Artigo publicado originalmente em 10/09/2012
Um tema que todo mundo conhece no espiritismo é obsessão. Mesmo os que conhecem o espiritismo apenas superficialmente estão por dentro do assunto. O mesmo não ocorre com a Lei da afinidade, hoje mais conhecida como Lei de atração. Ouço pessoas praguejarem contra os obsessores, como se eles fossem os causadores de todo o mal que atinge essas pessoas.
O mundo não se divide entre bons e maus, carrascos e vítimas, perseguidores e perseguidos. Todos nós já estagiamos em todas essas denominações. Alguns de nós ainda jogamos nos dois times, quarenta e cinco minutos em cada lado. Isso quando não exercemos os dois papéis em relação a nós mesmos. Sim, é mais comum do que se pensa. Alguém pode ser o obsessor de si mesmo.
Sabemos que há casos de perseguições violentas que têm suas origens lá no passado remoto. São compromissos não resolvidos que o espírito imortal carrega em sua bagagem milenar, à espera de reajuste. Mas grande parte dos casos de obsessão, provavelmente a maioria, deve sua origem ao nosso descontrole mental e emocional.
O nosso pensamento é a origem de tudo. Tudo começa com o pensamento. Toda criação, toda tecnologia, todo progresso, tudo deve sua existência ao pensamento que os idealizou. Assim como idealizamos, de maneira planejada e harmônica, também imaginamos (imaginar: criar imagem, formar imagem) coisas sem disciplina. Deixamos a imaginação à solta, como um cavalo no campo. Ela vai para onde bem entender, sem ninguém que o comande, sem ninguém que lhe segure as rédeas.
E o nosso padrão de pensamento e imaginação tem o poder irresistível de atrair aquilo que lhe for semelhante. É a tão famosa Lei de atração. Tudo o que você já viu, ouviu ou leu a respeito da Lei de atração é correto, é verdadeiro. Mas sua abordagem geralmente trata dos aspectos materiais.
A Lei de atração existe, sim. Qualquer um é capaz de provar isso, com um pouco de prática. Mas ela serve também (e principalmente) para a atração entre espíritos semelhantes. O Espiritismo trata disso na questão 484 do Livro dos Espíritos, ao falar das afinidades. Atraímos constantemente, o tempo todo, espíritos com padrões de pensamento que se afinizam com os nossos.
O melhor exemplo que conheço para descrever como se dá essa afinização é o rádio. A sintonia com determinada estação de rádio acontece quando você gira o botão do dial. Para cada emissora há uma sintonia determinada. Da mesma forma é a sintonia com os espíritos. De acordo com o tipo de pensamento que você tem, são atraídos pra você determinados espíritos que se afinizam com esse tipo de pensamento.
Se aproximam por simpatia, ou em busca de conforto, ou em busca de prazer, ou de algum sentimento mais baixo, ou de sensações grosseiras. Uma oração elevada irá atrair espíritos que se identifiquem com essa vibração. Sentimentos de alegria, de paz, de amor, atrairão espíritos que se afinizem com essas qualidades. Pensamentos de ódio, vingança, inveja, atraem os que lhes são afins.
Pensamentos doentios acabam gerando condutas doentias, e esse quadro é agravado pela ação dos espíritos que se associam ao encarnado nessas condições. Sensações materiais grosseiras como abuso de álcool, drogas, ideia fixa em sexo, formam parcerias entre encarnados e desencarnados que se convencionou chamar de obsessão. Mas cabe lembrar que são nossos pensamentos que atraem esses espíritos que serão tratados como obsessores.
Não seremos nós os seus obsessores, muitas vezes? Afinal, eles se sentem atraídos por nós, por nossos pensamentos e condutas.
Por isso a urgência em mudarmos nosso padrão de pensamentos através da reforma íntima. Conforme o padrão de nossos pensamentos serão as companhias espirituais que atrairemos.