhes em particular: Bem-aventurados os olhos que vêem o que vós vedes.
24. Pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram.
É ainda sobre o conhecimento íntimo de Deus que Jesus está falando. Ter olhos de ver é enxergar por trás do véu da materialidade, é reconhecer a nossa natureza de espíritos imortais creados à imagem e semelhança de Deus, portanto, perfectíveis. Ter ouvidos de ouvir é estar receptivo a Deus, aos ensinamentos deixados pelo Cristo, é permitir que Deus se manifeste através de nós.
Jesus nos disse para sermos perfeitos como Deus é perfeito (Mateus 5:48). Isso quer dizer que temos que imitar Deus, buscando desenvolver as qualidades divinas que temos dentro de nós em estado embrionário.
25. E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
26. E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?
Jesus sabia o que está escrito na lei e o doutor da lei também sabia. Todos nós sabemos o que está escrito. Mas Jesus pergunta como o doutor da lei lê o que está escrito, como ele percebe o que está escrito.
O primeiro ato da vida pública de Jesus narrado por Lucas é a visita de Jesus à sinagoga de Nazaré. No capítulo 4 nós tomamos conhecimento de que Jesus já havia começado a sua missão e já estava famoso, mas o primeiro ato narrado por Lucas foi que Jesus chegou à sinagoga e sentou-se para ler.
Que isso nos sirva de lição. Que imitemos este primeiro ato de Jesus de ler, pois é através da leitura que os grandes ensinamentos são passados através de gerações. E agora Jesus pergunta ao doutor da lei: Como lês?
O modo como nós lemos, a nossa intenção ao ler, a escolha da leitura, a receptividade para os grandes ensinamentos, tudo isso determina o proveito que fazemos da leitura.
27. E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.
28. E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.
29. Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
O doutor da lei cita duas passagens do Antigo Testamento:
“Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças”. Deuteronômio 6:5;
“Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”. Levítico 19:18
Esse é o resumo da lei. No Evangelho de Marcos é Jesus quem responde citando estas duas passagens escolhidas pelo doutor da lei.
Para explicar ao doutor da lei quem é o nosso próximo, Jesus nos conta a parábola do bom samaritano:
30. E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
31. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
32. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.
33. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;
34. E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
35. E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar.
36. Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
37. E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.
Esse homem que foi atacado no caminho descia de Jerusalém. Jerusalém quer dizer “visão da paz”. O homem descia da visão da paz e atravessava um caminho pedregoso e cheio de perigos. E foi ajudado pelo samaritano, que quer dizer “vigilante”, pois Samaria significa “torre de vigia”.
O homem que vigia ajudou o homem que perdeu a paz, o homem que desceu da visão da paz. Antes de mais nada, aprendemos que devemos evitar o caminho de descida da visão da paz.
E descobrimos que não é através dos religiosos tradicionais que seremos socorridos. Quem nos socorrer até pode ser uma pessoa religiosa, nada impede isso, mas o que distingue essa pessoa, de acordo com Jesus, é o fato de ela estar vigilante, ou seja, de colocar em prática o que Jesus nos ensinou em outra ocasião: orar e vigiar (Mateus 26:41).
Para o doutor da lei, como para a maioria, ainda hoje, o próximo é apenas o mais próximo, o que pertence ao mesmo grupo familiar. Jesus nos disse que não há mérito nenhum nisso, pois até os pecadores amam quem os ama (Lucas 6:32). Nosso esforço deve ser em agir como o samaritano, para quem o próximo era quem estava próximo naquele momento.
Quando Moisés libertou o povo da escravidão no Egito e conduziu as doze tribos de Israel pelo deserto em busca da terra prometida, ele designou que a responsabilidade pela religião caberia aos levitas, aos descendentes da tribo de Levi, que, curiosamente, era a sua linhagem. Os sacerdotes eram os descendentes de Arão, irmão de Moisés, e os levitas eram os demais membros da tribo de Levi. Eram todos pessoas responsáveis pela religião, pessoas teoricamente seguidoras das leis de Deus.
Os samaritanos, por sua vez, embora tivessem uma origem em comum com os judeus, haviam se afastado, misturaram-se a outros povos e adquiriram outros costumes.
Mas o que separava os judeus e os samaritanos era principalmente o fato de os samaritanos não aceitarem os livros dos profetas (eles aceitavam apenas a torá, equivalente ao Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia) e por não reconhecerem Jerusalém como local de culto (o seu local de culto é Gerizim).
A parábola do bom samaritano é o exemplo perfeito de que não são os rótulos que se dá às pessoas que as torna melhores ou piores.
Também não importa apenas o conhecimento intelectual das leis, pois o sacerdote e o levita, como homens religiosos, conheciam a lei. Mas, em vez de praticarem a Lei de Amor que foi citada há pouco pelo doutor da lei, preferiam praticar apenas as leis de pureza que os proibia de se aproximarem dos estrangeiros, dos mortos e dos doentes.
O apego às leis de pureza da Torá foi o motivo prático pelo qual o sacerdote e o levita evitaram a aproximação com o homem assaltado: ele poderia estar morto ou doente, o que, legalmente, os tornaria temporariamente impuros.
O que importa é a prática da lei maior, assim instituída por Jesus, que é a Lei de Amor. O Amor é Lei de Deus, não lei dos homens, como são as leis de pureza da Torá, que foram instituídas por Moisés.
O samaritano é o modelo ideal de amor ao próximo. Amor desinteressado e incondicional. Não levou em consideração o perigo da estrada, a possibilidade de ser confundido com um assaltante, as diferenças históricas entre judeus e samaritanos, o tempo despendido, o cansaço físico por fazer o caminho de volta a pé, conduzindo o judeu em seu animal, a despesa decorrente do seu ato de caridade.
Apenas fez o que se deve fazer ao próximo, que é amá-lo como a si mesmo. Do mesmo modo que o samaritano gostaria de ser tratado se passasse por aquela situação, assim ele tratou o judeu.
O dia em que conseguirmos agir assim viveremos em comunhão com Deus. É o que Jesus nos manda fazer: “Vai, e faze da mesma maneira”.
38. E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa;
39. E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
40. Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude.
41. E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;
42. E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.
A diferença entre essas duas irmãs representa os interesses que tomam a nossa atenção durante a vida.
Maria não perde a oportunidade de aprendizado espiritual. Encontrou o Cristo e isso para ela é o mais importante.
Marta ainda é escrava das obrigações materiais. Sua intenção é servir o Cristo, é agradar o Cristo, ainda vê o Cristo de longe, como algo fora de si mesma. E como a pessoa que tem inúmeros afazeres religiosos, que pratica a caridade material, mas que ainda não encontrou o Cristo em sua intimidade, não tem o conhecimento íntimo de Deus.
Nós vimos que o samaritano prestou um serviço material ao próximo, mas samaritano quer dizer vigilante. O serviço prestado ao próximo não deve nos afastar do contato íntimo com o Cristo.
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