A pornografia é um vício como qualquer outro. Este vídeo expressa a minha opinião, como espírita, acerca deste tema tão comum e tão pouco debatido. Muitos consomem pornografia; poucos se atrevem a falar sobre isso. Para quem acredita que existe influência entre encarnados e desencarnados, o consumo de pornografia é prática proibitiva, pois é um convite expresso para que espíritos viciados em sexo participem de suas fantasias e compartilhem de suas sensações. Se preferir, o texto do vídeo está logo abaixo.
Pesquisas apontam que de 70% a 90% dos homens acessam rotineiramente sites pornográficos na internet. E essas pesquisas também mostram que uma em cada quatro pessoas que acessam pornografia na internet são mulheres. Então homens e mulheres estão cada vez mais viciados em pornografia.
Cientistas já avaliaram o cérebro dessas pessoas viciadas em pornografia, e constataram que o cérebro dessas pessoas (o lobo frontal) se comporta de maneira muito semelhante ao das pessoas que são viciadas em drogas – então a pornografia também vicia.
Como espírita, eu sei (você não precisa acreditar nisso, mas eu sei) que nós influenciamos e somos influenciados permanentemente pelos espíritos. Nós somos espíritos. Nós somos espíritos encarnados, temos um corpo de carne, um corpo físico, e aqueles que morreram, aqueles que se despojaram do corpo físico são os espíritos desencarnados – mas são espíritos exatamente como nós.
Quando nós morremos nós permanecemos exatamente com a mesma índole, com os mesmos conhecimentos, com os mesmos sentimentos, com as mesmas emoções, com os mesmos desejos; então se os encarnados estão viciados em sexo, os desencarnados também estão viciados em sexo, e influenciam constantemente os encarnados para que procurem cada vez mais pornografia, para que se interessem cada vez mais pela pornografia, para que eles, os desencarnados, em contato com os encarnados, possam sentir essas emoções, possam alimentar o seu desejo como se ainda estivessem em um corpo de carne.
Você que está lendo agora, está sintonizando com o pensamento que eu estou emitindo neste momento. Eu estou transformando meu pensamento em palavras e nós neste momento estamos em sintonia.
Quando há uma grande tragédia nacional, essas desgraças ou grandes crimes que a imprensa gosta de explorar para ganhar audiência, e que chama a atenção de milhões e milhões de pessoas, as mentes dessas pessoas, os pensamentos dessas pessoas entram em sintonia com aquelas desgraças, com aqueles crimes, formando uma espécie de massa psíquica que influencia de alguma forma os espíritos encarnados ou desencarnados envolvidos naquelas tragédias, naqueles crimes.
Essa mesma influência, essa mesma sintonia acontece em qualquer área de nossa vida. Se nós influenciamos e somos influenciados uns pelos outros, uns aos outros, enquanto encarnados, em relação aos desencarnados acontece a mesma coisa.
E quando se assiste a um vídeo pornográfico, se está sintonizando com os espíritos encarnados e desencarnados envolvidos na produção daquele vídeo; as emoções, os sentimentos mais íntimos experimentados pelas pessoas que participaram daquela produção são compartilhados consciente ou inconscientemente pelas pessoas que assistem esses vídeos.
Quem consome pornografia se torna um gerador de imagens pornográficas. A sua mente está em maior ou menor tempo, conforme o seu controle, conforme as suas ocupações cotidianas, formando imagens pornográficas. Essas imagens formadas pela nossa mente (a imaginação, quando acompanhada de muito desejo, de forte emoção, é capaz de criar formas-pensamento) podem ser vistas pelos espíritos desencarnados que estejam na mesma sintonia.
Ao formular em nossa mente imagens sexuais, imagens pornográficas, estamos, mesmo que não propositadamente, convidando espíritos desencarnados para que se aproximem de nós e compartilhem dessas emoções e desses desejos. Fora do meio espírita este assunto raramente é compreendido – mas mesmo as pessoas fora do meio espírita talvez devessem se conscientizar de que a pornografia é um vício, e que assim como uma droga exige cada vez porções maiores, doses maiores, para satisfazer ao desejo do drogado, do mesmo modo aquele que é viciado em pornografia passa a depender de cada vez maiores fantasias, de imagens cada vez mais fortes para satisfazer os seus desejos. A tendência é que, com o tempo, o sexo normal (ou o sexo convencional) entre duas pessoas, passe a não satisfazê-lo.
Mas mesmo no meio espírita existem aqueles espíritas ortodoxos, que aceitam apenas Allan Kardec, que também podem não acreditar na amplidão da influência entre encarnados e desencarnados quando o assunto é pornografia. É preciso esclarecer aqui que respeito aqueles que têm em Allan Kardec a última palavra em Espiritismo – os conservadores são necessários, se não fossem os conservadores, o Espiritismo correria o risco de abraçar muitas outras correntes de pensamento e acabar perdendo o foco. Mas alguns estudiosos do Espiritismo, destes ortodoxos, às vezes não percebem que Allan Kardec e os espíritos da Codificação trataram de temas gerais, sem os esmiuçarem.
Alguns acham que se Allan Kardec não tratou de determinado tema, este tema ou não existe ou é irrelevante. É o caso, por exemplo, da existência do umbral, das cidades e colônias atrais – e muitos kardecistas não aceitam como verdade. Deixa eles.
Eu particularmente sempre recomendo como primeira leitura, como primeiro estudo para aquele que quer entrar em contato com o Espiritismo, O Livro dos Espíritos e as obras de Allan Kardec, mas não acho, de modo algum, que o Espiritismo tenha terminado em Kardec – e também não me digo um kardecista: eu sou cristão, porque meu mestre é Jesus. Allan Kardec tem um papel muito importante, muito relevante para a Codificação do Espiritismo, é um espírito superior a nós – mas ainda é um espírito sujeito a falhas como todos nós, nenhum de nós é infalível.
Mas mesmo nas obras da Codificação nós percebemos claramente a importância do pensamento e a influência que o pensamento exerce entre encarnados e desencarnados. Muitos dos pensamentos que pensamos ser nossos não são nossos, são pensamentos sugeridos por espíritos desencarnados – a mesma coisa em relação aos desejos.
O espírita precisa ter bem claro que ao consumir pornografia ele está entrando em contato com espíritos desencarnados que compartilham daquele desejo e daquelas fantasias. O espírita que acessa sites pornográficos, que consome pornografia, não poderá se queixar de modo algum de espíritos obsessores, pois os espíritos que passam a acompanhá-lo são talvez obsediados por ele, pois é ele que está emitindo pensamentos, em forma de imagens, que são um convite aberto, um convite claro para que aqueles espíritos participem daquelas fantasias.
Não se trata aqui de propor soluções ou de pregar moral – não temos nenhuma moral nova para pregar. A moral que nós temos nos foi ensinada há quase dois mil anos por Jesus Cristo; e Jesus, servindo-se da imagem do adultério, nos diz que não só aquele que trair a sua mulher, não só aquele que cometer adultério, mas aquele que desejar a mulher do próximo em pensamento já está cometendo adultério em pensamento.
Esse ensinamento de Jesus não se aplica exclusivamente ao adultério; o adultério foi um exemplo de que ele se utilizou – isso se aplica à raiva, ao despeito, à inveja, ao desejo. Uma pessoa que sente muita raiva, que sente ódio de outras pessoas, em pensamento ela já matou aquelas pessoas muitas vezes – e em relação ao desejo é a mesma coisa. Quem consome pornografia está viciado ou prestes a se viciar em sexo; então ele passa a pensar, passa a se preocupar compulsivamente com sexo. As imagens sexuais, as imagens pornográficas passam a invadir a sua mente, passam a invadir o seu pensamento nos momentos mais inoportunos. A sua clareza de pensamento se esvai, a sua capacidade de concentração já não é a mesma, porque o seu arquivo mental está repleto de imagens que exercem um grande fascínio, um grande domínio sobre ele.
Não sei de onde são tirados esses dados, essas estatísticas que apontam para um número tão grande, 70% dos homens que acessariam sites pornográficos. Mas o espírita, que normalmente considera-se mais bem esclarecido, e que realmente tem informações que outras pessoas não têm, seria interessante que deixasse de alimentar essas estatísticas. Isso vai da cabeça, da ideia, da disposição, da opinião de cada um; mas o espírita não poderá se queixar, depois, de que não tinha esclarecimento, de que não imaginou que sua busca momentânea por prazer pudesse ter reflexos tão além da sua aparentemente inocente busca de prazer momentâneo.