Artigo publicado originalmente em 20/07/2012
Você se interessa pelo seu semelhante? Você se importa com as pessoas à sua volta? Por que nós só amamos a quem nos ama? Não posso falar de um assunto que desconheço, então nem vou falar dos moradores de rua, dos pedintes, dos necessitados que perambulam pelas ruas mendigando qualquer coisa. Minha boa vontade e desprendimento ainda não vão tão longe, minha reforma íntima não alcançou esse estágio por enquanto.
Me refiro às pessoas próximas, àquelas com quem convivemos cotidianamente. Você se interessa por elas? Você presta atenção quando um colega menos agradável lhe conta como foi seu fim de semana? Você ouve um irmão, um parente, um amigo, quando este fala de si, de seus projetos, de seus anseios, de seus problemas?
Há pessoas boas, de bons sentimentos, de boa índole, que, no entanto, não se interessam pelos seus semelhantes. Não têm o menor interesse em saber o que se passa nas cabeças alheias, não fazem questão de descobrir o que pensam e sentem os outros. Para estas pessoas, a vida dos outros não oferece nada de interessante, as histórias dos outros não lhes dizem nada, os interesses alheios não despertam sua atenção.
Não haveria mal algum nisso se não fôssemos humanos, gregários e sociais. E não há como fugir dessas características do espírito imortal. Necessitamos do convívio uns com os outros para aprendermos, para nos desenvolvermos, para crescermos material e espiritualmente. É da troca de experiências que tiramos exemplos importantes, é da observação da experiência do próximo que muitas vezes aprendemos sem precisar passar pela mesma situação.
Quem enfrenta as maiores dificuldades pela vida afora são justamente essas pessoas desligadas, que não se interessam pelos outros. São essas pessoas, que não têm seu interesse despertado por ninguém, as que provocam os maiores danos ao próximo, propositadamente ou não. São essas pessoas, a quem as experiências alheias não têm valor algum, as que mais fracassam na vida, as que enfrentam os maiores dissabores, as que levam os maiores tombos, às vezes desperdiçando uma reencarnação.
A descrição deste site, como você pode ler ali em cima, é “cinco minutos de espiritismo”. É o tempo que você leva pra ler este artigo. Mas se você puder, interrompa a leitura por um ou dois minutos e reflita sobre a questão acima. Pense nas pessoas que você conhece que não ouvem o que você diz; que contam algo de si e quando chega a vez do outro, não prestam a menor atenção. Pessoas que não acham graça nos gostos, nos divertimentos, na maneira de falar, no modo de se portar em sociedade, em nada, absolutamente nada que se refira aos outros.
Certamente você conhece alguém assim. Talvez alguém muito próximo de você. Não é triste? Não é lamentável como essas pessoas se isolam por colher o que plantam? Por não se interessarem por ninguém, ninguém se interessa por elas. Por não gostarem de ninguém como pessoa, como ser humano, ninguém gosta delas por elas serem como são. Por não admirarem nada em ninguém, ninguém admira nada nelas.
Você gosta das pessoas que lhe admiram, você gosta das pessoas que se interessam por sua vida, por algum talento seu, por alguma coisa que você faz. Você pode até amar alguém que não liga a mínima pra você, mas gostar, não. Você sabe, há uma grande diferença entre amar e gostar.
Se você quer ser admirado, admire. Se você quer ser respeitado, respeite. Se quer que as pessoas se interessem por você, interesse-se por elas. Se você quer ser amado, ame. Simples assim.