Estudo do Evangelho em vídeo, Vídeo

Jesus é o Cordeiro de Deus?

Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo? Muitas pessoas ainda entendem a linguagem bíblica ao pé da letra. Jesus, tratando do modo severo com que devemos extirpar os nossos erros, disse que “se o teu olho for motivo de escândalo, arranca-o”. É evidente que Jesus está usando uma figura de linguagem, uma metáfora. Jesus não está propondo que arranquemos literalmente o nosso olho. Da mesma forma, quando João Batista se referiu a Jesus como o “Cordeiro de Deus”, ele está usando uma metáfora. Jesus não é o Cordeiro de Deus no sentido de ter sido sacrificado por nós. Aliás, Jesus não tirou o pecado do mundo. Pecado quer dizer erro. A humanidade deixou de errar depois de Jesus? Claro que não! Jesus não veio nos salvar, pois somos nós mesmos quem devemos nos salvar. Jesus veio nos ensinar o caminho para a nossa auto-salvação. 

Este é o 3º vídeo da série de estudos sobre o Evangelho de João. Tratamos, neste vídeo, do 1º capítulo, do versículo 19 em diante.

Abaixo você pode ler todo o texto do vídeo.

JOÃO 1:19-51

  1. E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?

Já vimos que na época em que este Evangelho foi escrito havia muitos seguidores de João Batista. Quando João Batista ainda era vivo muitos pensavam que ele fosse o messias, e depois de sua morte o número dos seus seguidores não diminuiu.

Este Evangelho foi escrito em Éfeso, e vemos nos Atos dos Apóstolos 19:1-7 que João Batista (ou a seita dos seguidores de João Batista) fazia muito sucesso por lá.

Vejamos como o evangelista descreve o testemunho de João:

  1. E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.

E confessou, e não negou; confessou – A repetição é para dar ênfase ao papel coadjuvante de João Batista. A melhor tradução para o verbo grego homológesen (ωμολογησεν) seria “declarou”. João Batista não estava confessando nada, apenas “declarou” que não era o Cristo.

  1. E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.

Perguntaram ainda se João era Elias ou se era “o” profeta. No texto grego há artigo antes de profeta: eles estavam se referindo ao profeta prometido por Moisés em Deuteronômio 18:15, onde diz que Deus levantaria outro profeta como ele.

Os judeus esperavam a volta de Elias, havia profecias que prometiam a volta do profeta Elias. Jesus diz, em Mateus 11:14, que João Batista é o Elias que havia de vir; e logo adiante, em 17:11, diz que Elias já veio.

João nega ser Elias. E realmente ele não era Elias. O espírito que animou João Batista é o mesmo espírito que, 900 anos antes, havia animado Elias, mas eles não eram a mesma pessoa. O espírito reencarna muitas vezes, mas em cada existência ele é uma pessoa diferente. A individualidade é imortal, a personalidade é transitória. A individualidade vive sempre, a personagem só vive uma vez – e, consequentemente, só morre uma vez. É neste sentido a afirmação em Hebreus 9:27 que faz com que muitas pessoas não aceitem a reencarnação.

Champlim, que é protestante, e que tem uma obra grandiosa sobre a Bíblia, afirma o que nós já sabemos: que “a reencarnação era uma doutrina extremamente generalizada entre os antigos judeus, e era abertamente ensinada nas escolas dirigidas pelos fariseus”.

João não lembrava que havia sido Elias em uma existência anterior. Raramente um adulto lembra de existências anteriores. Com crianças este fenômeno é observado com mais frequência. O Dr. Ian Stevenson dedicou a sua vida ao estudo de casos sugestivos de reencarnação, do qual temos uma pequena amostra no livro 20 casos sugestivos de reencarnação.

Depois de desencarnado, o espírito que animou Elias e João Batista apresentou-se a Jesus, juntamente com Moisés, com a aparência de Elias. Essa é outra questão que os críticos mais apressados não compreendem. O espírito, desde que razoavelmente consciente, mentalmente desenvolvido, pode apresentar-se com a aparência que desejar.

Também não podemos ignorar que, se o evangelista declarasse, neste Evangelho, que João Batista era Elias, isso só iria aumentar o prestígio de João Batista, o que, definitivamente, não era o propósito de quem escreveu este Evangelho.

João Batista então diz que não é o Cristo, não é Elias e não é o profeta.

Jesus, neste Evangelho, afirma muitas vezes “Eu sou”. João Batista aqui repete “eu não sou”. João não é a luz, mas transporta a luz, é porta-luz, como todos nós.

  1. Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
  2. Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.

A citação é de Isaías 40:3. João é a voz, Jesus é a palavra. A voz é instrumento da palavra.

Os sacerdotes e os levitas pedem que João diga quem ele é para que eles respondam àqueles que os enviaram.

Os sacerdotes e os levitas eram ligados ao templo, e o poder do templo na época estava nas mãos dos saduceus. Os saduceus e os fariseus eram rivais, então vemos que houve duas delegações para interrogar João.

O versículo 24 diz:

  1. E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.

Nós sabemos que nos manuscritos gregos não há sinais de pontuação, então esse versículo pode perfeitamente ser traduzido assim: “Os enviados também eram dos fariseus”. 

  1. E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
  2. João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis.

Lembramos aqui que “batismo” quer dizer “mergulho”. João está dizendo: “Eu mergulho em água, mas no meio de vocês está quem vocês não veem”.

No meio de cada um de nós, em nosso íntimo, está o nosso Cristo interno, embora nós não saibamos porque não o vemos.

  1. Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.

Alparca é uma espécie de sandália. João começou sua pregação antes de Jesus, mas Jesus é um espírito incalculavelmente mais velho que João.

  1. Estas coisas aconteceram em Betabara, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.
  2. No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

“Cordeiro de Deus” é uma alusão aos sacrifícios que se faziam, supostamente a Deus, para pagar pelos seus pecados. “Pecado” quer dizer “erro”.

As pessoas cometiam erros (como cometem erros ainda hoje) e, conforme as suas crenças, os animais sacrificados a Deus pagavam pelos seus erros, os animais expiavam os seus erros.

Quando João Batista se refere a Jesus como o Cordeiro de Deus está, obviamente, utilizando uma linguagem metafórica. Há pouco vimos que João declarou que não era digno de desatar a correia da sandália de Jesus. É claro que ele não está se referindo de fato a calçar ou descalçar sandálias – isso são metáforas, são figuras de linguagem. Jesus disse, noutra ocasião, que se o nosso olho for motivo de escândalo devemos arrancá-lo. Isso é metáfora, Jesus não está nos aconselhando a arrancar os nossos olhos.

João está comparando Jesus aos sacrifícios que se faziam a Deus. Os sacrifícios de animais foram o modo que Moisés encontrou para ensinar àquele povo rude que os seus erros tinham um preço, que os seus erros exigiam uma reparação, e que a necessidade dessa reparação era uma Lei de Deus.

Mas Deus nunca pediu sacrifício algum. Deus, o Creador do Universo, não pode ser confundido com um carniceiro. No Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia, há várias menções a sacrifícios exigidos por Deus, com riqueza de detalhes sangrentos. Mas depois do tempo de Moisés, outros profetas, falando em nome de Deus, desmentiram Moisés. Quem pediu sacrifícios foi Moisés, não Deus.

Vejamos o que está escrito em Jeremias: “Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem” (Jeremias 7:22-23).

Em Isaías Deus diz a mesma coisa: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes” (Isaías 1:11).

João diz que Jesus é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” – ou que “levanta”, que “ergue” o pecado do mundo. O verbo airon (αιρων), particípio presente na voz ativa, nominativo masculino singular do verbo arai (αραι) tem o sentido de “erguer e carregar”.

A ideia do sacrifício de animais é que o animal sacrificado expiava os erros humanos e a fumaça do animal assado subia até Deus. Jesus levanta os erros da humanidade ao torná-los visíveis. O ensino de Jesus nos leva à conscientização dos nossos erros.

Mas Jesus não pagou pelos nossos erros. Só quem pode reparar os nossos erros somos nós mesmos. “A cada um segundo as suas obras” (Mateus 16:27), disse Jesus.

Podemos compreender a expressão “Cordeiro de Deus” referindo-se ao Cristo, ao Logos encarnado. Os sacrifícios de animais eram uma tentativa de comunicação com Deus. Através do animal, tentavam chegar até Deus e comunicar a Deus o seu propósito de repararem os seus erros, mesmo que essa reparação coubesse ao animal e não a eles mesmos.

O Evangelho nos apresenta o Cristo como o mediador, o intermediário entre o homem e Deus. Neste sentido o Cristo é o Cordeiro de Deus, o nosso Cristo interno, a fagulha divina que habita dentro de cada um de nós é que nos comunica com Deus.

Mas não podemos aceitar, de modo algum, que Jesus tenha sido sacrificado como um animal para pagar pelos nossos pecados. Isso é teologia de Paulo, foi o modo que Paulo encontrou para converter os povos pagãos para o Cristianismo. Os pagãos sacrificavam animais para os seus deuses e acreditavam que ao comerem a carne dos animais estavam adquirindo as qualidades dos seus deuses. Paulo adaptou a vida de Jesus ao gosto dos pagãos.

Se Jesus fosse Deus, como muitos querem, e houvesse sido sacrificado, seria Deus sendo sacrificado a Deus para aplacar a ira de Deus!

Mesmo que Jesus fosse o filho de Deus no sentido humano, Deus não pediria o sacrifício do seu filho. Em Deuteronômio Deus diz ao povo israelita, se referindo aos povos que eles encontrariam na terra prometida:

“Assim não farás ao Senhor teu Deus; porque tudo o que é abominável ao Senhor, e que ele odeia, fizeram eles a seus deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimaram no fogo aos seus deuses”. (Deuteronômio 12:31)

Se sacrificar os filhos é abominável a Deus, Deus não sacrificaria o seu filho. Em Mateus 9:13 Jesus recomenda: “Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não o sacrifício”

O sacrifício de Jesus foi viver entre nós, não morrer por nós. Muitos perguntarão: “Então para que serviu a morte de Jesus?” – Mas a pergunta é outra. A pergunta é: Para que serviu a vida de Jesus? Para que está me servindo neste momento a vida de Jesus?

  1. Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.
  2. E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água.
  3. E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele.
  4. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
  5. E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus.

    Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu – pode-se traduzir como “foi gerado antes de mim”.

João está novamente dizendo que alguém o mandou para uma missão. Se alguém o mandou, ele já existia antes e tinha perfeita consciência, tanto que lembra do sinal convencionado para que reconhecesse Jesus. Na verdade eles eram primos e talvez tenham convivido juntos em algum momento.

A tradução diz “eu não o conhecia”, e isso pode dar a impressão de que João não conhecia Jesus. A tradução mais adequada é “eu não sabia”, “eu não percebia”, referindo-se não à pessoa de Jesus, mas à missão de Jesus. Provavelmente faltava apenas a prova de que o enviado de Deus que ele anunciava era mesmo Jesus.

João diz que viu o espírito descer do céu sobre Jesus. João está se referindo ao momento do batismo de Jesus, feito por ele mesmo. O evangelista não cita que Jesus foi batizado por João para não enaltecer a imagem de João, mas o batismo é narrado nos outros Evangelhos. Por causa dessa descrição do batismo os gnósticos acreditavam que o Logos tinha se unido a Jesus só por ocasião do seu batismo, e que teria deixado Jesus na crucificação. Por isso no Evangelho de Marcos Jesus teria dito na cruz: “Senhor, por que me abandonaste?”

O que João viu foi provavelmente o corpo astral de Jesus retornando suavemente ao corpo físico depois de um desdobramento. João não diz que o espírito tinha a forma de pomba, mas que desceu como pomba, mansamente como uma pomba.

João mergulhava em água, como um simbolismo de renascimento; Jesus mergulha num espírito santo, ou seja, num espírito voltado para Deus, dedicado a Deus.  O ensino de Jesus faz com que mergulhemos dentro de nós mesmos, em nosso íntimo, que nos conscientizemos de nossa natureza espiritual e divina.

  1. No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos;
  2. E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.
  3. E os dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus.
  4. E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras?
  5. Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima.
  6. Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João, e o haviam seguido.
  7. Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo).
  8. E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).

Aqui nós vemos que os dois primeiros discípulos de Jesus antes eram discípulos de João Batista. Simbolicamente, João Batista representa um caminho que leva ao Cristo.

João era uma personalidade forte, denunciava as irregularidades, vivia longe dos prazeres mundanos. Este é um caminho, o caminho da virtude – lembramos que virtude quer dizer força. Quando a virtude já cumpriu o seu papel nós descobrimos o nosso Cristo interno e passamos a segui-lo.

Aqui temos as primeiras palavras de Jesus neste Evangelho: “Que buscais?” – Essa é a pergunta que o nosso Cristo interno faz a cada um de nós. Que buscamos? O que estamos procurando? Estamos em busca de que, realmente?

E, assim como os primeiros discípulos, nós perguntamos ao Cristo: “Onde moras?” – Descobrimos o Cristo, vimos o Cristo, mas não sabemos onde ele fica, onde ele permanece. E ele responde, assim como Jesus: “Vinde e vede”. Seguindo o caminho proposto por Jesus encontramos a morada do Cristo, que é dentro de nós, como diz o versículo 14 – o logos fez a sua morada em nós.

Um dos discípulos é André, e o outro, não nomeado, é tradicionalmente tido como João, o autor deste Evangelho. Mas também poderia ser Filipe, que é citado logo adiante.

O evangelista traduz o significado das palavras “rabi”, “messias” e “Cefas”, que são palavras hebraicas ou aramaicas. Vemos claramente que João escreve pensando no mundo grego, é aos gregos que ele está se dirigindo.

  1. No dia seguinte quis Jesus ir à Galiléia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me.
  2. E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
  3. Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
  4. Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem, e vê.

Filipe se refere a Jesus como o cumprimento das escrituras hebraicas – o outro profeta, que Moisés disse que viria, ou um enviado de Deus previsto pelos profetas.

Provavelmente eles já conheciam Jesus, pois Filipe o apresenta como Jesus de Nazaré, filho de José.

Natanael, conhecendo o minúsculo povoado de Nazaré, estranha que possa surgir de lá um profeta. E Filipe repete a ele as palavras de Jesus: “Vem e vê”.

Isso é um convite à fé raciocinada. “Vem e vê, não faça julgamentos precipitados, não se deixe levar pelo preconceito”. O grande mérito do Espiritismo é a proposta da fé raciocinada. Fé é fidelidade. Para sermos fieis a um ensino precisamos conhecer este ensino. Para rejeitarmos uma ideia convém que conheçamos esta ideia. Dois mil anos nos separam daqueles homens que no tempo de Jesus ofereciam sacrifícios de animais a Deus para se livrarem dos seus pecados.

Não podemos mais agir assim. Temos que nos conscientizar da nossa natureza espiritual e divina e assumirmos a responsabilidade sobre nós mesmos. Nossas crenças são o que nós fazemos delas. Nossa fé deve ser raciocinada. Deus nos dotou de razão para usarmos a razão, não para aceitarmos cegamente conceitos ultrapassados só porque eles são mais cômodos. 

  1. Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo.
  2. Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira.
  3. Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel.
  4. Jesus respondeu, e disse-lhe: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás.
  5. E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.

Natanael fica admirado porque Jesus o tinha visto debaixo da figueira. Segundo Champlim, o Talmude diz que o melhor lugar para examinar as escrituras é sob uma figueira, para estudar as escrituras verdadeiramente. Provavelmente era isso o que Natanael estava fazendo, talvez refletindo justamente sobre a vinda do messias, o enviado de Deus. Por isso o seu espanto.

A expressão “filho de Deus” era uma das maneiras de se referirem a um rei. “Rei de Israel” seria um dos títulos do messias que os judeus esperavam, o enviado de Deus para devolver a glória que o povo de Israel julgava merecer.

O fato de Jesus tê-lo visto à distância nada tem de extraordinário. Não são os poderes psíquicos de Jesus que o fazem grande, mas o ensino que nos legou. Jesus diz que Natanael veria coisas maiores do que demonstrações de visão à distância. Veria “(…) o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o filho do homem” – o céu aberto é uma referência ao sonho de Jacó, relatado no Gênesis 28:10-17. O céu aberto também simboliza o desvelamento, a abertura do reino dos céus ou reino de Deus, que Jesus disse que está dentro de nós (Lucas 17:21). Se o reino dos céus está dentro de nós e vai se abrir para nós, os anjos de Deus a que Jesus estava se referindo são os seus próprios discípulos.

A palavra “anjo” quer dizer “mensageiro”, e se refere tanto a espíritos encarnados como a espíritos desencarnados, subindo e descendo em seu desenvolvimento de “filho do homem”, que é o nosso próximo estágio evolutivo.

Também não podemos ignorar que Jesus era assistido por muitos espíritos, seus auxiliares na sua missão, que subiam e desciam sobre ele no cumprimento de suas tarefas.

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