Artigo publicado originalmente em 26/10/2012
A única maneira de se sentir realizado é fazendo algo de útil em proveito de alguém. Por isso, em algum momento, surge a necessidade de ser útil ao próximo.
Quantas pessoas você conhece que não têm objetivo na vida? Quantas pessoas do seu convívio não veem o menor sentido em nada, apenas vivem por viver? Muitos são os que apenas sobrevivem. Fazem as mesmas coisas sempre, sem pensar o porquê de fazerem o que fazem.
Quantas pessoas você conhece que trabalham a vida inteira numa atividade de que não gostam? Quantas pessoas você sabe que são casadas há anos e anos com alguém de quem não gostam, alguém que mal aturam?
E as pessoas que trocam a vida real pela vida virtual? Passam a vida em função de televisão, rádio, jornal, internet. Acompanham as novelas com mais interesse do que pela própria vida. Acompanham os campeonatos de que seu time participa como se isso acrescentasse algo de importância vital para sua vida.
Todos precisamos de lazer, todos temos necessidade de descontração. Mas vai uma grande diferença entre o espaço para a diversão diária e o dia tomado por essas atividades artificiais. E a sua própria vida, como é que fica?
O que você vem fazendo da sua vida? Você já parou pra pensar por que você nasceu? Você deve saber disso, mas é bom lembrar: antes de nascer você se propôs a fazer um monte de coisas! Você quis nascer para realizar! Lembre da sua infância, o mais longe que puder. Lembrou? Vê como você tinha sonhos e planos?
Você queria crescer pra fazer um montão de coisas. Agora você cresceu, e daí? Vai esperar ficar muito velho pra dizer que não dá mais tempo? Sempre é tempo de fazer algo de útil. É isso! É isso que preenche a vida, é isso que dá sentido à vida, é isso que é a vida. Ser útil! E a única maneira de ser útil de verdade é sendo útil ao próximo.
Como escrevo sobre espiritismo, parto do princípio de que você é reencarnacionista. Mas nem é preciso reconhecer a reencarnação para constatar que as pessoas trazem, ao nascer, a vontade firme de se destacarem, de se imortalizarem através de suas obras. Alguns poderosos criam fundações com o seu nome, outros escrevem livros ou criam obras de arte, outros nos legam invenções, outros almejam virar estátuas ou nomes de ruas e praças.
Mas o que dá sentido real à vida é ser útil aos outros. Viver pra si mesmo é bom. Viver em busca de prazeres é bom. Ninguém aqui é santo. Mas enquanto vivemos só pra nós mesmos, por mais prazer que tenhamos, por mais coisas boas e agradáveis que experimentemos, nunca é o suficiente. O prazer alcançado nunca é o bastante. É por isso que quem vive voltado para as coisas materiais, quem vive em função de prazeres materiais, sempre quer mais.
Sempre mais comida, mais álcool, mais drogas, mais roupas e sapatos e bolsas e aparelhos e tudo o que o consumismo oferece, sempre mais sexo, mais jogo, mais velocidade, mais prazeres de todo tipo. Porque o prazer não preenche o vazio no peito, o prazer material não é capaz de suprir a necessidade íntima de ser útil aos outros.
A única maneira de se sentir realizado é fazendo algo de útil em proveito de alguém. Ninguém consegue se sentir realizado, ninguém experimenta a maravilhosa sensação do dever cumprido se não se dedica a fazer alguma coisa de útil a alguém que não seja a si mesmo.
Não há como ver sentido na vida se não for para ser útil aos outros. Quem são os outros? Isso é você quem decide. Seus amigos, seus vizinhos, seus colegas, empregados, alunos, parentes, sua família, os espíritos sofredores, a lista é enorme. Sempre há alguém precisando de você. Sempre há alguém que precisa exatamente do tipo de ajuda que você pode oferecer.