Artigo publicado originalmente em 13/11/2012
A mulher conquistou direitos que antes eram exclusivos dos homens. Mas também copiou seus mais ridículos defeitos. O pior deles é a liberalidade sexual.
A mulher tem igualado o homem em direitos, responsabilidades, atitudes e comportamentos. Durante milênios as mulheres foram dominadas pelos homens. O tratamento reservado a elas mudou conforme época e lugar. Na Grécia antiga, a utilidade real da mulher era a procriação. Até sexualmente os homens preferiam seus iguais. Nos povos bárbaros da Europa a mulher tinha algum espaço, mas sempre subserviente ao homem. Até recentemente, cinquenta ou sessenta anos atrás, a mulher era relegada a segundo plano.
Foi no pós-guerra que a mulher se foi libertando, entrando para o mercado de trabalho por falta de mão de obra masculina. Logo surgiu e se popularizou a pílula anticoncepcional, e a mulher se viu livre para se relacionar sexualmente sem o risco de engravidar. Foi uma alucinante e abrupta mudança nos costumes. Tão rápida que ainda não conseguimos entender o que convém e o que não convém em termos de liberdade.
Essa revolução social não foi planejada, não houve tempo pra planejamento. A mulher conquistou direitos que antes eram exclusivos dos homens. Mas também copiou seus mais ridículos defeitos. O pior deles é a liberalidade sexual. Algum tempo atrás, colegas de trabalho que saíam pra beber e falar de suas traições conjugais eram necessariamente homens. Hoje é comum ver mulheres fazendo isso.
Mesmos direitos? Claro. Se eles podem, elas também podem. Mas não precisavam exercer seus direitos imitando defeitos. Poderiam simplesmente combatê-los, e toda mulher tem armas pra combater defeitos dos homens. Mas como lembrei antes, nada disso foi planejado, é um processo novo que vai sendo aperfeiçoado com o tempo.
Sabemos que o espírito não tem sexo, então os defeitos e fraquezas são praticamente os mesmos em homens e mulheres. Mas é sabido que um espírito que vem reencarnando há muitos séculos no mesmo sexo desenvolve mais as características masculinas ou femininas, conforme o caso. E se a mulher chegou ao mesmo patamar que o homem em tão pouco tempo, certamente estão em suas mãos, para as próximas décadas, as ferramentas necessárias para uma mobilização moral da sociedade.
Seria ingenuidade imaginar que o homem vai querer acabar com seu mundinho de libertinagem, que tanto lhe convém. Me refiro à pornografia, ao sexo livre. Hoje um homem olha em dois ou três minutos mais pornografia do que olhava em toda a sua vida em meados do século passado. É uma pena que tantas mulheres se prestem a esse aviltamento da sua sexualidade.
A pornografia deturpa o sexo. Não estou sendo moralista, não é o caso. Mas a pornografia cria uma visão deturpada do sexo, como uma atividade casual e mecânica, isenta de sentimentos. A vulgarização da pornografia e do erotismo faz milhões de adeptos cativos, escravizados às sensações fáceis.
Fora a energia mental, que tão pouco conhecemos, a maior energia com que lidamos é a energia sexual. Com a atenção e o pensamento continuamente voltados para o sexo, há um terrível desperdício de energias. Há uma concentração de energias direcionadas exclusivamente para o campo sexual. Essas energias são vampirizadas por espíritos desencarnados viciados nessas mesmas sensações. Isso forma um ciclo vicioso de péssimas consequências.
Os excessos sexuais e a pornografia levam a uma desmotivação da vivência normal do sexo. O sexo deixa de ser uma troca de energias entre duas pessoas que se querem bem (nem vou falar de amor pra não parecer ingênuo…). E se torna uma obsessão. As energias que poderiam ser canalizadas para o amor, para as artes, para o esporte, para toda e qualquer atividade criativa, são tristemente desperdiçadas, vampirizadas por espíritos infelizes.
Não vejo como uma mudança nesse quadro possa partir dos homens. Talvez esteja na hora de a mulher parar de imitar o homem em seus brinquedos e assumir um papel moralizador que é seu por natureza e direito. A mulher conquistou espaço e direitos para mudar, não para fazer o que o homem já fazia. Mas você pode pensar diferente – é um direito seu.