É preciso fazer a nossa parte. Isso tanto vale para conquistas materiais quanto para a resolução de problemas íntimos. Muitas pessoas me pedem orientação, conselho, oração. Elas gostariam que eu resolvesse os seus problemas, ou que tivesse a orientação segura, ou que tomasse uma decisão de cunho absolutamente individual. Quando, algumas vezes, algum tempo depois, pergunto a uma delas se seguiu as sugestões que ofereci, recebo uma desculpa qualquer…
Não se dão ao trabalho de ler meia dúzia de páginas de um livro, porque “é difícil”, porque “cansa”. Me pedem para orar por elas, mas elas não oram por si mesmas, com a desculpa de que “não sabem orar”.
Todos devem fazer o que estiver ao seu alcance para melhorarem a si mesmos. Para recebermos ajuda espiritual é preciso estarmos receptivos, e este estado de receptividade nós só alcançamos com esforço no autoaperfeiçoamento e com boa vontade, que é o gérmen da fé.
Somos minúsculos e insignificantes como seres, mas somos gigantescos por nossa natureza divina, por sermos filhos de Deus. Temos que contrabalançar estes dois conceitos o tempo todo. Por nossa pequeneza espiritual, temos que ser humildes e reconhecermos nossas fraquezas, nossas falhas de caráter e os inúmeros erros cometidos que nos legaram, temporariamente, a situação em que nos encontramos. Por nossa natureza divina, temos que ter consciência de que o nosso limite é o limite que nos impomos, nós nem imaginamos do que somos capazes, pois o próprio Jesus nos disse que somos capazes de fazer tudo o que ele fazia e ainda mais.
Você é o que você pensa que você é
Somos espíritos imortais, com uma eternidade a nosso favor. Mas ainda estamos na infância espiritual. Diante da grandeza incomensurável do Universo, pequenos seres que precisam sofrer para retomar o caminho reto só podem ser crianças espirituais. Contamos com o Amor e a Misericórdia de Deus, que sempre nos oferece novas oportunidades de reajuste e aprendizado, mas não podemos derrogar a Justiça de Deus. O que plantamos, temos que colher. Isso não pode ser confundido, de forma alguma, com castigo. O Amor de Deus nos deixa livres para optar pelos mais diversos caminhos; a Misericórdia de Deus nos permite sempre recomeçar; a Justiça de Deus nos devolve o resultado de nossos pensamentos, palavras e ações.
Quando minha filha Sofia tinha três ou quatro dias de vida, levei-a ao hospital para fazer o teste do pezinho. Tive que imobilizá-la, ouvindo seus gritos estridentes de bebê recém-nascido enquanto a enfermeira coletava o seu sangue com a seringa. Ela certamente não tinha condições de compreender que a aparente crueldade do pai que a segurava com tanta força era para o seu bem.
De nada adianta a revolta. Se não compreendemos o porquê de nossa situação atual, temos que buscar esclarecimento e aceitar que não há efeito sem causa. Se estamos dentro do buraco, sem sabermos como fomos parar aí, tratemos de sair do buraco. Em vez de revolta e lamentação, tratemos de adquirir forças para sairmos do buraco. Se a saída, atualmente, não é possível, por limitações físicas ou psíquicas, podemos fazer o buraco ser o mais confortável possível. Mantendo a certeza de que tudo é passageiro, que as dificuldades superadas de hoje são as vitórias de amanhã.