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Mediunidade não é dom

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Morel Felipe Wilkon

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Você pensa que mediunidade é dom? É comum pessoas se referirem à mediunidade como um dom, como uma qualidade distintiva. Mediunidade não quer dizer evolução, de jeito nenhum.

Tomos somos médiuns em potencial, mas nem todos desenvolvem essa potencialidade. O médium é alguém que tem uma sensibilidade a mais, uma capacidade de percepção maior do que a maioria. Essas características são decorrência de inúmeras reencarnações, em que o espírito vai adquirindo conhecimentos e experiências de acordo com a sua interação com os seus irmãos de caminhada.

A quase totalidade dos médiuns que conhecemos foi preparada para o exercício da faculdade mediúnica antes de reencarnar. Eles trazem consigo a tarefa de mediar o intercâmbio entre os espíritos encarnados e desencarnados.

Mediunidade não quer dizer evolução
Você acha que mediunidade é dom?

Muitos, talvez a maioria, dos que são tidos como desequilibrados mentais, são médiuns que não estudaram, não desenvolveram, não exercitaram conscientemente a sua mediunidade. Não exercitaram conscientemente, porque inconscientemente sofrem a influência incessante do plano espiritual. Essa influência é quase sempre negativa, pois o médium não educado para a sua tarefa e moralmente frágil, como a maior parte de nós é, não tem meios de se proteger do assédio de espíritos atrasados, mal intencionados ou não.

O que liberta é o conhecimento, sabemos disso. Quando o assunto é mediunidade, esta máxima tem seu valor potencializado, pois é imprescindível que o médium se evangelize e eduque sua faculdade mediúnica se quiser ter uma vida normal, equilibrada e útil. Um médium que não zela pela capacidade que recebeu ao reencarnar funciona como uma vela acesa numa sala escura, atraindo insetos à sua volta. Atrai tudo o que se afiniza com seus pensamentos, palavras e ações. Conquista companhias das quais é difícil se livrar.

Não há meio de fugir à responsabilidade do desenvolvimento mediúnico. Quem reencarna com essa tarefa implorou para isso, pediu insistentemente para receber essa chance de trabalhar em benefício do próximo. Chegando aqui, se perde em meio aos prazeres, distrações e preconceitos, e não presta atenção aos apelos que a vida faz para que ele se dê conta das suas características, a fim de que cumpra com o que foi combinado. Não faltam avisos. Durante a vida, muitos avisos, diretos ou indiretos, muitas sugestões e “coincidências” ocorrem para ajudá-lo a lembrar do seu dever.

Muitos não estudam a mediunidade por preconceito religioso ou social. Em vez de aproveitar a oportunidade, se apegam a aparências. Em vez de darem graças a Deus por terem reencarnado no Brasil, onde estes fenômenos são bem aceitos, queixam-se dos sintomas, desistem, dão pra trás. Suas desculpas seriam mais aceitáveis se tivessem nascido num país Europeu; Alemanha, Áustria, Suíça, onde as relações são frias e não há espaço para o diferente. No Brasil não deveria haver espaço para preconceitos, já que abrigamos todas as etnias e tradições culturais as mais diversas.

Muitos médiuns não se sujeitam ao estudo sério, metódico, em grupo, e desenvolvem suas faculdades sozinhos. Dificilmente terão uma proteção eficaz, dificilmente interagirão com espíritos minimamente elevados ou ao menos bem intencionados.

De vez em quando me deparo com um desses “seres especiais” que se acham suficientemente entendidos e poderosos para prescindir de um centro espírita, de uma orientação segura, da participação em algum grupo. Preferem acreditar no que os espíritos comunicantes lhes dizem para enaltecer seus egos. Tornam-se instrumentos dóceis nas mãos de espíritos vampirizadores ou francamente perversos.

Já conheci médiuns que afirmam que destroem cidades inteiras no astral sozinhos, que prendem milhares de espíritos de organizações umbralinas numa tacada só, que recebem Moisés ou Napoleão, que foram reis ou grandes magos de Atlântida. Dia desses tive a honra de conhecer a reencarnação do Rei Ricardo Coração de Leão…

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