Você já deve ter lido e ouvido muito sobre espírito e perispírito. Talvez não tenha se dado conta de uma consequência lógica das propriedades do perispírito…
Quando eu era criança, a maior tecnologia para a armazenagem de dados era a fita K7. Havia as de 45, 60 e 90 minutos, estas últimas, caríssimas. O CD foi uma grande inovação e um avanço na capacidade de armazenagem. Hoje há o pendrive, e isso é só o começo. Numa fita de 90 minutos cabia em torno de 25 músicas. Num pendrive pode-se gravar milhares de músicas…
No entanto, toda a tecnologia é primária e insignificante se comparada ao espírito imortal e seus veículos de manifestação. O perispírito grava tudo, absolutamente tudo o que pensamos, falamos e fazemos. Fica tudo registrado. Você já viu as caixas registradoras no supermercado? Tem duas fitas. Uma é a nota que é entregue para o cliente; a outra fica dentro da registradora, com a soma de todos os produtos que passaram por ali.
Assim são nossos pensamentos, palavras e ações. São como duas fitas. Uma para fora e outra para dentro. Os pensamentos, palavras e ações permanecem fora de nós nos efeitos que causam; mas também persistem dentro de nós mesmos nos arquivos de nossa consciência.
O que externamos fica no universo, é acrescentado ao universo. Tudo o que pensamos, falamos ou fazemos repercute no mundo, afeta a vida de alguém, exerce influência direta ou indireta em situações, pessoas e coisas.
O que externamos também é matematicamente contabilizado em nosso íntimo. É o que forma o que somos. É o que nos diferencia de todos os demais. Somos a soma de tudo o que produzimos em pensamento, palavra e ação. Por isso não há uma pessoa igual a outra, todos são diferentes, todos são únicos e complexos.
Deus nos creou simples e ignorantes. Compete a nós o desenvolvimento da sua creação. Fomos creados por Deus, mas somos nós que nos desenvolvemos com nossos esforços positivos ou negativos.
Nosso perispírito é formatado de acordo com o que produzimos. Assim como uma mãe ou pai percebe claramente quando seu filho ou filha está triste, alegre, com medo ou mentindo, da mesma forma os espíritos mais evoluídos que nós notam com total clareza o que se passa em nosso íntimo, sabem quem somos de verdade, “leem” através de nosso perispírito. Não adianta tentar esconder nada, é inútil.
Enquanto estamos encarnados temos o invólucro físico para nos protegermos, para disfarçar nossas emoções ou nossas verdadeiras intenções. Se soubermos nos mascarar bem, podemos enganar até pessoas experientes e sábias. Mas esse disfarce não dura pra sempre. Se você já passou dos 25, 30 anos, é provável que já tenha percebido que uma reencarnação é um instante. Às vezes parece que demora; mas quando chegar o momento de voltar para o plano astral, ficaremos com a impressão de um instante que se foi.
Cabe a cada um de nós aproveitar o máximo possível esse instante. De maneira produtiva, útil. E conscientes de que não enganaremos sempre. Sem o corpo físico não conseguiremos mais enganar a nós mesmos. Pois quando ludibriamos alguém, é a nós mesmos que estamos enganando. Quando mentimos para alguém, é para nós mesmos que estamos mentindo. Uma fita sai e outra fica, lembra? Pois é. Tudo o que pensamos, pensamos de nós. Tudo o que falamos, falamos para nós mesmos. Tudo o que fazemos, é para nós próprios que estamos fazendo.