“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mateus 6:19-21
Este ensinamento de Jesus não se refere especificamente aos bens materiais, mas a tudo o que valorizamos. Concentramos o nosso pensamento nas coisas que nos são mais importantes. Essas coisas podem ser boas ou más. Mas o nosso pensamento passa a maior parte do tempo em função dos mesmos assuntos, dos mesmos temas, das mesmas ideias. Para muitos, é o dinheiro, para outros é o sexo, outros a vingança, ou a doença, ou a preocupação com os filhos, ou o ciúme doentio, ou a ambição profissional, ou o futebol, a política, a religião.
Nosso tesouro é o pensamento, é ele que determina quem somos hoje e quem seremos amanhã. E onde está o nosso pensamento, está o nosso coração. Não importa se o pensamento é bom ou mau. Nosso coração o acompanha. Isso vale para todas as situações da nossa vida.
Espiritismo e a importância do pensamento
Quando algum pedinte lhe pede esmola e você fica pensando que ele vai comprar droga, você está dando uma ordem a ele. O seu pensamento, acompanhado do dinheiro, que é a parte material, está ordenando a ele que compre droga. Esse não é o seu propósito, claro que não. Mas a sua mente, ao emitir um pensamento, está formando uma imagem correspondente a este pensamento. E esta imagem age sobre o pedinte, que está passivo, em posição de receptividade, recebendo o dinheiro e sua ordem inconsciente de comprar droga.
Quando você dá alguma coisa que acha que tem que se desfazer, mas ainda sente-se ligado a esta coisa, seja uma roupa, um móvel ou um objeto qualquer, o seu pensamento, mesmo que fragmentado, acompanha esta coisa, a sua energia fica nesta coisa.
Quando você se prende demais a alguém, não importa quem seja, desde um filho ou marido até um colega de trabalho, seu pensamento está acompanhando esta pessoa, e parte de você também. Pois onde está o seu pensamento está o seu coração.
O resultado de qualquer dessas situações, seja ele qual for, tem a sua assinatura, você é corresponsável pela influência que o seu pensamento e a energia que acompanha o seu pensamento desencadearem nas pessoas envolvidas.
Você permanece apegado à matéria por conta dos seus pensamentos descontrolados. Se você não os controla, eles trabalham no piloto automático, como se tivessem vida própria, ou são controlados por outros espíritos, encarnados ou desencarnados. O apego às coisas, pessoas e situações é que nos impede a elevação que tanto pode nos beneficiar.
O pensamento descontrolado é um desperdício de energia. Quando alguém diz “minha” doença, “meu” problema, esse alguém está colocando a sua impressão digital na doença ou no problema, está afirmando para o seu subconsciente e para o Universo que a doença e o problema são dela, apenas dela, e, sendo dela, ela os quer.
Nossa mente é uma usina de energia. Ao nos apegarmos a coisas, pessoas ou situações estamos concentrando as nossas energias nisso. Quando todas as suas preocupações giram em torno de você mesmo, você está acumulando a sua energia, não está dando livre passagem a ela, está se desajustando e atraindo desajustes semelhantes, pois os semelhantes se atraem.
Somos filhos de Deus, creados à sua imagem e semelhança. Herdamos de Deus o poder creador. Por isso temos um potencial de energia incalculável. Essa energia é para ser utilizada em coisas construtivas e úteis, em benefício do próximo, como modo de crescimento em conjunto. Somos responsáveis por toda a energia que emana de nós, por toda a energia que é desperdiçada tristemente, muitas vezes prejudicando, além de nós mesmos, o nosso próximo.
O domínio do pensamento e a reforma íntima
Por isso a importância de controlar o pensamento, de adquirir e manter bons hábitos, de educar o intelecto, de nutrir bons sentimentos, de orar ou meditar, de nos instruirmos nas coisas do espírito, de lermos coisas edificantes, de conhecermos a nós mesmos, de nos tornarmos seres melhores do que temos sido.