O encontro de Jesus com Zaqueu e a expulsão dos vendilhões do templo, tratados numa visão espírita, são os principais temas deste vídeo, ambos componentes do capítulo 19 do Evangelho de Lucas. Este é o 24º vídeo de uma série de 30 vídeos em que interpreto e analiso o Evangelho de Lucas numa abordagem pautada no Espiritismo.
Abaixo você pode ler todo o texto do vídeo.
CAPÍTULO 19
1. E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando.
2. E eis que havia ali um homem chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos, e era rico.
3. E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura.
4. E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver; porque havia de passar por ali.
5. E quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa.
6. E, apressando-se, desceu, e recebeu-o alegremente.
7. E, vendo todos isto, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador.
Jesus está entrando em Jericó, que era a segunda cidade em importância para os judeus, ficando atrás apenas de Jerusalém. Zaqueu era o chefe dos publicanos da cidade, era o responsável pela cobrança dos impostos, e sendo Jericó um importante centro comercial, certamente Zaqueu era um homem muito rico.
Sabemos do desprezo que os judeus tinham pelos cobradores de impostos. Provavelmente sentiam inveja de Zaqueu por ele ser muito rico. Por isso murmuravam, reclamando do fato de Jesus se hospedar em sua casa.
Lembramos que Jesus se dirigia a Jerusalém com os seus discípulos e as mulheres que o acompanhavam. Zaqueu certamente tinha uma casa grande, capaz de abrigar várias pessoas.
8. E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado.
Algumas traduções, como a do padre José Raimundo Vidigal, traduzem como “vou dar a metade dos meus bens aos pobres” e “vou devolver quatro vezes mais”, no futuro do presente. Mas os verbos estão no presente, dídomi (διδωμι) e apodídomi (αποδιδωμι) – indicativo presente, voz ativa, primeira pessoa do singular dos verbos “dar”e “dar de volta”, “devolver”, “restituir”.
No Êxodo, que é o segundo livro da Bíblia, está regulamentado que o roubo deveria ser devolvido em quádruplo (Êxodo 22:1). Mas Zaqueu não se limitava ao cumprimento da lei, dava aos pobres metade dos seus bens.
Por causa de traduções como a do Padre Vidigal muitos veem nesta passagem uma conversão de Zaqueu, como se o encontro de Zaqueu com Jesus o tivesse transformado num homem bom. Mas não há como distorcer o texto, que é muito claro. Zaqueu era um homem digno e por isso foi procurado por Jesus.
É possível que Mateus, que também era publicano, tenha marcado esse encontro. É comum até hoje que colegas de profissão de cidades diferentes se conheçam, e Mateus pode ter falado a Jesus a respeito de Zaqueu e arranjado este encontro.
9. E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão.
10. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.
Jesus dirigiu essas palavras à multidão, que murmurava contrariada por ele seguir com Zaqueu para a sua casa.
Vamos analisar agora o que representa este encontro de Zaqueu com Jesus.
Zaqueu é o espírito encarnado que aproveita os recursos que tem à sua disposição para ser útil ao próximo e elevar-se espiritualmente. Essa elevação é simbolizada pela árvore em que Zaqueu sobe para ver Jesus, do mesmo modo que o espírito deve elevar-se para ver o Cristo, para avistar-se com o Cristo, para possibilitar o seu grande encontro com o Cristo.
Zaqueu não se deixa abater pelo desânimo por suas condições aparentemente pequenas (como é a sua estatura), mas destaca-se da multidão usando dos recursos que a Vida lhe oferece, subindo acima dos demais (o simbolismo da árvore).
Muitas vezes nos dirigimos a Jesus pedindo ajuda em assuntos mundanos que só dizem respeito a nós mesmos e que compete exclusivamente a nós mesmos resolvê-los; assuntos materiais que não nos elevam. Queremos que Jesus se abaixe até o nosso nível rastejante para tratar de nossos pequenos problemas.
Mas o exemplo de Zaqueu nos mostra que não devemos exigir que o Cristo se abaixe até nós, mas que somos nós que devemos nos elevar até o Cristo.
É importante notar que imediatamente antes de nos falar de Zaqueu, Lucas conta sobre a cura do cego Bartimeu, realizada quando Jesus estava perto de Jericó.
Bartimeu quer dizer “filho do impuro”, ou “filho da impureza”, e Zaqueu quer dizer “puro”. Há uma transição da impureza para a pureza.
Se tomarmos Bartimeu e Zaqueu como símbolos do espírito encarnado na Terra, vemos que o cego torna a ver, abre os olhos para a verdadeira vida, já que passa a seguir Jesus no caminho, que é o caminho reto das Leis de Deus. E, na seqüência, Zaqueu, apesar de sua pequeneza espiritual (simbolizada por sua pequena estatura), eleva-se acima da multidão aproveitando-se dos recursos que tem ao seu dispor.
A seguir Jesus nos conta uma parábola que ilustra bem o episódio ocorrido com Zaqueu.
11. E, ouvindo eles estas coisas, ele prosseguiu, e contou uma parábola; porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que logo se havia de manifestar o reino de Deus.
12. Disse pois: Certo homem nobre partiu para uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois.
13. E, chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai até que eu venha.
14. Mas os seus concidadãos odiavam-no, e mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós.
15. E aconteceu que, voltando ele, depois de ter tomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos, a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando.
16. E veio o primeiro, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu dez minas.
17. E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade.
18. E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas.
19. E a este disse também: Sê tu também sobre cinco cidades.
20. E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço;
21. Porque tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste, e segas o que não semeaste.
22. Porém, ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não pus, e sego o que não semeei;
23. Por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com os juros?
24. E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas.
25. (E disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas.)
26. Pois eu vos digo que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado.
Essa parábola é uma variante da parábola dos talentos, relatada no Evangelho de Mateus. Retrata as oportunidades que recebemos de Deus cada vez que reencarnamos e os diferentes resultados que cada um de nós alcança a partir das oportunidades recebidas.
Zaqueu é o exemplo do espírito que aproveita as oportunidades. Aliás, o episódio de Zaqueu deixa claro que Jesus não condena as riquezas materiais, pois Zaqueu era rico e Jesus declarou que a salvação havia chegado à casa de Zaqueu. Além disso, o próprio Jesus, ao se hospedar na casa de Zaqueu, serviu-se de suas riquezas.
As riquezas são oportunidades que alguns recebem e das quais terão que prestar contas, assim como a inteligência, a saúde e qualquer outra característica a partir da qual possamos servir ao próximo, sermos úteis ao próximo.
É neste sentido que temos que prestar contas, pois a reencarnação é uma dádiva que nos é oferecida por Deus para que possamos evoluir espiritualmente a partir do aprendizado e do serviço ao próximo.
Aquele que tem mais boa vontade e que utiliza os seus recursos em benefício geral, gera cada vez mais recursos, e cada vez terá mais. Mas o que não faz uso dos recursos emprestados por Deus permanece evolutivamente estagnado, e numa próxima reencarnação será privado dos recursos que não quis utilizar.
Não importa em que condições reencarnamos. Sempre temos o dever de aproveitar os recursos que foram colocados à nossa disposição. Por menores que sejam nossas tarefas, devemos executá-las com amor, agradecendo a Deus pela oportunidade de sermos úteis.
A esse propósito, nos diz Emmanuel: “Não caminharás entre as estrelas, antes de trilhares as sendas humildes que te competem”.
Vamos relembrar o que Jesus diz para o primeiro servo: “E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade”.
“Porque no mínimo foste fiel” – no texto grego é pistos egénou (πιστος εγενου). O adjetivo pistos, que normalmente traduzem como crente, aqui é traduzido com o seu sentido real. Pistos é fiel. Pistis é fidelidade, que é o verdadeiro sentido da fé.
Dizer “porque no mínimo foste fiel” equivale a dizer “em coisa pequena tiveste fé”. Que fé foi essa? Não foi ação? Não foi administrar o que foi colocado à sua disposição? Esta é a verdadeira fé, conforme ela é ensinada por Jesus nos Evangelhos. Confundir fé com crença, como se fossem a mesma coisa, é o maior erro conceitual cometido pelo Cristianismo.
“Porém, ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não pus, e sego o que não semeei”. – Jesus afirma em outra ocasião: Pelas tuas palavras serás justificado e pelas tuas palavras serás condenado (Mateus 12:37). Jesus também disse que não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai da boca (Mateus 15:11). Aquilo que nós exteriorizamos, aquilo que nós oferecemos ao mundo em pensamentos, palavras e ações é que nos contamina, pois o que oferecemos ao mundo atinge, em primeiro lugar, a nós mesmos.
27. E quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim.
Em Mateus nós vemos que a ordem é de lançar o servo inútil nas trevas exteriores (Mateus 25:30). O que seriam as trevas exteriores?
Jesus nos diz em outra ocasião para fazermos brilhar a nossa luz (Mateus 5:16). Se ele recomenda que façamos brilhar a nossa luz é porque temos a possibilidade de permanecermos nas trevas, sem luz. Ficamos sem luz justamente quando não aproveitamos os recursos que Deus nos disponibiliza, quando não compartilhamos nossa luz com o próximo. Essa luz a que Jesus se refere é a luz do espírito, é luz interior, é o que está dentro de nós.
Sabemos que o corpo físico é reflexo do espírito, é o resultado do espírito, é a exteriorização do espírito. As trevas exteriores, então, são a exteriorização do nosso estado interior de treva.
Quando Jesus diz que o servo inútil será lançado nas trevas exteriores, quer dizer que ele reencarnará num estado de treva (ou de poucas luzes), com menos recursos, tendo que fazer um esforço maior para poder alcançar algo de positivo na existência material.
Isso não pode ser confundido com castigo. É o resultado de nossas escolhas que determina a maior ou menor quantidade e qualidade dos recursos que recebemos ao reencarnarmos. Somos o resultado de nós mesmos.
28. E, dito isto, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém.
29. E aconteceu que, chegando perto de Betfagé, e de Betânia, ao monte chamado das Oliveiras, mandou dois dos seus discípulos,
30. Dizendo: Ide à aldeia que está defronte, e aí, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que nenhum homem ainda montou; soltai-o e trazei-o.
31. E, se alguém vos perguntar: Por que o soltais? assim lhe direis: Porque o Senhor o há de mister.
32. E, indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera.
33. E, quando soltaram o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que soltais o jumentinho?
34. E eles responderam: O Senhor o há de mister.
35. E trouxeram-no a Jesus; e, lançando sobre o jumentinho as suas vestes, puseram Jesus em cima.
Aqui novamente é bem provável que Jesus ou algum mensageiro seu já houvesse combinado antecipadamente com os donos do jumento para que cedessem o jumento a Jesus. Nada nos leva a crer que tenha havido um fato extraordinário.
Todo o Evangelho é repleto de simbolismos, de ensinamentos em forma de figuras fortes, capazes de atravessar os tempos com a sua mensagem intacta. Compete a cada um de nós decifrá-las.
Este episódio foi provocado por Jesus para que o seu ensino em forma simbólica chegasse até nós. Jesus aqui é o filho do homem, o homem em seu próximo estágio evolutivo, o fruto da evolução humana. O filho do homem segue adiante no caminho, no caminho reto das Leis de Deus, subindo, elevando-se vibracionalmente para alcançar a visão da paz, pois Jerusalém quer dizer “visão da paz”.
Para alcançar a visão da paz é preciso dominar a animalidade, representada pelo jumento. O jumento ainda não havia sido montado, não havia sido domado, dominado. Mas o espírito para elevar-se precisa dominar a animalidade que o prende à matéria, que o deixa embaixo.
Lançam sobre o jumento as suas vestes. O espírito também tem as suas vestes, nossos veículos de manifestação. Mas acima da parte animal e acima das vestes espirituais, dos veículos de manifestação do espírito, está o próprio espírito, representado por Jesus.
36. E, indo ele, estendiam no caminho as suas vestes.
37. E, quando já chegava perto da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto,
38. Dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.
39. E disseram-lhe de entre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos.
40. E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão.
Os que acompanhavam Jesus estendiam as suas vestes no caminho e louvavam a Deus. Isso despertou contrariedade nos fariseus, que pediram que Jesus repreendesse os seus discípulos. Jesus respondeu a eles dizendo que se os discípulos se calassem, até as pedras clamariam.
Há uma frase atribuída a Leon Denis que diz: “A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem”. A evolução é permanente, e Jesus nos indica que não há como impedir a marcha do progresso. Esta marcha de Jesus sobre o jumento e a aclamação dos seus discípulos representa a evolução do espírito, e qualquer tentativa de sufocar essa evolução é inútil, pois ela segue sempre, como diz a questão 540 de O Livro dos Espíritos, do átomo ao arcanjo.
41. E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela,
42. Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos.
43. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todos os lados;
44. E te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.
O que Jesus diz dirigindo-se à cidade se refere também a nós. Se compreendêssemos o que pertence à paz, evitaríamos muito sofrimento e perseguições espirituais, mas isso ainda está oculto aos olhos de muitos, muitos ainda não enxergam a realidade espiritual. Por não enxergarem a realidade espiritual e a paz que os aguarda nos estágios evolutivos mais avançados, cercam-se de inimigos e são destruídos em seu orgulho e egoísmo.
45. E, entrando no templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e compravam,
46. Dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores.
47. E todos os dias ensinava no templo; mas os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os principais do povo procuravam matá-lo.
48. E não achavam meio de o fazer, porque todo o povo pendia para ele, escutando-o.
Os espíritas, de um modo geral, têm dificuldade em admitir que Jesus tenha expulsado os vendilhões do templo. Essa dificuldade surge da confusão que fazem da imagem de Jesus. O período renascentista nos ofereceu um Jesus loiro de olhos azuis e cabelos sedosos.
É evidente que a imagem física de Jesus não tem a menor importância. Mas consagrou-se uma imagem de doçura, de suavidade. É comum lermos ou ouvirmos expressões como “o meigo rabi da Galileia”. Nós estamos analisando o capítulo 19, dos 24 capítulos do Evangelho de Lucas, e até agora não vimos nada de meigo em Jesus.
A expulsão dos vendilhões do templo é narrada pelos quatro evangelhos, então é óbvio que aconteceu. Os que se sentem desconfortáveis com esta passagem é porque não admitem a ideia de um Jesus violento. Nós também não admitimos esta imagem. Mas não achamos que a expulsão dos mercadores seja violência da parte de Jesus.
Um pai que age duramente com seu filho rebelde e desobediente está sendo violento? Quando a lei determina e a polícia cumpre que determinados componentes da sociedade sejam afastados, sejam presos, para evitar novos crimes, a lei e a polícia estão sendo violentas? Se alguém invade a sua casa você não vai expulsar o invasor?
Para quem gosta de André Luiz, a sua obra está cheia de exemplos em que indivíduos são afastados ou impedidos de acessar determinados lugares pela força. Força não quer dizer violência. Bondade não quer dizer complacência. Você ficaria de braços cruzados se presenciasse um crime sabendo que poderia detê-lo? Isso não seria conivência? Não seria uma fraqueza de caráter?
Jesus era jovem e havia sido trabalhador da construção civil até pouco tempo antes de começar a pregar. Jesus era um homem forte e viril, não era um loirinho triste de olhos caídos. Essa imagem que inventaram de Jesus gera muita confusão. Querendo imitar essa imagem doce e suave, podemos nos tornar compactuantes com o crime e com erros graves que podemos evitar. Energia é virtude, não defeito.
Em João é dito que Jesus se referia ao templo como sendo o seu corpo (João 2:21). E isso nos remete ao que realmente interessa neste episódio que é o ensinamento simbólico.
Nosso corpo, nossos veículos de manifestação, são templos de Deus, e devem ser tratados com cuidado e respeito. Nossos corpos não nos pertencem, são concessões de Deus para que possamos adquirir experiências.
A atitude enérgica de Jesus no templo é a mesma atitude enérgica que nós devemos ter com os nossos vícios, com os desejos aviltantes e com a preguiça, que não nascem do corpo, mas que se manifestam através do corpo. Contra isso temos que agir com energia, expulsando essas misérias que nos comunicam com os espíritos mais atrasados da Terra.
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